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domingo, 8 de maio de 2016

Se Jesus fosse católico...

...A última ceia com os apóstolos teria sido diferente. Ele não teria partido o pão, mas distribuiria pequenos biscoitos redondos de massa finíssima e teria dito para os apóstolos não morderem, mas deixarem derreter na boca. E depois pegaria o cálice de vinho e beberia sozinho, sem dar nada para ninguém, estragando todo o simbolismo da cerimônia. (Lucas 22:17-20; I Coríntios 11:23-25)
Se Jesus fosse católico, não teria dito ao ladrão na cruz ao lado que estaria com ele no Paraíso naquele mesmo dia. Pelo contrário, teria afirmado que, por não ter sido batizado e portanto ser um pagão, o ladrão teria que cumprir uma longa jornada no purgatório, para só então pode ser purificado – pelo fogo, não pelo sangue que estava sendo derramado naquela mesma hora – e então, talvez, ser admitido no céu. (Lucas 23:43; I João 1:7)
Se Jesus fosse católico, teria dito também que, para garantir a entrada no céu, a família do ladrão deveria mandar rezar uma missa de corpo presente, antes do seu sepultamento. Depois de uma semana, mandariam rezar uma missa de sétimo-dia. O mesmo procedimento deveria ser feito após um mês e após um ano da morte do coitado. E todos os anos, no dia de finados, eles deveriam ir rezar pela alma do condenado. Assim talvez ele entrasse no céu.
Se Jesus fosse católico, nunca teria afirmado que tudo que pedíssemos em Seu Nome receberíamos, mas sim que deveriam esperar que todos os apóstolos morressem, e só então, os devotos poderiam começar a rezar para os falecidos apóstolos para que eles, mesmo mortos, recolhessem as preces e as levassem a Jesus. Talvez, alguns pedidos mais simples fossem atendidos pelos próprios apóstolos defuntos, outros seriam distribuídos aos santos - igualmente finados - como numa repartição pública; e os casos mais complicados seriam atendidos só mesmo depois de levados à sua santa mãe. Jesus mesmo só em último caso, pois Ele estaria sempre muito ocupado. (João 14: 13, 14; 16:23)
Se Jesus fosse católico, de forma alguma teria entrado em Jerusalém montado num jumento, mas sim numa carruagem moderna,  toda pintada de branco, com uma cabine de vidro à prova de flechas, doada pelo melhor fabricante de carruagens de todo o império romano. (Mateus 21:1-15)
Se Jesus fosse católico, não teria repreendido Pedro dizendo “para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens”; ele teria seguido à risca o palpite do apóstolo e não teria ido a Jerusalém morrer por todos nós. Ele teria dito a Pedro: “sim, santo padre, perdoai minha fraqueza”. (Mateus 16:23)
Se Jesus fosse católico, Ele diria claramente que a pedra de esquina sobre a qual se ergueria a Igreja era Pedro. (Mateus 16:16-18). Aliás, se Jesus fosse católico, Ele teria se ajoelhado diante de Pedro e beijado os seus pés.
Se Jesus fosse católico, não existiria Cristianismo, porque Ele teria obedecido todos os ditames do antigo Judaísmo, para não causar nenhum cisma na religião de seus pais. Afinal, o Judaísmo era mais antigo, mais tradicional e mais conhecido. Ele nascera no Judaísmo tradicional e portanto, morreria no Judaísmo tradicional, ensinando o Judaísmo tradicional. Ele não poderia se sujeitar a ser chamado de cismático. (Mateus 5:22, 28, 32, 34, 39, 44 etc.)
Se Jesus fosse católico, não diria que o maior deve servir ao menor. Mas ao contrário, Ele estabeleceria uma escala entre os apóstolos, sendo Pedro o chefe e os demais seus subordinados, numa espécie de colégio apostólico de rígida hierarquia. (Marcos 10:42-45)
Se Jesus fosse católico, nunca teria confrontado os escribas e fariseus, porque eles seriam os guardiões da Palavra escrita, e graças a eles as Escrituras eram preservadas através dos séculos. Quem era aquele simples carpinteiro para questionar o Sagrado Magistério, a quem cabia ler e interpretar a Lei e os Profetas? (Mateus 5:22, 28, 32, 34, 39, 44 etc.)
Se Jesus fosse católico, jamais diria que os fariseus pecavam por darem mais valor às tradições humanas do que às Escrituras. Pelo contrário, ele os exaltaria como exemplo de manutenção de usos e costumes sem nenhuma relação com a Palavra de Deus. (Mateus 15:1-9; Marcos 7:1-13)
Se Jesus fosse católico, nunca teria dito a Maria “que tenho eu contigo?”, mas pediria a ela orientação de como agir naquela situação. E Maria nunca teria dito às pessoas “fazei tudo o que Ele vos disser”, mas teria ela mesma dado instruções para que o milagre fosse concretizado. (João 2:4, 5)
Se Jesus fosse católico, Ele não teria irmãos e irmãs, mas sim primos e primas. (Marcos 6:3)
Se Jesus fosse católico, não afirmaria que “o que contamina o homem não é o que entra pela boca, mas o que sai” (Mateus 15:11; Marcos 7:15, 18-20). Ele teria dito que deveríamos observar dias em que não deveríamos comer carne, apenas peixe. (Lucas 5:33-34)
Se Jesus fosse católico, Ele teria dado o exemplo e seria o primeiro a chamar Pedro de “nosso papa”, e jamais teria afirmado que não deveríamos chamar ninguém de “pai”, a não ser Deus, que está nos céus. (Mateus 23:9)
Se Jesus fosse católico, ele teria sim onde recostar sua cabeça. Ele moraria num palácio bem ao lado do seu grande templo, com apartamentos privativos e uma sacada de onde falaria às multidões nos dias santos. Além disso, teria um castelo de verão para passar as férias, num local mais afastado e tranquilo. (Mateus 8:20)
Se Jesus fosse católico, Zaqueu não teria distribuído aos pobres o que roubara, mas teria doado tudo à santa e una igreja de Jesus como prova de submissão e penitência, e depois de raspar a cabeça, se tornaria um monge descalço que sobreviveria de esmolas. (Lucas 19:1-10)
Se Jesus fosse católico, nunca diria aos discípulos que eles seriam perseguidos, açoitados e levados a interrogatório diante dos reis e governantes deste mundo, mas profetizaria que eles seriam honrados pelos homens, levantados como líderes mundiais, como atalaias de nações e conselheiros de reis, para governar em nome de Deus. Diria que eles seriam os representantes de Deus na Terra, e como tais, teriam o direito divino de coroar e destronar reis e presidentes. (Marcos 13:9)
Se Jesus fosse católico, não pregaria nas sinagogas, nas praias e debaixo de árvores, mas sim no púlpito de bronze da recém-inaugurada sede mundial da “Igreja Una, Apostólica e Ecumênica”, ricamente decorada em mármore e pedras preciosas, construída com as ofertas dos fiéis e bens saqueados dos infiéis, incluindo ouro e prata das colônias e obras de arte de todos os cantos da Terra, sem falar nas doações dos governantes que quisessem ficar de boa com Ele.
Se Jesus fosse católico, nunca diria que não devemos nos assemelhar aos gentios (Mateus 6:8), nem que devemos ser sal da terra e luz do mundo (Mateus 5:13-16). Pelo contrário, ele diria que poderíamos continuar festejando aos deuses das nações idólatras, apenas mudando o nome deles para o nome dos mártires cristãos. Com isso teríamos um ano inteiro de dias santos e um calendário litúrgico com instruções especiais para cada festa.
Se Jesus fosse católico, ele defenderia a isenção de impostos para os líderes religiosos e seus templos (afinal, “a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”). Com isso teria direito a um terreno no melhor lugar de cada cidade destinado à construção de um templo, nem que fosse ocupando o lugar de culto das outras religiões.
Se Jesus fosse católico, teria abençoado as galés romanas em suas missões de invasão em outros territórios, com a garantia de que os povos e países dominados fossem submetidos à fé cristã, e Roma deveria ter ciência de que era apenas beneficiária da terra que seria, de fato, posse de Cristo.
Agora, cá pra nós, se Jesus fosse católico, com toda certeza Ele reivindicaria a participação dos cristãos no Senado imperial. Ele diria no palanque, sob aplausos, que “a voz do povo é a voz de Deus”, e que um país só pode prosperar se for governado por pessoas justas e tementes a Deus.

Certamente, se Jesus fosse católico, não sofreria tanto.
Se Jesus fosse católico, ele não morreria por mim e por você. Em vez disso, Ele nos mandaria fazer milhares de penitências para pagarmos o nosso débito com Deus.

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sábado, 24 de outubro de 2015

"Santos" populares...

Vem aí mais um dia de “todos os santos”, e mais uma vez os templos católicos se encherão de devotos, a TV vai mostrar procissões como se fossem uma grande novidade, e usará expressões como “momento de fé e devoção” (porque é católico, se fosse evangélico seria “exploração da fé”,  “fanatismo”, “fundamentalismo” etc.). Mas nem “todos os santos” são assim conceituados e famosos. Existem alguns “santos populares’ que são exatamente iguais aos “canonizados” pela “santa madre igreja” de Roma. E então por que uma pessoa comum, e até mesmo aquelas com comportamentos reprováveis, se tornariam “santos”? O que elas têm em comum? Quem são seus seguidores e como elas são adoradas? Por que seus devotos são de maioria católica? O canal National Geographic transmitiu o documentário “Santos Populares”, contando a história de quatro “santos” populares que congregam milhares de devotos na América Latina: um gaúcho argentino, um cantor de cúmbia, um “santo” adorado pelos traficantes e um curandeiro mexicano. Mas nem mesmo a sociologia e a psicologia conseguem explicar a devoção das massas a esses “santos”.
Todo dia 8 de janeiro, mais de 500 mil pessoas se reúnem no santuário Cruz Gil, em Corrientes, Argentina, para venerar o “santo” mais popular do país: “Gauchito Gil”. Vestidos de vermelho, montados a cavalo, de bicicleta ou a pé, numa fila interminável, devotos se juntam ano após ano em frente ao local onde, segundo a lenda, ele foi executado há mais de um século. Eles deixam dinheiro, garrafas, jóias, fotografias e acendem velas vermelhas. Os devotos de Gauchito Gil celebram seu santo durante três dias. A cor vermelha, o álcool e o “chamamé” são símbolos indispensáveis desta festa. Antonio Mamerto Gil Nuñez, mais conhecido como “Gauchinho Gil” ou “Curuzu Gil”, é talvez um dos mais importantes representantes da hagiologia profana da Argentina.
Não há registros históricos sobre sua vida, porém, reza a lenda que teria nascido por volta de 1847 e morrido por volta de 1874 na província de Corrientes. De acordo com a tradição, ele se alistou como soldado na Guerra do Paraguai e participou ainda da guerra civil entre os federais e os unitários argentinos. Mais tarde, desertou do exército porque Deus teria lhe aparecido em sonhos, pedindo que ele não derramasse mais o sangue dos seus irmãos. Depois disso, se tornou um “gaúcho” marginal que conduzia o gado e praticava roubos, repartindo as sobras entre as famílias mais humildes. Porém, foi preso pela polícia e executado a oito quilômetros da cidade de Mercedes num certo 8 de janeiro.
Desde então, é considerado por alguns com um marginal e por outros como um santo. O certo é que, há mais de cem anos, o culto ao “Gauchinho Gil” vem crescendo na Argentina e já passa os limites da fronteira daquele país. É atualmente venerado por centenas de milhares de peregrinos que visitam o santuário construído no local onde sua tumba se encontra.
Quase um século depois da morte de Gauchito, também na Argentina, Miriam Alejandra Bianchi se tornou uma das santas populares contemporâneas mais famosas do país. Esta ex-professora morreu em um acidente , mas seus devotos garantem que ela já fazia milagres em vida.  Gilda, nome artístico de Miriam, era uma ex-professora nascida em 1961, que se tornou cantora de cúmbia (um ritmo popular em alguns países latino-americanos) no início da década de 1990. Gravou quatro discos e várias canções foram incorporadas por setores da classe média, sendo cantadas até mesmo por torcidas de futebol.
Em 7 de setembro de 1996, Gilda, a filha e a mãe, mais os músicos de sua banda, morreram num acidente rodoviário ao viajar para um show que ocorreria em Entre Rios. Gilda estava então no auge da carreira. Depois de sua morte, a figura de “santa” cresceu e se transformou num novo símbolo da religião popular argentina. Milhares de devotos e fanáticos procuram sua tumba, no cemitério de Chacarita (em Buenos Aires), e também ao santuário oficial, erguido no local do acidente, para cumprir promessas e pedir a concessão de graças. Todos esperam algo em troca. Saúde, trabalho, amor, um carro ou até mesmo uma casa estão entre os pedidos mais comuns. Enquanto alguns visitam seu túmulo, como forma de recordá-la, outros cantam em sua homenagem. Eles deixam cartas, fotos, rosários e santinhos com a imagem da própria Gilda.
No México, os traficantes de drogas também têm seu lado religioso. Jesús Malverde, um bandido que viveu no início do século XX, é adorado por pessoas comuns e pelos narcotraficantes da América do Norte. Em seu templo, situado em Culiacán, no estado de Sonaloa, chegam centenas de pessoas para lhe pedir um milagre, deixando flores, velas, bilhetes, fotos e até recipientes com camarão em agradecimento por uma boa pesca. De acordo com uma certidão de nascimento descoberta recentemente, Jesús Malverde nasceu em 15 de fevereiro de 1888. O resto faz parte da lenda. Segundo lenda, este jovem viveu no final do século XIX na cidade mexicana de Culiacán, onde ganhou popularidade por assaltar e roubar os fazendeiros ricos da região e repartir o produto do roubo entre os pobres da região. Depois de oferecer uma recompensa pela captura dele, o governo finalmente conseguiu prender Malverde, que foi condenado à morte na forca. Um decreto governamental proibiu o sepultamento de seus restos mortais, que ficaram expostos ao relento e ao escárnio público.
Depois de sua morte, que ocorreu, segundo os fieis, em 3 de maio de 1909, as pessoas começaram a atribuir a Valverde uma série de milagres e graças. Mais tarde, começou a ser conhecido como o “padroeiro” dos narcotraficantes, e disseram que ele até salvou da morte o filho de um chefe do tráfico. Desde então, vários traficantes passaram a visitar a capela dedicada a Malverde em busca de sua proteção. Algo assim como se Pablo Escobar fosse canonizado.
Outro “santo” famoso do México é o menino Fidencio, um famoso curandeiro. José Fidencio Síntora Constantino nasceu em 13 de novembro de 1898 no Vale das Covas, em Guanajuato. Porém, foi no povoado de Espinazo, uma pequena cidade interiorana, que começou a ficar conhecido como curandeiro. Fidencio atendia a todos os tipos de casos, incluindo câncer, lepra, cegueira e paralisia. Era conhecido como menino devido à voz afinada. Os métodos de cura aplicados que o Menino Fidencio aplicava incluíam desde um balanço usado para balançar os doentes para curá-los até afundar os pacientes num lamaçal conhecido como Charquinho, que segundo os devotos tinha propriedades curativas. Um dia, o Menino Fidencio anunciou aos seus seguidores que voltaria depois da morte, e os fieis acreditam que ele realmente retorna na forma de espírito a cada vez que é invocado. Assim, atualmente, os fiéis de Fidencio buscam a cura através do espírito de Fidencio (que morreu em 1938). Ou seja, uma forma de espiritismo!
Estes “santos” são apenas alguns exemplos, porque os mexicanos mantém outras devoções. Uma delas é a adoração a La Santa Muerte, por exemplo, uma estátua de esqueleto coberta com um capuz e com uma foice nas mãos, ou seja, a tradicional figura da morte. Os altares e o culto da Santa Muerte podem ser encontrados em todo o México.
Assim vemos que essas devoções populares no México, na Argentina e outros lugares - poderíamos incluir nessa lista, a devoção ao Padre Cícero e outros “santos tupiniquins” - são degenerações do sentimento religioso que cada ser humano possui. Todos possuem uma sede espiritual. Todos anseiam em ter comunhão com um poder superior a si mesmo. Neste afã, vão procurar mitigar esta sede em fontes poluídas, e aí entra o engano de demônios conforme a Palavra de Deus adverte. Jesus disse que Satanás é o pai da mentira (João 8:44) e de que ele, sendo o príncipe deste mundo (14:30) seria obviamente atuante em enganar os seres humanos, mantendo os mesmos longe da verdadeira adoração a Deus.
Se você estudar os “santos” católicos, a imensa maioria surgida durante  a Idade Média européia, verá que as coincidências são alarmantes. O ambiente era muito parecido, e o processo de “canonização” também: primeiro, a crendice popular aumenta, mas a hierarquia do Vaticano resiste. Depois, temendo perder os fieis para o misticismo exagerado e o espiritismo, Roma acaba por aceitar tais figuras como “santos” oficiais, incorporando (eepa) o milagroso ao seu panteão. Assim, fica tudo “elas por elas”, todo mundo sai ganhando. Não duvido que com o tempo o traficante virará “são” Malverde, o médium de Espinazo será “são” Fidencio e assim por diante. Talvez demore, mas é o fluxo natural do catolicismo: não importam os meios, importa apenas o fim, que é o aumento das suas fileiras, seja a que preço for. Misticismo, mediunidade, comunicação com os mortos, mistura com o paganismo e crenças populares – tudo, menos a Bíblia.
Foi assim com “são” Francisco: o “papa” de sua época chegou a repreendê-lo e ameaçar colocar seus seguidores, os “franciscanos”, na clandestinidade; mas depois, devido à pressão popular, acabou guindando-o ao status de “santo”.
Joana D’Arc era considerada bruxa e louca, sendo queimada na fogueira igual aos outros hereges, como os protestantes e judeus (sim, a igreja católica fez isso e só parou porque hoje isso é feio e a imprensa às vezes denuncia seus erros). Depois, mudou de idéia e disse que não, a bruxa herege era, na verdade, uma “santa”. Há vários outros exemplos, mas o espaço é pequeno.
Se os católicos lessem a Bíblia, e a obedecessem, veriam que é inútil pedir bênçãos aos que já morreram, porque Jesus disse: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás (Mateus 4:10). O anjo disse a João: Adora somente a Deus (Apocalipse 19:10; 22:9). O próprio apóstolo Pedro, aos pés de cuja estátua muitos se ajoelham hoje, recusou ser adorado por Cornélio (Atos 10:25,26). E em termos de intercessão a nosso favor, ninguém – nem mesmo Maria – mas somente Jesus Cristo tem o poder de advogar por nós: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (I Timóteo 2:5).
Espero que você pare para pensar sobre isto.

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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

As 7 igrejas do Apocalipse (II)

Anteriormente, falamos da doutrina dos nicolaítas, a qual vem se infiltrando na Igreja desde o primeiro século, como podemos ver a partir do alerta de Jesus às igrejas de Éfeso e Pérgamo. Em Apocalipse 2:6, 15, somos informados de que Jesus odeia os “nicolaítas” de Éfeso; o Senhor elogia aquela igreja, que também os odiava. E na igreja de Pérgamo vemos que esse pessoal também já estava alojado,  e que Jesus os odiava igualmente.
Também vimos que, numa igreja aqui bem pertinho de você, estão fazendo cerimônias estranhas, que mais se assemelham a eventos maçônicos e católicos, tal a papagaiada que arranjam com vestimentas especiais para os líderes, diáconos e outros, numa clara demonstração de diferenciação entre o “clero” (“sacerdócio”) e o povo em geral – os leigos.
Vimos que cada igreja de Apocalipse representa uma fase do Cristianismo. E que, enquanto as três primeiras não mais existem, elementos característicos das quatro últimas ainda convivem conosco: Tiatira (igreja católica, medieval, que estudaremos agora); Sardes (igreja reformada, mas formal, fria, intelectualizada); Filadélfia (igreja missionária) e Laodicéia.
Pois bem, como falamos antes, Éfeso e Pérgamo enfrentaram o problema do governo, ou controle, de uma classe sacerdotal, sobre os chamados “leigos”. Mas em Tiatira há um outro governo, e embora também identificamos ali os nicolaítas, não é como Laodicéia (a igreja onde o povo manda). Em Tiatira, quem dá as ordens é uma mulher, identificada como Jezabel.
Quem é essa Jezabel? Seria a mesma Jezabel do tempo do profeta Elias? Ou é outra com o mesmo nome? Precisamos primeiro saber quem foi a Jezabel original, pois Jesus está se referindo a alguém com as mesmas características da rainha má do tempo do profeta Elias.
Alguns cristãos, quando ouvem o nome “Jezabel”, pensam numa mulher cheia de jóias, pintada, maquiada, sedutora, atraente. Esta visão minimalista de Jezabel baseia-se em II Reis 9:30, mas a Bíblia não relata se ela vivia se embelezando. Alguns estudiosos crêem que Jezabel tenha se pintado e adornado para tentar seduzir Jeú e assim escapar ao seu destino. A Bíblia também não diz nada sobre sua beleza, mas possivelmente ela era bonita e atraente, pois o Rei Acabe, um homem poderoso e que poderia ter muitas mulheres aos seus pés, se apaixonou por ela e a tornou sua rainha. Outros chegam a afirmar que Jezabel teria sido a inventora da maquiagem, um absurdo pois a maquiagem já existia milhares de anos antes.
Uma outra corrente associa Jezabel a um “espírito” ou “demônio autoritário, que tenta exercer domínio e poder; como quando a esposa manda no marido ou no caso de “pastoras” que assumem o governo de igrejas.
Mas para destrinchar o mistério de Jezabel e por que ela é mencionada em Apocalipse precisamos buscar a personagem real, para entender a simbologia. Diz a advertência à igreja de Tiatira que “tenho contra ti que toleras a mulher Jezabel, que se diz profetisa; ela ensina e seduz os meus servos a se prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas a ídolos; e dei-lhe tempo para que se arrependesse; e ela não quer arrepender-se da sua prostituição” (Apocalipse 2:20 e seguintes).
Quem foi Jezabel? Era filha de um rei chamado de Etbaal (“com Baal”), conf. I Reis 16:31. Segundo Flávio Josefo, Etbaal tomou o trono assassinando o antecessor, e era sacerdote de Astarte (deusa fenícia da fertilidade, também conhecida sob os nomes de Aserate ou Astaroth). Registros históricos mencionam Etbaal como rei de Tiro e Sidom (que formavam a nação dos fenícios, na região que hoje é o Líbano). O fato de Etbaal ser sacerdote de Baal e Astarte pode ter influenciado no zelo religioso da filha Jezabel, segundo alguns, tia-avó de Dido, fundadora de Cartago (citada por Virgílio na “Eneida”). Há quem diga que o nome “Jezabel” significa “montão de lixo”, mas eu discordo frontalmente dessa idéia, mesmo não entendendo de línguas antigas.
É simples. Muitos nomes fenícios terminavam com “bel” ou “bal”, referência ao deus Baal (como os heróis cartagineses Aníbal – “dádiva de Baal” – e Asdrúbal – “auxílio de Baal”, ou “Baal é meu ajudador”). Então, “Jezabel”, como nome de princesa, nunca poderia significar “lixo”, obviamente uma tentativa tosca de associá-la à impureza. Ou então, como descobri em um site de “batalha espiritual”, “o nome Jezabel significa ‘sem coabitação’... um espírito que se move de um lugar para outro, de uma geração para outra”. É óbvio que isso é forçar a barra.
Na verdade, “Jezabel” se assemelha muito a “Isabel” (no hebraico, “Izebel”, casta, pura), a forma reduzida de “Elizabeth” (no hebraico Elishebba, “dedicada a Deus” ou, segundos alguns, “Deus é meu juramento”). Portanto é bem possível que “Jezabel” seja “dedicada a Baal”, o que explicaria o seu zelo. Mas a tradução mais coerente que encontrei foi esta: “Yez-Baal, Baal é exaltado”.
A união de Acabe e Jezabel ratificou uma aliança entre Tiro e Israel, pela qual Onri (pai de Acabe) se fortaleceu (I Reis 16:16-28). Determinada e independente, Jezabel não tinha escrúpulos para conquistar os seus objetivos, como no episódio da vinha de Nabote (I Reis cap. 21). Quando o profeta Elias soube do acontecido, profetizou uma morte terrível para a rainha.
Mas até esse dia chegar, Jezabel seguiu causando danos, tanto para o reino de Israel, como para Judá (21:1-29), pois sob sua influência, o rei e o povo foram atraídos para Baal (16:31-33). A rainha não apenas adorava os seus deuses, mas combatia Jeová. Para isso, recorreu ao tesouro público para sustentar 450 profetas (ou sacerdotes) de Baal e mais 400 da deusa Aserate (a mesma Astarote dos filisteus, e Ishtar para os babilônios), que cultuavam nos bosques e comiam à sua mesa (18:19). Jezabel também construiu um templo a Baal, anexo ao palácio real. Como se sabe, as religiões semíticas envolviam não apenas práticas sexuais (ritos de fertilidade), mas também sacrifício de crianças (Jeremias 19:5), uma abominação para os israelitas fiéis a Jeová.
É possível que a imoralidade que caracterizava esses cultos (II Reis 9:22) seja um dos motivos da referência a Jezabel em Apocalipse. A vida impudica de Jezabel, que se deduz desse versículo, associou o seu nome, para sempre, à imoralidade e à prostituição, tolerância ao pecado, etc. É com esse sentido e também pelo ocultismo e falsos ensinos que Jezabel é citada em Apocalipse. Por ter sido sedutora e sem escrúpulos, todos aqueles que são maliciosos, astuciosos, vingativos e cruéis se espelham nela. Como Faraó, foi perseguidora dos santos de Deus: os sacerdotes e profetas israelitas que não foram eliminados por ela, fugiram (I Reis 18:4 e 19:2).
Sua morte está em II Reis 9:30-37. Acabe reinou 22 anos, de 874 a 853 a.C., e morreu em batalha. Seu filho (e de Jezabel) Jorão, sucedeu Ocozias, filho mais velho que reinou apenas dois anos (853-852) e morreu de um acidente banal, uma queda da sacada (II Reis 1:2, 16, 17). Jorão reinou 12 anos e foi morto por Jeú em 841 a.C., provável data da morte de Jezabel e no mesmo dia em que morreu seu neto Ocozias II, então rei de Judá (filho de Atalia). Quando a rainha soube que Jeú se aproximava do palácio, pintou os olhos e adornou a cabeça, desafiando Jeú da janela, mas por ordem dele foi atirada lá de cima e morreu na queda. Seu corpo ficou abandonado por algum tempo, sendo devorado por cães, cumprindo a profecia de Elias. Jeú ordenou que ela fosse sepultada, pois se tratava da filha de um rei. Mas os servos do palácio apenas encontraram o seu crânio, os pés e as mãos. Não há consenso se ela queria seduzir Jeú ou apenas morrer de maneira “digna”. O que é real e concreto é que, sete anos após sua morte, sua linhagem estava praticamente extinta; apenas Joás sobreviveu, graças a uma tia que o havia escondido.
Jezabel causou inúmeros prejuízos a Israel como nação, à sua família e por fim, a si mesma. Sua filha Atalia a imitou em crueldade. Dada em casamento a Jorão, rei de Judá, com a intenção de promover união entre Israel e Judá, seu filho Ocozias II foi morto no mesmo dia em que morreu sua mãe Jezabel. Quando soube da morte do filho, e vendo que Jezabel era morta, Atalia mandou matar todos os descendentes da família real, inclusive seus netos, e governou Judá sozinha durante seis anos (842-837 a.C.). Não se perca no meio dessa mortandade toda numa só família, até mesmo porque os nomes são parecidos. A Bíblia diz que Judá somente teve paz depois que Atalia morreu à espada, no seu próprio palácio. Só então, com o fim de Jezabel e a extinção de sua linhagem, o povo começou a retornar ao culto de Jeová (o único sobrevivente, Joás, filho de Ocozias II que fora escondido pela tia, mais tarde se tornou um bom rei).
Entretanto, a separação dos reinos do Sul e do Norte se aprofundou nessa época. O isolamento de Samaria levou a profundas divisões e antipatias que vararam séculos. No tempo de Jesus, os judeus (como passaram a se chamar os do reino do Sul, Judá) e os samaritanos do Norte não se bicavam.
Agora que já sabemos quem foi a Jezabel histórica, teremos condições de analisar melhor a Jezabel profética, que aparece em Apocalipse como sendo “profetisa” na igreja de Tiatira.
Mas só na próxima semana.
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Curiosidade: encontrado anel pertencente a Jezabel
A análise que confirmou a associação da rainha com o sinete, feito de opala e repleto de desenhos e inscrições, foi feita por Marjo Korpel, especialista da Universidade de Utrecht. O objeto é muito maior que os outros da mesma época e possui símbolos associados à realeza e ao sexo feminino: uma esfinge com coroa, serpentes e falcões. A tradução das inscrições revela claramente as letras [l’] yzbl. Jezabel e seu marido Acabe reinaram numa época em que o antigo reino israelita estava dividido em duas partes rivais: Judá, no sul, cuja capital era Jerusalém e cujo povo deu origem aos atuais judeus; e Israel, no norte, onde o casal governava e a capital era Samaria. O sinete parece mostrar que a rainha de fato era muito influente: ele era usado para ratificar documentos, o que significa que ela podia "despachar" por conta própria em seu palácio. (Fonte)

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sábado, 3 de agosto de 2013

Francisco não me representa

O “papa” F1 visitou a cidade brasileira de Aparecida do Norte, onde se presta culto a uma das versões de Maria, no caso a nossa senhora de Aparecida. Acho que depois que a poeira baixa, é momento de fazer umas reflexões. Alguns procuraram justificar a gastança de dinheiro público em benefício dos fiéis de uma religião, em detrimento de todas as outras. Alegam que “o papa é chefe de estado”. Sim, mas também esteve no Brasil o então presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad; nem por isso os muçulmanos fizeram requisição de dinheiro aos cofres públicos.
Circularam as mais variadas opiniões, capitaneadas por aquelas que exaltam o “pontífice”: é um homem humilde, simples, gosta de contato com o povão. Vai reformar “a igreja”, agora vai ser diferente. Etc, etc. Ora, pode até ser um “bom homem”, embora o próprio Jesus Cristo tenha dito que “ninguém é bom, senão o Pai que está nos céus”; mas daí a todas as outras assertivas, vai uma grande distância.
Por exemplo: tecem comparações com o seu antecessor, dizendo que F1 usa uma roupa branca, enquanto B16 preferia uma cheia de jóias, paramentos e outros badulaques. F1 usa uma cruz de prata, “simples”, enquanto a do outro era toda cravejada de rubis. B16 usava uns sapatos vermelhos, extravagantes, sentava num trono que parecia obra de Bernini de tantos relevos que tinha, sobre um tapete de veludo vermelho. Mas F1 usa os mesmos sapatos velhos desde quando era seminarista e ia aos jogos do seu time, o San Lorenzo, no velho estádio do Gasômetro em Buenos Aires, senta num trono simples (desde quando sentar em trono é sinnal de simplicidade, eu não sei) e sem tapete... vejam os senhores se isto é sinal de “reforma” ou apenas uma ação de marketing bem planejada, para mudar a imagem e a percepção do papado, do Vaticano e da igreja católica.
Eu fico com a segunda opção e digo que #FranciscoNãoMeRepresenta, pelo seguinte:
Continua o Banco do Vaticano servindo de lavagem de dinheiro. Dizer que vai substituir os administradores não quer dizer que mudará a política de uso dos vastos recursos escondidos nos cofres obscuros. Sinal de reforma seria publicar um balanço constando as operações contábeis, as reservas para provisionamento de prejuízos, as entradas e saídas, as despesas com salários, etc... como qualquer outro banco faria. Caso contrário, continua como sempre, servindo de cenário para filmes de mafiosos, conspirações secretas e marcando presença constante nas páginas policiais de todo o mundo.
Continua a proibição de casamento de sacerdotes (um absurdo: como o sujeito pode aconselhar casais se ele nem sabe o que é casamento; e muito menos mulher, ou pelo menos na teoria não deveria saber, já que é celibatário)...
Talvez em decorrência da proibição do casamento dos sacerdotes, continua sem solução à vista o eterno problema dos padres gays e pedófilos. Aí vem o “papa” e dá uma entrevista onde não diz nem que sim nem que não, ficando em cima do muro. Disse F1 (mais ou menos) que “se a pessoa é gay mas busca o Senhor, temos que perdoar”. Ora, vejam a incoerência. Se “a pessoa é gay e “busca o Senhor”, obviamente deixará de ser gay, como disse o apóstolo Paulo na primeira carta aos Coríntios, cap. 6, versos 9 a 11: “Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis... nem os sodomitas... herdarão o reino de Deus. E tais fostes alguns de vós; mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (grifo acrescentado). A pessoa “foi”, não é mais, deixou de ser. Ou seja, F1 faz o jogo dos militantes LGBT, que gostam de citar que Jesus não condenou a mulher adúltera (“nem eu te condeno”, João 8:11); mas espertamente omitem o fim do mesmo versículo, onde Jesus recomenda “vai e não peques mais”.
Continua a proibição do sacerdócio feminino. Não obstante várias religiões de orientação protestante tenham resolvido essa questão há muitos anos, até mesmo a título de uma “modernização” que pode até ser questionável, a posição de Roma é inflexível e contrasta com o suposto alinhamento com os “novos tempos”.
Francisco e a instituição que ele representa continuarão a explorar a fé dos mais humildes com essas procissões, romarias a Aparecida, a Roma, a Juazeiro do Norte, ao Círio de Nazaré, a Fátima, a Lourdes, a Medjugorje e mais outras centenas de lugares onde ocorreram “aparições”, ou se diz que ocorreram. Colocam fardos no lombo do povo, como os fariseus no tempo de Jesus. Não têm vergonha de atrair milhares, milhões até, a peregrinações que nenhum proveito têm, a não ser “para a satisfação da carne” (Colossenses 2:23) e para lucro dos comerciantes, que obviamente, depositarão o dízimo na caneca do padre como “oferta de gratidão”. Ou estou errado? Estou exagerando?
Como é que eu posso apoiar um jesuíta, membro da ordem religiosa das mais furiosas, que mais combateu aqueles que ousaram um dia pensar que a “santa madre igreja” poderia estar equivocada em suas políticas? Como posso concordar com um homem que escolhe o nome de um personagem conhecido pela humildade e simplicidade, só para esconder a ferocidade dos inquisidores debaixo de um manto branco? Não é possível entrar em acordo com o representante de uma facção cruel e sedenta de poder como os jesuítas. Leia mais neste link e neste outro também.
Esse Francisco não me representa porque a jogada de marketing não vai parar. Vai continuar a canonização de “santos populares”, principalmente naqueles países onde o catolicismo vem declinando fragorosamente. Foi assim dos anos 1990 em diante, quando o finado JP2 canonizava a granel, de batelada, enchendo tanto o panteão que hoje tem mais santo do que dias no calendário, e eles se amontoam até três ou quatro por dia. Nisso a igreja se modernizou, pois antes cada dia tinha um santo, hoje o freguês pode escolher entre vários no mesmo dia. Um verdadeiro supermercado com várias prateleiras. F1 está só repetindo a fórmula do finado JP2, que foi a receita que funcionou, a que deu certo.
Acham que modernização significa copiar o que dá certo em outras religiões, aliás, uma prática que acompanha o catolicismo desde a sua institucionalização lá no distante século IV depois de Cristo. Todo mundo sabe o que é o sincretismo, como começou e onde chegou; todo mundo sabe de onde vem tanto santo, tanta festa e tanto costume que nada tem a ver com a simplicidade do Cristianismo e do Evangelho. Se você não sabe, experimente clicar aqui, aqui, aqui, e aqui.
Nesse processo de cópia desenfreada, estão copiando os evangélicos que tanto desprezam, fazendo missas com muita cantoria, violão, batendo palmas, falando e ensinando “línguas estranhas”, imposição de mãos para curar doentes, pedindo dízimo...
F1 não me representa de jeito nenhum, porque ainda no avião que o levava do Brasil para Roma, depois da visita a Aparecida do Norte, disse em alto e bom som que “nossa senhora é mais importante que os apóstolos”. Quem quiser que procure a entrevista, que foi ao ar – lógico – na Globo. Ora, isto é um absurdo teológico monstruoso, uma vez que não existe nenhuma doutrina ou ensinamento de “nossa senhora” que regule o funcionamento da Igreja, que nos traga algum esclarecimento ou iluminação sobre a Palavra de Deus. Uma das poucas falas de Maria registrada nas Escrituras é mandando obedecer a Jesus em tudo: “Fazei tudo quanto ele vos disser” (João 2:5). Nesse aspecto, os evangélicos obedecem a Maria melhor do que os católicos, porque fazem o que Jesus disse. Já os católicos, se apóiam em lendas e mitos, com seus evangelhos apócrifos de Maria, nas lendas de santos e dogmas no mínimo extra-bíblicos como a Imaculada Conceição e a Ascenção de Maria. Se essas lendas são mais importantes do que os escritos e ensinos apostólicos, então F1 está maluco. Pois Jesus mesmo disse que “todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha... Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia” (Mateus 7:24, 26). Vejam os senhores se “o papa” está sendo prudente.
Outras pragas que ele não exterminará serão aquelas contidas nos livros apócrifos e suas lendas: anjos mentindo, ensino de bruxaria (Tobias 5:18 e 6:8), mentira e sedução (Judite 10:2-4; 11-13); intercessão de santos e reza pelos mortos (II Macabeus 15:12-16; 12:45). Aliás, vem daí o ensino espúrio sobre o purgatório e a necessidade de “purificar algum pecado remanescente”, como se o sangue de Jesus fosse insuficiente, em flagrante contraste com a escritura (I João 1:9 diz explicitamente: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça – grifo acrescentado).
Eu podia ficar aqui listando mais um monte motivos pelos quais o “papa” Francisco não me representa. Mas já foi explicado suficientemente.
E para a falar a verdade, doa a quem doer, Francisco não representa nem mesmo a Cristo, de quem ele diz ser “o vigário” (substituto).
São muito diferentes, em que pese o esforço de marketing para tentar vender a imagem de santo.
Falta muito ainda para um “papa” dizer que “renovou a igreja”... na boa... é só marketing pra recuperar o cliente perdido.

Como leitura adicional, sugiro este brilhante artigo de Michelson Borges em Criacionismo.com
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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Dia de "são" João, "são" Pedro, "santo" Antonio...

24 de junho é o dia que os católicos dedicam a “são” João. Um dos “santos” mais festejados em diversos países, especialmente os de fala latina, em sua “honra” fazem festas, soltam fogos de artifício, sobem em troncos lubrificados, preparam comidas típicas, pulam fogueiras, cantam e dançam em roda até cair... e evidentemente, seguem procissões atrás da imagem do dito cujo, antes e depois de celebrarem suas missas.  É uma festa já tão tradicional que se torna extremamente difícil separar o que é cultural do religioso. Uma vez que a religião  muitas vezes molda a cultura, não se pode falar em uma celebração de cunho meramente “folclórico”.
Por exemplo – o aspecto cultural pode ser explicado pelo vasto processo de miscigenação que formou o povo brasileiro, ao longo dos séculos. A “dança da quadrilha”, tão popular nessa época do ano, herdou o nome de uma dança de salão francesa para quatro pares, a “quadrille”, em voga na França entre o início do século XIX e a I Guerra Mundial. A “quadrille”, por sua vez, já era um desenvolvimento da “contredanse”, popular nos meios aristocráticos franceses do século XVIII, a qual veio de uma dança inglesa de origem campesina, surgida provavelmente por volta do século XIII, e que se popularizara em toda a Europa. A “quadrille” veio para o Brasil seguindo o interesse por tudo que fosse a última moda de Paris (da criação da academia de letras ao uso do cavanhaque, tudo que era francês era “chic”).
Depois disso, como sempre, veio a mistura e a dança se fundiu com outras danças e se modificou, com o aumento do número de pares e o abandono de passos e ritmos franceses. Em contato com diferentes danças, a quadrilha sofreu influências regionais, daí surgindo muitas variantes: “Quadrilha Caipira” (São Paulo, Minas Gerais), “Saruê” (corruptela do termo francês “soirée”, no Brasil Central), “Baile Sifilítico” (é isso mesmo! Na Bahia), “Mana-Chica” (Rio de Janeiro), etc.
Ainda que inicialmente adotada pela elite urbana brasileira, esta é uma dança que teve o seu maior florescimento no Brasil rural (daí o vestuário “caipira”). O nacionalismo folclórico marcou as ciências sociais tanto no Brasil como na Europa, entre os começos do Romantismo e a II Guerra Mundial. A quadrilha, como outras danças, foi sistematizada e divulgada por igrejas e clubes, sendo defendida por professores e praticada por alunos em colégios e escolas como expressão da cultura cabocla e da república brasileira. Esse folclorismo acadêmico e ufanista explica de certo modo o aspecto “matuto” (mas artificial) da quadrilha.
Outro aspecto interessante é composto pelas comidas típicas, consumidas por uma razão muito simples: o meio do ano é a época da colheita do milho, daí as comidas como pipoca, pamonha, e semelhantes (canjica etc.).
Já sabemos que o mito da fogueira se originou de uma mentira católica. Para “cristianizar” um costume pagão, a igreja de Roma inventou que o antigo costume de acender fogueiras no começo do verão europeu tinha suas raízes em um acordo feito por Maria e Isabel. Para avisar Maria sobre o nascimento de seu filho João, e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel teria de acender uma fogueira sobre um monte. Pura bobagem. Quando João nasceu, Maria já havia ficado em companhia de Isabel por três meses, mas já havia voltado para casa logo antes de o menino nascer (ver Lucas 1:56-58). Maria então já estava grávida de Jesus e precisava ir cuidar de si e do bebê que nasceria em breve. Pelo relato bíblico, quando João nasceu, não houve nenhuma fogueira. Esse negócio de fogueiras foi herdado das religiões pagãs da Europa medieval, que celebravam essa ocasião acendendo fogueiras e dançando ao redor delas, exatamente como nas “quadrilhas”. Não foi o contrário, isto é, a origem das fogueiras seriam cristãs. Não: são pagãs, doa a quem doer.
A festa pagã do solstício de verão na Europa (ou do inverno, no hemisfério sul), era celebrada no dia 24 de junho, segundo o calendário juliano (pré-gregoriano). Leia mais aqui.
Outro mito extremamente sem cabeça é “são” João nascendo em junho, um tremendo chute. Como foi convencionado que Jesus teria nascido em 25 de dezembro, a lógica exige que João Batista tenha vindo ao mundo em 24 de junho. Na verdade é um erro em conseqüência de outro. Já vimos aqui que Jesus dificilmente teria nascido em dezembro. Se olharmos bem o que diz a Bíblia, a única fonte de informações confiável, veremos que Jesus nasceu de fato entre setembro e outubro (no mês de etanim), o que coloca o nascimento de João Batista em março (mês de abibe). Assim cai por terra a data de 24 de junho, ficando provado, mais uma vez, que o único motivo da festa é a adoção de uma celebração pagã.
Aliás, há outros “santos” populares celebrados nesta mesma época: “santo” Antônio (no dia 13) e “são” Pedro e “são” Paulo (no dia 29, supostamente data da execução dos dois apóstolos). Essas celebrações são particularmente importantes no norte da Europa - Dinamarca, Estônia, Finlândia, Letônia, Lituânia, Lituânia, Noruega e Suécia - mas são encontrados também na Irlanda, na Galícia (norte da Espanha e Portugal), partes do Reino Unido (especialmente na Cornualha), França, Itália, Malta, Ucrânia, e em outros lugares como Canadá, Estados Unidos, Porto Rico e até na Austrália.
Especialmente na “festa de santo Antônio”, multiplicam-se as chamadas “simpatias”, uma forma “light” de bruxaria, como por exemplo enterrar a imagem de cabeça para baixo até que o pedido de arranjar marido seja atendido (claramente uma forma de macumba). E também pendurar fitas em certas partes da imagem, lembrando rituais pagãos em honra a Príapo, também “suavizados” ou, se preferir, “cristianizados”... Quem quiser que pesquise depois.
Ficam duas advertências. A primeira, àqueles que ainda se apegam às tradições de “santos”, religiosidade e festas “folclóricas” juninas.
É  impossível participar de uma “festa junina” sem estar “honrando o santo padroeiro”, que é o principal motivo dessas ocasiões. Fazer celebração a “santos” é idolatria, pois a Bíblia proíbe até mesmo fazer qualquer tipo de imagem, quanto mais festa em honra delas ou do que elas supostamente representam. Muitos já disseram que uma imagem esconde demônios que recebem as homenagens, orações e oferendas, e assim o que as homenageiam longe de agradar a Deus ou ao “santo”, presta um culto ao demônio. Doa a quem doer.
E querer misturar lendas, mitos, contos da carochinha de várias origens com a fé cristã, é o cúmulo do absurdo - até jacaré de asa a cristandade já tem agora. Acho que a única regra de fé e prática para quem diz acreditar em Deus tinha que ser a própria Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada e mais nada, que deveria ser lida e ensinada nos templos que se pretendem cristãos. Repito o que já escrevi acerca de outros “santos”.
A Bíblia é clara. É simples: a oração é uma forma de culto. E foi o Senhor Jesus quem disse: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele darás culto” (Mateus 4:10). Se prestamos “homenagem” a qualquer entidade que não Cristo ressurreto, seja com orações, procissões, festas “juninas” e coisas do tipo, cometemos idolatria, que Deus abomina e rejeita:
- Não farás para ti imagens esculpidas, nem qualquer imagem do que existe no alto dos céus, ou do que existe embaixo, na terra, ou do que existe nas águas, por debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto (Êxodo 20:4);
- Não vos voltareis para os ídolos, nem fareis para vós deuses de fundição. Eu sou o Senhor vosso Deus (Levítico 19:4);
- Não fareis para vós ídolos, nem para vós levantareis imagem de escultura nem estátua, nem poreis figura de pedra na vossa terra para inclinar-vos diante dela. Eu sou o Senhor vos­so Deus (Levítico 26:1);
- Confundidos sejam todos os que adoram imagens de esculturas, que se gloriam de ído­los inúteis. (Salmo 97:7);
- Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos do homem. Têm boca, mas não fa­lam, têm olhos, mas não vêem; têm ouvidos, mas não ouvem, têm nariz, mas não cheiram; têm mãos, mas não apalpam, têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua gar­ganta; Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem, e todos os que neles confiam (Salmo 115:4-9 e 135:15-18).
E finalmente, deixemos que outro “são” João - o apóstolo - fale: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (I João 5:25).
E também erram os evangélicos que tentam adaptar a suas igrejas, congregações e denominações esses costumes mundanos. Hoje é tristemente comum nas igrejas ditas evangélicas a realização de festas “jesuínas” e outras aberrações do tipo. Procure no Google e ficará abismado(a) - ou não... Mas lembre-se de que Israel pecou muito, no passado, por se misturar aos povos pagãos que o cercavam. Os israelitas adotaram festas e costumes dos filisteus, dos amonitas e outros povos, sendo duramente castigados por Deus, que de antemão os advertira: veja Deuteronômio 12:29-31.
E decida se apóia ou não “festa junina”.

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