quinta-feira, 27 de maio de 2010

Onde é que nós estamos?


Jesus tinha um temperamento tão agradável que na primeira vez que encontrou seus discípulos os convidou para ir à balada.
Isto é o que diz uma tal de “pastora” Priscila Mastrorosa, da “igreja” Bola de Neve (foto ao lado). O link para outras idiotices semelhantes que ela fala é este: http://migre.me/d5Smk .
A pergunta é inevitável: onde é que nós, como igreja, estamos?
E essa pergunta tem diversas derivações:
Como igreja, o que estamos fazendo? Como é que esse tipo de comportamento, essas práticas estranhas, essa falta de visão para entender e comunicar o evangelho, como é que vamos impactar a sociedade decadente em que estamos inseridos? Onde queremos chegar? O que pretendemos?
Vemos claramente uma diluição da mensagem do evangelho nessas pseudo-igrejas.
Há igrejas que têm ministérios de resgate de jovens das drogas, da homossexualidade; travestis e prostitutas que se renderam aos pés de Jesus tiveram suas vidas transformadas sem precisar ouvir que “Jesus era da balada”. O que transforma vidas é o evangelho genuíno, é a mensagem que diz que se a pessoa não receber Jesus vai para o inferno, que Satanás é real, que o pecado separa o homem de Deus. E o que é pecado, principalmente, que não é relativo, como acreditam alguns. Que a Bíblia ensina a evitar a aparência do mal. Tanto que nessas igrejas que citei, o pessoal entrava cabeludo, barbudo, cheio de parafuso nos beiços, mas não permanecia assim.
A Bíblia diz: “E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2). Transformai-vos!
Não dá para acreditar que alguém, que antes vivia segundo um certo “estilo” mundano, depois de ter uma experiência com Cristo continue a falar do mesmo jeito, a se vestir do mesmo jeito, a ter os mesmos hábitos e comportamentos, a “curtir” o mesmo estilo de música, de lazer. II Coríntios 5:17 diz que “se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. Não fui eu quem inventou essa frase. Mas agora, até “música gospel para balada” já tem! Que testemunho é esse? Que exemplo é esse?
Desde quando cristão freqüenta balada? Desde quando Jesus ia na balada com os discípulos?
Há não muito tempo atrás, cristão não ia à danceteria. Agora já tem até balada gospel. O que mudou? A Bíblia mudou? A interpretação mudou? A mensagem mudou? Jesus mudou? Sim, Jesus mudou... ele até vai à balada agora. Daqui a pouco vão dizer que Ele tomava umas e outras como certos cantores gospel. Afinal, ele transformou água em vinho, não foi? Será que Ele nem experimentou? Gente, esse raciocínio raso é mundano, carnal e perigoso. “Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica” (Tiago 3:15).
Não estamos falando de costumes humanos: “ah, antes eu usava minissaia e agora só uso vestidão, agora não depilo mais nem as axilas, não uso mais calça comprida; agora só uso terno xadrez e não assisto mais futebol”; não, não se trata disso. Trata-se de fazer tudo “decentemente e com ordem” (I Coríntios 14:40), não só no culto, mas na vida. Este mandamento não se restringe ao domingo, mas à semana toda.
Trata-se de viver como ensina a Bíblia: sendo exemplo tanto para os “de dentro” como para os “de fora”; e isso significa se esforçar para não escandalizar ninguém. “Pelo que, se a comida fizer tropeçar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para não servir de tropeço a meu irmão” (I Coríntios 8:13).
Mas não, parece que fazem questão de mostrar que são assim mesmo e desse jeito permanecerão. “Se Deus me aceita assim todos têm que aceitar também”, dizem. Mas o engraçado é que, ao procurar emprego (quando vão), procuram se arrumar, colocam um terno, tiram os pregos da cara e as dúzias de anéis, escondem as tatuagens. Dois pesos, duas medidas.
O pior é que pseudo-pastores usam uma expressão atribuída a Paulo – “fiz-me grego para ganhar os gregos” – para justificar seus costumes e ensinos bizarros. Que tristeza.
Em primeiro lugar, Paulo nunca disse que “se fez de grego”. O texto bíblico (I Coríntios 9) diz:
19 Pois, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos para ganhar o maior número possível:
20 Fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse eu debaixo da lei (embora debaixo da lei não esteja), para ganhar os que estão debaixo da lei;
21 para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei.
22 Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns.

Com isso o apóstolo não está dizendo que se fantasiou de fariseu para ganhar os fariseus. Ele entendeu a mente farisaica, e lhes mostrou que o evangelho ia muito além das leis e ordenanças. Não extrapolou a mensagem de Jesus! Aliás, como discípulos, não devemos viajar na maionese e reinterpretar o que Jesus pregou. Mateus 10:24 “Não é o discípulo mais do que o seu mestre, nem o servo mais do que o seu senhor”. Se Jesus não fez concessões, por que devemos nós fazê-las? Se Jesus não adaptava sua mensagem ao gosto do freguês, por que deveríamos fazer isso?
E quando Paulo diz que “para ganhar os que estão sem lei” foi “como se estivesse sem lei”, não está dizendo que entrou a beber com os coríntios, conhecidos por sua devassidão homérica. Porque o próprio Paulo diz, claramente, que não se portou “para os que estão sem lei” da mesma forma que eles, pois estava “mas debaixo da lei de Cristo” (v. 21). E qual é a lei de Cristo sob a qual devemos estar?
E em segundo lugar, quando esteve na Grécia, Paulo não entrou na deles, mas expôs o evangelho com sabedoria. Começou falando da mitologia grega, mas logo mostrou que Deus estava muito acima desses conceitos. Leia Atos 17:16-34, notando os dois últimos versos:
“Assim Paulo saiu do meio deles. Todavia, alguns homens aderiram a ele, e creram, entre os quais Dionísio, o areopagita, e uma mulher por nome Dâmaris, e com eles outros”.
Esses, que querem ser “como gregos”, se encaixam naquele tipo de pessoa descrita por Pedro em sua segunda carta, cap. 3:15-16: “e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; como faz também em todas as suas epístolas, nelas falando acerca destas coisas, mas quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, como o fazem também com as outras Escrituras, para sua própria perdição”. Indoutos e inconstantes, torcendo ensinos que não compreendem, para sua própria perdição.
E com isso, acabam criando um evangelho da porta larga, onde cabe tudo. Gálatas 1:
6 Estou admirado de que tão depressa estejais desertando daquele que vos chamou na graça de Cristo, para outro evangelho,
7 o qual não é outro; senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.
8 Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema.
9 Como antes temos dito, assim agora novamente o digo: Se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.


O que pretendemos fazer da nossa breve estada neste mundo?
Ainda há sabor nesse sal?
Ainda brilha essa luz?
Porque “Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens” (Mateus 5:13).
E “sois a luz do mundo” (Mateus 5:14). Mas “se a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!” (Mateus 6:23).
Uma vez, quando ainda se pregava o evangelho genuíno neste país, ouvi um homem de Deus dizer que a igreja é como um barco no mar. O barco precisa entrar no mar, mas o mar não pode entrar no barco.
A igreja é o barco, e o mar é o mundo.
Faça a analogia.
A igreja precisa de uma reflexão. Onde é que nós estamos? Não estaríamos como um barquinho no meio do mar, sem saber que rumo tomar?
E o pior... a água está entrando.

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domingo, 23 de maio de 2010

Batalha Espiritual: ataque ou defesa?

A Bíblia diz que estamos num combate, no meio de uma escaramuça. No Novo Testamento a Igreja quase sempre é descrita com uma linguagem oriunda do campo militar. Há uma idéia popular de que a Igreja é um hospital onde as pessoas serão curadas: o Novo Testamento nos dá base para afirmar que há espaço para a cura interior.
Mas essa visão não leva em consideração que a Igreja seja como um exército que marcha, em plena campanha, em batalha. Não é por acaso que os teólogos entendem a Igreja como sendo Igreja militante e Igreja triunfante. Militante porque está em luta contra as hostes do mal, o pecado e o mundo.
Entendendo o contexto de Efésios 6 - Seguindo regras simples de interpretação, quando vamos pregar sobre um texto ou estudar uma passagem, é sempre bom levar em conta o quadro maior. No caso desse texto em particular isso é extremamente importante. Essa passagem tem sido mal usada por pessoas que defendem as mais loucas idéias na área de conflito ou batalha espiritual. Contudo, quando nos colocamos dentro do contexto e da perspectiva da carta, temos uma visão privilegiada do ponto de vista do autor.
Quando Paulo escreveu aos Efésios estava preso em Roma, e desejava confortar os que sabiam da sua prisão. Ele explica à Igreja de Éfeso, e talvez a outras Igrejas da região, que Deus havia permitido que ele, mesmo sendo designado para pregar aos gentios, tivesse sido lançado na prisão, ficando impedido, assim, de realizar o seu ministério. É isso que ele diz no capítulo 3, no verso 13: “Portanto, vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, pois nisso está a vossa glória.” O propósito de Paulo era mostrar que aquilo que era motivo de dúvida ou perturbação, na realidade representava a glória deles. E ele faz isso expondo a doutrina da Igreja, mostrando o propósito de Deus para a Igreja.
Como vimos antes, a carta começa falando sobre a soberania de Cristo (cap. 1), a salvação que Ele nos provê pela graça e o acesso que agora temos ao Pai (cap. 2). Depois, no cap. 3, aprendemos sobre o mistério de Cristo, que é a Igreja, cujo funcionamento é explicado no cap. 4, com base no comportamento individual detalhado no fim do cap. 4 no cap. 5 e início do cap. 6. e, por fim, conclui exortando a Igreja a se preparar contra as astutas ciladas do inimigo. Os efésios ouviram tantas coisas maravilhosas a respeito do que eles eram em Cristo Jesus, do que Deus providenciou, que certamente devem ter ficado tão cheios de alegria e de gozo que Paulo sentiu a necessidade de dizer: “ainda não chegamos lá, vocês vão encontrar oposição no mundo para viver como Igreja de Deus, para experimentar em termos práticos tudo o que Deus tem para vocês”. Ele disse então: “vocês vão encontrar oposição, não de homens de carne e sangue como nós, mas dos principados e potestades que estão nos lugares celestiais que querem nos destruir. Portanto, vocês têm que tomar toda a armadura de Deus para poder resistir às tentativas dessas forças que vão tentar impedi-los na carreira cristã”. Então, quando olhamos para o capítulo 6 de Efésios, particularmente os versos 10 a 20, com a perspectiva da carta como um todo, à luz da eclesiologia de Paulo, algumas lições se tornam evidentes quanto à batalha espiritual.
Em primeiro lugar, devemos ver que o propósito de Paulo é ensinar a Igreja a resistir. Esse é o seu ponto principal. A ordem é: “ficai firmes”. O imperativo aparece três vezes, no versos 1, 13 e 14: “ficai firmes” é a exortação de Paulo.
Combate ou resistência? Alguns entendem essa passagem como uma convocação ao combate. Contudo, ela é uma exortação a que a Igreja resista. Outra coisa que a gente observa é que o soldado cristão, aqui descrito, está numa posição de defesa, a partir inclusive da descrição das armas que lhe são dadas – ele não está partindo para o combate, para conquistar novos campos, para assaltar o inimigo ou derrubar uma fortaleza. Na realidade, ele já conquistou, já colocou o pé em território inimigo. O que ele tem que fazer é resistir firme, esse é o peso da passagem. A Igreja já é vitoriosa, está assentada com Cristo nos lugares celestiais, como Igreja invencível e imbatível. Cristo já venceu todas as batalhas por ela.
O triunfo romano -Colossenses 2: 14-15: “tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz”. Essa é uma linguagem militar, das batalhas do mundo antigo. Quando um adversário era vencido era despojado: o vencedor lhe tirava os bens, as mulheres, os filhos, o gado e ainda levava todas as armas, para que não houvesse outra rebelião.
Essa figura é bastante conhecida - “o triunfo romano”; um general, voltando vitorioso, entrava em triunfo com os prisioneiros amarrados atrás dele. E aí as mulheres, as crianças e os velhos jogavam terra, tomate, até excrementos nos derrotados. Eles eram expostos ao desprezo. Paulo deliberadamente está dizendo que, na cruz, Cristo desarmou os principados e potestades; é a mesma expressão que aparece em Efésios. O inimigo foi deixado nu e exposto ao desprezo.
Nesta cena da série “ROMA” da HBO, vemos o triunfo de César e a humilhação/execução do chefe gaulês derrotado, Vercingetorix. A cena é pesada, mas mostra exatamente o que Paulo quis dizer quando se referiu a Satanás e seus príncipes em Colossenses 2:15, “tendo despojado os principados e potestades, os exibiu publicamente e deles triunfou na mesma cruz”. 


A Escritura mostra isso de forma indiscutível! Em João 12: 31-33 Jesus diz aos discípulos: “Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso. E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo. Isto dizia, significando de que gênero de morte estava para morrer”. Nessa passagem, Jesus diz que na Sua morte o príncipe desse mundo seria expulso. Ele está dizendo a mesma coisa que Colossenses e Gênesis 3:15. As expressões “esmagar a cabeça”, “desarmar”, e “expulsar o príncipe desse mundo” referem-se, todas elas, a Satanás.
Os relatos de expulsão de demônios estão apenas nos Evangelhos sinóticos: Mateus, Marcos e Lucas. Por que João não narra nenhuma expulsão de demônios? A resposta é a seguinte: João estava preocupado com a maior de todas as expulsões, a expulsão central. Na Sua morte, Jesus expulsou definitivamente a Satanás, o príncipe desse mundo. João, assim, não narra outras expulsões de demônios.
Voltando a Efésios 6, considerando as peças da armadura, veremos que cada uma delas nada mais é do que tudo aquilo que pertence, naturalmente, ao crente, a qualquer um: “verdade de Deus”, “justiça de Cristo”, “fé”, “evangelho” e “palavra de oração”. Não há na passagem nenhuma arma secreta. Todos os crentes em Cristo Jesus possuem essas armas. Para muitos, a armadura é o próprio Cristo. Revestir-se da armadura de Deus é a mesma coisa que revestir de Cristo, em quem estão todos os tesouros da sabedoria e da ciência. Não há nada no texto que dê margem às técnicas especiais de caça ao Diabo ensinadas pela “Batalha Espiritual”.
Paulo começa a tratar dessa batalha (Efésios 6:10) dizendo: “Sede fortalecidos no Senhor e na força do Seu poder”. Essa expressão aparece no capítulo primeiro, quando Paulo ora, no verso 18, para que fossem iluminados os olhos do entendimento daquela Igreja e o coração, para que soubessem qual era a esperança da vocação deles, a riqueza da glória da herança dos santos e a suprema grandeza do seu poder para com os que crêem, segundo a eficácia da força do Seu poder.  
Assim, Paulo exorta a Igreja a que se apodere da vitória de Cristo, daquele poder que ressuscitou Cristo dentre os mortos e O colocou à direita de Deus nos lugares celestiais. Portanto, o guerreiro que está descrito aqui já é vencedor, já conquistou, já colocou o pé no solo inimigo. O que Paulo manda é que esse guerreiro resista às tentativas do inimigo de recuperar aquilo que ele já perdeu e que foi tomado pelo nosso Capitão, o Senhor Jesus.
Uma das ênfases da “Batalha Espiritual” é que a Igreja deve entrar em conflito direto com os principados e potestades; nós temos que sair caçando o Diabo para lhe tomar o território, derrubá-lo, conquistá-lo e implantar a doutrina de Cristo nesses locais. Como se o Diabo já não fosse um inimigo derrotado... Mas o que Paulo está dizendo não é isso. Ele diz que nós já somos vencedores. Sua recomendação é para que a Igreja resista aos ataques.
Precisamos estar conscientes de que estamos numa guerra espiritual. As pessoas que estão lá fora, no mundo, estão debaixo do poder dos demônios e a Igreja tem que ter consciência disso. Porém, mais do que em qualquer outro momento da sua história, a Igreja deve fincar os pés na Escritura e fazer dela o seu manual prático. O que não puder ser provado pela Escritura, ou deduzido de uma forma legítima da Escritura, deve ser rejeitado e colocado fora. A chamada da Igreja, a essa altura, é para a suficiência da Escritura, e todas as nossas práticas devem passar por esse crivo. A nossa oração é que tomemos uma posição de firmeza sem negar a realidade dessas coisas, combatendo-as biblicamente, tomando toda a armadura de Deus que nos é concedida em Cristo. Que Ele nos abençoe!
Com informações baseadas em estudo do Pr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes -http://solascriptura-tt.org/Seitas/Pentecostalismo/BatalhaEspiritual-OMovimento-Nicodemus.htm

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segunda-feira, 17 de maio de 2010

O que o Novo Testamento diz sobre

Agora temos que ir adiante. Primeiro, falamos do aniversário de Brasília e do clima espiritual pesado dessa cidade. O que nos levou, consequentemente, a discutir a questão dos espíritos territoriais e o mapeamento. E agora, faz-se necessário debater o tema de forma mais ampla, pois praticamente todos os evangélicos, atualmente, falam sobre batalha espiritual, quebra de maldições (“hereditárias” ou não), libertação, espíritos territoriais, mapeamento, e outros temas relacionados.
Em muitas igrejas – inclusive católicas – o exorcismo passou a ser um espetáculo à parte, tendo até mesmo um dia da semana especialmente reservado para si. Elementos de cultos afro incorporados – epa! – à liturgia evangélica, como dirigentes vestidos de branco, água abençoada, sal, rosas etc. Tudo conseqüência de excessos e incompreensões acerca da batalha que, de fato, se trava continuamente nas regiões celestiais. Mas existe muito exagero em certas denominações, nos exorcismos, nas entrevistas com demônios e no poder maligno. O blog “Nani e a Teologia” aborda esse assunto, citando Wayne Grudem e sua “Teologia Sistemática”, destacando os erros das igrejas modernas sobre batalha espiritual (1).
O modelo correto - No Novo Testamento, percebemos que quanto à atividade demoníaca na vida dos cristãos, ou aos métodos de resistir e fazer frente a essa atividade, a ênfase está em exortar ao não pecar, levando uma vida de justiça.
Por exemplo, em 1 Coríntios, diante do problema das "divisões", Paulo não diz à igreja que repreenda o espírito de divisão, mas aconselha simplesmente a falar a "mesma coisa" e a mostrar-se unidos (1 Coríntios 1:10). Diante da desordem na Ceia do Senhor, não se ordena que expulsem o espírito da desordem, glutonaria ou egoísmo, mas simplesmente que esperem "uns pelos outros" e que "examine-se, pois, o homem a si mesmo " (1 Coríntios 11:33, 28).
Podemos encontrar exemplos semelhantes em muitas outras passagens das epístolas. Com respeito à pregação, o modelo do Novo Testamento é sempre o mesmo: embora Jesus ou Paulo expulsassem demônios, não é esse o modelo comum de ministério que se apresenta, pois a ênfase é na pregação do Evangelho (Mateus 9:35; Romanos 1:18-19; 1 Coríntios 1:17-2:5).
Em contraste com a prática da "batalha espiritual estratégica", não se vê no Novo Testamento ninguém que:
(1) convoque ou esconjure "um espírito territorial" ao entrar numa região para pregar o Evangelho;
(2) exija de demônios informações sobre a hierarquia demoníaca local;
(3) diga que devemos crer ou transmitir informações oriundas de demônios;
(4) ensine que as "fortalezas demoníacas" de uma cidade precisam ser derrubadas para que se proclame o Evangelho com eficácia. Antes, os cristãos simplesmente pregam o Evangelho, com o poder de transformar vidas!
Entrevista com o vampiro? Quando Jesus perguntou ao espírito em Gadara qual era seu nome, era apenas para mostrar ao povo que muitos demônios poderiam possuir uma pessoa, como Ele ilustra na parábola da casa vazia. Hoje em dia, já sabemos dessa realidade e não é preciso que o demônio informe qual é o seu nome, de onde veio ou para onde vai, o que veio fazer (basta ler João 10:10!), etc. Até porque ele é mentiroso, e não há porque acreditarmos que tal entidade se chame A ou B. Tem muita gente hoje confiando em informação de ex-bruxos, ex-satanistas etc., que obtiveram tais e tais informações quando estavam ainda sob o poder e influência de Satanás. E dessas informações não precisamos: o que a Bíblia nos ensina é suficiente.
Uma leitura do livro de Atos tem muito a nos ensinar. Quando, por exemplo, Paulo se defrontou com uma jovem possuída por um espírito, não bateu papo com o capeta, mas expulsou-o imediatamente (Atos 16:18). Quando Paulo e Silas foram em cana por pregar o Evangelho, não levaram o fato com “retaliação” do inimigo, mas responderam com cânticos e louvor. Em Corinto, cidade famosa desde a antiguidade pela licenciosidade que escandalizava até os romanos, nenhum apóstolo amarrou “espírito de pornografia” ou de prostituição que supostamente poderia dominar aquele território. Quando chegou a Atenas, Paulo de fato revoltou-se em seu espírito por ver a cidade entregue aos ídolos, mas não rodeou a acrópole nem fez ato profético declarando a libertação do lugar, muito menos ungiu ruas e prédios. Em Éfeso, não se tem notícia dos apóstolos fazendo mapeamento para saber onde estavam as fortalezas satânicas, mas a pregação do Evangelho fez diminuir tanto a idolatria e o comércio dela advindo, que os fabricantes de imagens se revoltaram. Os mágicos se converteram e queimaram seus livros. Em todas essas passagens, a arma era a pregação do Evangelho, e os resultados sempre foram a conversão e a libertação, sem mais estratégias e invenções humanas.
As armas da nossa milícia e a armadura de Efésios - Esses são termos marciais que excitam a imaginação dos mais afoitos. É como o menino que acha bacana o desfile militar, e diz que quando crescer quer ser soldado, inspirado pelas fardas reluzentes, espadas polidas e medalhas faiscantes vistas na parada.
Mas em II Coríntios 10, Paulo diz que as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruir fortalezas. Que fortalezas são essas? Entendo que no contexto geral da carta, o apóstolo está dizendo que não devemos nos fiar na força do raciocínio, da filosofia e da inteligência humanas, mas na Palavra de Deus, que muitas vezes vai de encontro à ciência dos homens. Lembremo-nos de que a Grécia é a pátria da filosofia e do conhecimento, e que Paulo já havia escrito antes aos mesmos coríntios sobre esse assunto (ver 1 Coríntios cap. 1 e 2). Por isso devemos levar “cativo todo pensamento à obediência a Cristo” (2 Co 10:5). Esse é o contexto das armas da nossa milícia.
Quanto à armadura, muitos pensam na armadura medieval, aquela dos cruzados ou do Rei Artur. Uma cobertura completa de metal pesado, uma espadona poderosa, talvez uma lança, machado, etc. Armas para meter medo em qualquer um.
Mas a armadura a que Paulo se refere não é desse tipo. Quase tudo neste texto é para defesa, não ataque. Muito provavelmente Paulo teve essa revelação ao observar o soldado que o acompanhava na prisão, um soldado que está de guarda! Ele não tem arma de ataque! É diferente dos soldados de uma falange grega, que usavam longas lanças, espetando os inimigos lá na frente. A armadura romana capacita o soldado a resistir ao ataque do inimigo! Para o ataque os romanos tinham outras táticas: cavalaria, catapultas, a formação da falange, o revezamento, o lançamento do pilo (uma lança curta e pesada), etc. O soldado romano não tem arma de longo alcance, como arco e flecha, lanças e dardos – pelo contrário, quem usa dardo é o inimigo, por isso devemos usar capacete e escudo. Em Efésios não se fala de pedras ou estilingues, nem de projéteis inflamados, como no filme “Gladiador”.
A única arma relacionada ao ataque em Efésios 6 poderia ser a espada. Mas a espada romana é curta, pouco mais que um punhal ou adaga, apropriada para o combate a curta distância; na prática, é quase uma arma de defesa pessoal. É uma arma para se usar apenas quando o inimigo chega perto o bastante para ser atingido. No mais, todo o resto é para a defesa e proteção: capacete, escudo, couraça, o calçado. O motivo? A guerra já está ganha, o território já está conquistado: o cristão deve guardar o que já domina, para não ser surpreendido. Por isso deve ficar firme e resistir! Essa é a mensagem de Efésios!
Conclusão - Aprendemos, portanto, que o ensinamento apostólico nesse contexto é “ficar firme”. Imediatamente antes de descrever a armadura que devemos usar, Paulo diz: “Finalmente, fortalecei-vos”. A armadura é o ponto final da carta, que começa falando sobre a soberania de Cristo (cap. 1), a salvação que Ele nos provê pela graça e o acesso que agora temos ao Pai (cap. 2). Depois, no cap. 3, aprendemos sobre o mistério de Cristo, que é a Igreja, cujo funcionamento é explicado no cap. 4, com base no comportamento individual detalhado nos cap. 4, 5 e início do 6. Aí sim, depois de tudo isso, devemos ficar firmes nesse entendimento e, para guardar o que recebemos, usamos a armadura, onde o capacete protege nossa mente, o escudo detona os dardos do inimigo e assim por diante.
A estratégia do cristão é ficar firme. É permanecer no ensino dos apóstolos. É resistir ao diabo, depois de se humilhar perante Deus, conf. Tiago 4:7. Para isso é que serve a armadura. Não para sair por aí atacando o inimigo nas suas fortalezas.
Vai ter mais.

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domingo, 9 de maio de 2010

Mapeamento espiritual e espíritos territoriais

Já discutimos antes a situação de Brasília, onde é patente o “bad mojo” espiritual – possivelmente por influência de toda a carga de misticismo que cerca o lugar desde a fundação, torna-se inevitável a pergunta: isto tem a ver com espíritos territoriais? Deve a Igreja fazer o chamado mapeamento espiritual para determinar com exatidão quem são e onde estão os demônios responsáveis por essa situação, para melhor combatê-los?
No livro de C. Peter Wagner “Espíritos Territoriais”, lemos que os espíritos demoníacos ocupam determinados territórios geográficos, que podem abranger países, estados, cidades, bairros, e até casas e ruas. A idéia é que para cada região existam demônios cujo trabalho é cegar as pessoas do local, levá-las à perdição através do ocultismo, Nova Era, astrologia, satanismo, uso de pirâmides, cristais, bruxaria, macumba, etc. O segundo objetivo desses demônios seria oferecer resistência aos esforços da Igreja para entrar na área. Para isso eles cegam e oprimem os crentes.
Outro ponto interessante é o quartel general dos demônios. Peter Wagner defende a idéia de que há um local, conhecido como “trono de Satanás”, onde o líder dos demônios da região tem o seu quartel general e de onde controla os seus subordinados. Por conseguinte, a Igreja não pode progredir, crescer e evangelizar enquanto não neutralizar essas forças espirituais. Seria inútil a Igreja começar uma campanha de evangelismo numa área sem primeiro neutralizar esses espíritos territoriais entrincheirados. Primeiro teríamos que “amarrar o valente” e só depois “saquear a casa”: só assim a Igreja pode entrar, evangelizar e conquistar as pessoas para Cristo.  
A Igreja não deveria ficar na defensiva. Essa é a estratégia missionária da “Batalha Espiritual” associada ao “crescimento da Igreja”. Para eles, a reflexão sobre Efésios 6, mostrando que a Igreja já é vitoriosa e deve defender o território, é inaceitável. Segundo a “Batalha Espiritual”, temos que sair caçando Satanás, conquistando territórios, neutralizando a ação dos demônios e travar uma batalha cósmica nas regiões celestes.
De acordo com esse ponto de vista, a igreja precisa conhecer a região, estudar a história do lugar onde se deseja evangelizar, bem como as características econômicas, políticas, sociais e morais, e discernir a entidade espiritual que ali atua, amarrando-a em nome de Jesus. Assim como se pode ir para uma cidade e mapear as suas diversas localidades e os seus acidentes geográficos, pode-se também fazer um mapa das regiões celestiais. Haveria uma superposição do que está acontecendo nas regiões celestes com o que está acontecendo na terra.Segundo Wagner, nem todo mundo pode ser um guerreiro de oração, se não estiver preparado; Satanás vai devorá-lo no café da manhã. E como ninguém quer ser devorado por Satanás no café da manhã, os crentes vão em massa para o simpósio de “Batalha Espiritual” aprender com os peritos as estratégias e as táticas para enfrentar o inimigo e conquistar seus territórios. Esses peritos ensinam aos crentes os segredos de como atacar, nas regiões celestiais, essas forças espirituais.
Resumindo, o mapeamento espiritual consistiria em descobrir basicamente duas coisas:
a) onde estão localizados os demônios que controlam uma determinada região;
b) quais os nomes deles e suas características.
A idéia é que o conhecimento do nome do demônio dá poder sobre ele. Por isso tanta ênfase ao nome dos demônios. Essa idéia veio, possivelmente, do gnosticismo antigo. Os gnósticos acreditavam que quando se tinha determinado conhecimento, obtinha controle de Deus e podia ter acesso a Ele quando quisesse. Isso, portanto, é um reavivamento de certos aspectos do gnosticismo: quando se conhece o nome de um demônio tem-se autoridade sobre ele.
Radar espiritual - Quanto à questão do trono de Satanás, Wagner ensinou um método para localizá-lo e derrubá-lo. Primeiro, toma-se o mapa da região, divide-o em quadros e anda-se por eles orando em cada um deles. Na área em que a maior opressão se manifestar, onde se torna quase impossível orar, é que está a maior concentração de demônios e ali, possivelmente, estará o trono de Satanás. O que deve ser feito é a promoção de uma corrente de oração trazendo guerreiros de oração para que derrubem o trono de Satanás. Uma vez feito isso, a região estará livre e poderá ser evangelizada com sucesso. No livro “Espíritos Territoriais” há uma ilustração interessante: na fronteira do Brasil com o Uruguai, um cidadão recebeu um folheto, mas ao lê-lo, nada aconteceu. Mas quando cruzou a fronteira e entrou no Brasil, ele se converteu. Explicação: os demônios do lado do Uruguai estavam soltos, ao passo que, no lado brasileiro, eles estavam amarrados. Assim, ninguém se converte enquanto essas entidades não forem anuladas. Essa é a implicação do conceito do movimento de que todo mal existente no mundo é causado pela ação direta de um demônio. Portanto, a solução sempre seria a de atacar os demônios.
Em vários encontros, congressos e simpósios, ensina-se a fazer mapas espirituais; localizar e derrubar o trono de Satanás; orar intercessoriamente, em voz alta, determinando a queda das fortalezas; amarrar demônios pela palavra, especialmente os demônios ligados a vícios em geral, como embriaguez, uso de drogas, etc.; dar ordens diretas aos demônios, repreendê-los e mandá-los para o abismo.
Por acaso, a Bíblia nos relata Paulo escrevendo aos crentes para que fizessem um mapeamento espiritual das cidades onde moravam? Por acaso o Senhor Jesus nos ensina a descobrirmos os nomes dos demônios que oprimem uma nação, a fim de que os amarremos? Você vê Pedro em suas epístolas exortando os cristãos a descobrirem os pontos nevrálgicos de uma cidade a fim de que vençamos Satanás?
As Sagradas Escrituras em momento algum nos ensinam essas estratégias mirabolantes de batalha: em nenhum instante, o Novo Testamento nos concede respaldo teológico para o mapeamento espiritual. O Senhor Jesus Cristo, em nenhum episódio, nos orienta a mapear regiões, ou descobrir nomes de demônios e amarrá-los. O que nos cabe fazer é obedecer integralmente suas ordens pregando o Evangelho integral a toda criatura, crendo que ele é poderoso para a salvação de todo aquele que nele crê, como também para expulsar da vida dos homens toda sorte de espíritos malignos. “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mateus 29:18,19); “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16:15).

Apenas isto é o suficiente!




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quarta-feira, 5 de maio de 2010

Aniversário de Brasilia: capital do Egito?


Mais um aniversário de Brasília está aí, "coincidindo" com outros festejos: Tiradentes, Dia do Índio, Tancredo Neves... Grandes festas e shows são sempre prometidos: Paul McCartney, Madonna, Beyoncé, Santana, U2, Roberto Carlos... mas raramente alguns desses superstars aparece. O que se tem são algumas bandas locais de qualidade musical discutível e uma ou outra atração "global". 
A cidade está "queimada" moralmente; virou sinônimo de corrução e roubalheira. Um tsunami recentemente detonou o então governador Arruda, junto com parlamentares pseudo-evangélicos, e tirou muito da animação e da badalação que em vão os autóctones tentaram divulgar. E tão logo passaram os festejos, tudo continuou na mesma. A TV mostra obras de Niemeyer. Discute-se a favelização do entorno; denunciam-se crimes ecológicos, a especulação imobiliária e a criminalidade, as drogas e a prostituição. Mas não se vê ninguém falar dos altíssimos índices de suicídios, divórcios e males psíquicos e nem do tenebroso clima espiritual que afeta a tudo e a todos nesse cerradão. Por que?
Brasília é cidade singular. Desde o início envolvida em presságios, como a mal-explicada “profecia” de um tal Dom Bosco, sua construção, para muitos estudiosos, foi orientada por mentores espirituais para ser a “Capital do Terceiro Milênio”. A planta e os edifícios evocam dos egípcios aos maias e astecas. Segundo a egiptóloga Iara Kern, tudo em Brasília está relacionado à cabala e ao tarô. Seu livro “De Akhenaton a J.K – das pirâmides a Brasília” mostra as semelhanças da capital brasileira com a antiga Akhetaton, que existiu no Egito há 3300 anos, e questiona: seriam apenas coincidências ou existe algo misterioso entre as duas cidades?
Juscelino e o faraó Akhenaton foi o nome adotado por Amenhotep IV (1375-1358 a.C.), faraó que construiu toda uma cidade em menos de quatro anos, ao substituir a técnica tradicional de grandes blocos de pedra por peças menores, de 40 cm. Akhetaton (que significa “Cidade do Horizonte de Aton”) nasceu para louvor de Aton (deus-sol), transformando em monoteísta a antiga religião egípcia. A geografia e arquitetura de Akhetaton, localizada no centro do país, são muito parecidas com as de Brasília. Como a nossa capital, era organizada em setores, em suas asas norte e sul, como uma ave voando em direção leste - figura de Íbis, uma divindade das pirâmides e dos mortos. Devido ao intenso calor e baixa umidade, foi construído o primeiro lago artificial do mundo, o lago Moeris. Muitos prédios, em forma de pirâmide, possuíam entrada por um corredor escuro no subsolo, onde as pessoas chegavam a uma área iluminada pelo sol, simbolizando a passagem das trevas em direção ao deus Sol.
Na Wikipédia há a informação de que, além de ser maçom e membro da Sociedade Rosa Cruz, JK se dizia ser a reencarnação do faraó Akhenaton, e isso o teria influenciado na construção da cidade mais egípcia fora do Egito. Há relatos de que ele pedia conselhos ao médium Chico Xavier. O ex-presidente diz em um de seus livros que, por volta de 1930 visitou Tel El Amarna, a antiga Akhetaton. Ali, “levado pela admiração que tinha por esse autocrata visionário, cuja existência quase lendária eu surpreendera através de minhas leituras em Diamantina ... vi os alicerces da que havia sido a capital do Médio Império do Egito. A cidade media 8 km de comprimento e dois de largura. À margem do Nilo, jardins verdejantes haviam sido plantados e, atrás deles, subindo a encosta de rocha, erguera-se o palácio do faraó, ladeado pelo grande templo. ... Hoje, tanto tempo percorrido, pergunto-me se essa admiração por Akhenaton, surgida na mocidade, não constituiu a chama distante e de certo modo romântica que acendeu e alimentou meu ideal, realizado na maturidade, de construir Brasília no Planalto Central” (JK, Meu caminho para Brasília, pg. 111).

Todas essas teorias atraíram místicos, sensitivos e seguidores das mais diversas seitas para a Babel que é Brasília. Até que ponto essa ênfase em ciências ocultas, numerologia e enigmas influenciariam o tal “clima pesado” da cidade? Leia e opine.
A CEB (Companhia Energética de Brasília) existe para garantir a luz de casa, a energia para ligar a televisão e esquentar o chuveiro, mandando a conta no final do mês. Sua sede, um edifício de 61 metros de altura em forma de pirâmide, traz em sua estrutura profundas semelhanças com as pirâmides mais antigas do mundo.
Enquanto a egípcia era um templo que guardava energia cósmica, o prédio da CEB simboliza o reservatório de energia elétrica. E vista do alto, o desenho da CEB revela um misterioso pássaro.
O Congresso Nacional faz parte do mistério que envolve Brasília. Sua forma de "H" simboliza o homem ereto, imortal. Duas cúpulas abrigam o plenário da Câmara e do Senado. As conchas teriam a finalidade de captar energia cósmica e telúrica, ou seja, uma recebe “energias” de cima, e outra, de baixo...
Os dois obeliscos do Templo de Luxor teriam inspirado as duas torres do Congresso Nacional?
O alinhamento entre o Congresso Nacional e os prédios ministeriais não foi apenas um detalhe de projeto. Ministros são “guardiões” do Poder e, como tais, devem posicionar-se nas laterais. As estátuas guardiãs (pequenas esfinges) teriam servido de modelo para o posicionamento dos ministérios ao longo do Eixo Monumental e com o Congresso Nacional, o “Templo do Sol e da Lua”, ao fundo?
O 21 de abril, aniversário de Brasília, é comemorado com o nascer do sol exatamente dentro do "H" do Congresso, mostrando um alinhamento astronômico minuciosamente calculado. No fim desse dia, o sol se põe no lado oposto, atrás do Memorial JK. O mesmo espetáculo acontecia no Egito, quando no aniversário do faraó, o sol nascia em cima de seu sarcófago. O de JK, inaugurado, em 1981, além de fotos e objetos pessoais de Juscelino, guarda uma câmara mortuária, um ambiente escuro e lúgubre como somente uma pirâmide poderia ter sido por dentro. O 21 de abril, aliás, é especial para a maçonaria, sendo normalmente escolhido para festejos, inauguração de lojas maçônicas e outros eventos.
Muitos que passam todos os dias pela Rodoviária "do plano" (ao lado) não percebem que a estação faz um contraponto ao “H” ereto do Congresso. Ela possui três níveis e tem a forma da letra H, mas deitado, o que representa o “Homem Mortal”, em três planos distintos: da terra, subterrâneo e aéreo. Mais uma conexão não apenas com o Egito, mas com os templos maias, que também seguiam essa cosmogonia.
O primeiro templo de alvenaria inaugurado em Brasília, em 1958, é conhecido pelo nome de “igrejinha”, entre as quadras 307 e 308 Sul. Apesar de minúsculo, suas linhas arrojadas o diferenciam das demais igrejas; mas há quem diga que tal arquitetura tem semelhança com as construções do Antigo Egito.
O site católico montfot.org, que se auto intitula “associação cultural”, afirma que “a catedral de Brasília desde seu projeto original estava destinada a ser oficialmente um templo ecumênico”. O monumento, de 40 metros de altura,  é sustentado por 16 arcos de concreto armado, circundados por um espelho d'água.  Numa estranha “coincidência”, esse número de colunas corresponde ao valor da carta “Templo” no Tarot e na cabala hebraica, reforçando a teoria de a que a obra foi concebida dentro de simbologias muito antigas. Nessa estranha igreja também há uma passagem subterrânea, que simboliza o caminho das trevas para a luz, mesmo recurso utilizado no “templo” – esse sim, “ecumênico” – da Boa Vontade, uma organização de matizes espíritas e nova-erenses.
A LBV é uma pirâmide de sete lados. Ao lado, uma estrutura faz par com os sinos da catedral. Coincidência? No topo está encravada a maior pedra de cristal do mundo. A luz do sol e a da lua traspassam a gema, “irradiando energia” sobre visitantes. No subsolo, uma “catedral dos espíritos luminosos” tem uma réplica do trono de Akhenaton, um ambiente de penumbra. Desde a sua inauguração, 21 de outubro de 1989 (dia do ecumenismo), é o monumento mais visitado da capital, segundo a Secretaria de Turismo do DF.
O maior edifício piramidal da cidade é o Teatro Nacional (foto ao lado).
Obra de Niemeyer, pode ser considerado parente próximo das mais antigas pirâmides: como na de Kéops, tem em seu interior numerosos labirintos.
Muitos vêem no traçado de Brasília um avião.
Já os ocultistas dizem que “a figura do ‘grande pássaro’ ou mesmo ‘nave’, como muitos mencionam, é moldada pela geometria do Lago Paranoá. A silhueta do lago é o forno, uma espécie de útero que cria e dá forma à nave. O ninho criador. O ‘grande pássaro da paz’, que poderia ser a garça sagrada do Nilo, o íbis (Toth, o deus da sabedoria, era representado com uma cabeça de íbis), ‘Ísis Alada’ ou o seu filho, Hórus, o ‘deus-falcão’, são diferentes denominações para um mesmo desenho no coração do Brasil” (informações retiradas de sites ocultistas disponíveis na internet, que não divulgo aqui para não dar asa a cobra).
Por mim, já enxerguei no mapa de Brasília a foice e o martelo do comunismo, o credo de Niemeyer e Lucio Costa. Aliás, há quem veja o martelo na torre do aeroporto e a foice no Memorial JK.
Muitos pastores atribuem o péssimo clima espiritual da cidade a essa mixórdia. O pr. Hudson Medeiros já comentou sobre a concentração de “deuses das nações”, que vêm no malote diplomático das embaixadas de toda a Terra. Nas redondezas ainda há o tal “Vale do Amanhecer”, uma verdadeira boca do inferno, onde se encontra de tudo, muito. Assim, a batalha espiritual é pesada, muito pesada.
Apesar de tudo, Brasília tem uma das maiores populações evangélicas do país, proporcionalmente. Uma das principais avenidas da cidade, a W3, abriga um sem-número de igrejolas, umas grandes, outras pequenas, muitas minúsculas. A maioria recém-nascidas, inventadas ontem, das revelações especiais de seus “líderes”, quase sempre “ministério do pastor fulano” ou dissidências de outras, nascidas anteontem. Muitas interessadas em que seus “levitas” e seu “louvor extravagante” gravem um DVD, com apresentação do “ministério de dança”. O objetivo é sair do aluguel de uma lojinha ao rés do chão para adquirir um terreno – não importa se legalizado ou não; outras, currais eleitorais, vendem apoio político à destra e à sinistra. Mas todas, invariavelmente, cobram o famigerado dízimo para sustento de seus “sacerdotes” (os “levitas”, curiosamente, não participam da partilha do butim...).
Na capital não se vê um fato até corriqueiro das demais cidades: crentes distribuindo folhetos evangelísticos. É raro, e quando você faz isso, as pessoas se espantam. Não estão acostumadas. Cadê os crentes? Teriam sido engolfados pelo estranho costume brasiliense dos guetos? Em Brasília é assim: há os clubes dos militares, dos funcionários da Câmara, dos funcionários do Senado, dos tribunais, dos bancários, etc. Cada um na sua. E também os dos crentes. Com o agravante de não ser um “gueto” só, mas vários, e pior, com pouco intercâmbio entre si.
Raramente se vê as igrejas unidas. As maiores parecem buscar a auto-suficiência do modelo coreano de mega-igreja, que existe por si e para si, produzindo tudo o que precisa, ou o modelo Lagoinha, que é tudo isso mais o feudalismo “de pai para filho”. Não precisam de outras congregações. Bastam a si mesmas. Quantidade inversamente proporcional à qualidade.
Uma vez por ano, acontece uma marcha. Há um certo agito, aparecem “bandas gospel” com seus shows; vendem-se camisetas, sujam-se as ruas, atrapalha-se o trânsito... mas na semana seguinte, continua tudo como dantes. Drogas, prostituição, marginalidade, homossexualismo, corrupção e os mais altos índices nacionais de depressão, suicídios e divórcios. Onde estão as conversões? Cadê os que foram libertos do misticismo baixo, grosseiro e ignorante que campeia nessa capital do país? Cadê os testemunhos?
Será que toda essa quantidade de crentes é insuficiente para “transformar a cidade”, “ganhar o Brasil para Cristo”? Seriam os poderes das trevas assim tão poderosos para brecar o poder do Evangelho? Seria “a soberba da vida” (I João 2:16) – o desejo de poder e influência – tão atraente assim para envolver políticos evangélicos em escândalos cada vez mais tenebrosos, como roubos, propinas, fraudes em licitações, e até mesmo pedofilia? Se temos proclamado há anos que “o Brasil é do Senhor”, por que a capital do Brasil, ao que parece, ainda é do usurpador?
Em Brasília, o Egito venceu Israel?
O que a Igreja precisa fazer para mudar essa história?

Trecho do livro de Iara Kern:
E se você não acredita, faça uma visita ao Espaço Lúcio Costa, na Praça dos Três Poderes. Na sala da maquete da cidade, é exibido um documentário oficial que narra todos esses fatos. Ou então procure outro livro, chamado, “Brasília Secreta”, da editora Vestcon (www.vestcon.com.br ou 0800-614399).

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sábado, 1 de maio de 2010

Criação ou evolução?

A maior parte dos brasileiros acredita que o ser humano é fruto de uma evolução guiada por Deus, segundo pesquisa Datafolha publicada no jornal Folha de S.Paulo. De acordo com a pesquisa, 59% acreditam que o ser humano é o resultado de milhões de anos de evolução, mas em processo guiado por um ente supremo. A pesquisa entrevistou 4.158 pessoas com mais de 16 anos, com margem de erro de 2%.
De acordo com a pesquisa, a crença na criacionismo é maior entre os entrevistados com menor renda e escolaridade. O número de evolucionistas, que acreditam apenas na teoria da evolução proposta por Charles Darwin, é maior entre aqueles com maior renda e escolaridade: a
penas 8% consideram que a evolução ocorre sem interferência divina. 
Um em cada 4 brasileiros crê em Adão e Eva, e que o homem foi criado por Deus há menos de 10 mil anos. A maioria das pessoas crê em Deus e Darwin. Os 25% de criacionistas da Terra jovem (que atribuem menos de 10 mil anos a nosso planeta de 4,6 bilhões de anos) surpreendem porque o fundamentalismo bíblico, em que as Escrituras são interpretadas literalmente, não faz parte das tradições religiosas do Brasil.
A igreja católica, ainda a mais influente no país, jamais condenou a evolução. Pelo contrário até, o Vaticano vem já há algumas décadas flertando discretamente com o autor de "Origem das Espécies".
Em 1950, o papa Pio XII, na encíclica "Humani generis", classificou o darwinismo como "hipótese séria" e afirmou que a igreja não deveria rejeitá-la, embora tenha advertido para o mau uso que os comunistas poderiam fazer dessa teoria. Em 1996 foi a vez de João Paulo II declarar que a evolução era "mais do que uma hipótese". Boa parte dos evangélicos se limita a apontar "problemas" no neodarwinismo, tentando reservar algum espaço para Deus, que pode ter papel mais ou menos ativo.
Para alguns, Deus pode ser um tipo de “demiurgo” (que se limitou a criar o mundo com todas as suas leis, incluindo a seleção natural) e retirou-se. Para outros, Ele é "Deus ex machina" que interfere o tempo todo, sendo um agente ativo na humanidade, desde o atendimento às orações até o controle dos acontecimentos históricos.
Em tese, qualquer algumas dessas posições se encaixam na afirmação de que Deus e evolução atuariam juntos. A evolução funcionaria como um guarda-sol que abriga de católicos a deístas, passando por entusiastas do "design inteligente", o criacionismo com pretensões científicas.
Teologia intuitiva? Como os adeptos de religiões que defendem a literalidade do Gênesis não chegam nem perto de 25% da população, é forçoso reconhecer que a boa parte das pessoas que abraçaram a hipótese de Adão e Eva o fez seguindo suas próprias intuições, sem prestar muita atenção ao que afirmam suas respectivas lideranças espirituais. Essa impressão é reforçada quando se considera que a adesão ao criacionismo bíblico se distribui de forma generosa entre todos os credos. Umbandistas (33%) e evangélicos pentecostais (30%) ficam um pouco acima da média nacional, mas católicos comparecem com 24% e evangélicos não pentecostais, com 25%.
Uma nota curiosa vai para os que se declaram ateus. Entre eles, 7% também se classificam como criacionistas da Terra jovem e 23% como partidários da evolução comandada por Deus.
Os resultados obtidos no Brasil contrastam com os colhidos nos EUA, mas se aproximam com os de nações europeias. Entre os norte-americanos, a proporção de criacionistas bíblicos chega a 44%. Os evolucionistas com Deus são 36%, e os neodarwinistas puros, 14%. Esses números foram apurados em 2008 pelo Gallup, numa pesquisa que vem sendo aplicada naquele país desde 1982 e que serviu de modelo para a sondagem do Datafolha.
Em relação à Europa, o Brasil se encontra mais ou menos na média. De acordo com uma pesquisa de 2005 do Eurobarômetro, que aferiu o número de pessoas que rejeita a evolução, os criacionistas por ali variam de 7% (Islândia) a 51% (na islâmica Turquia), com a maioria dos países apresentando algum número na casa dos 20%.
Folha/Notícias Cristãs (
http://news.noticiascristas.com/2010/04/um-em-cada-4-brasileiros-cre-em-adao-e.html)

Comentário - O apóstolo Paulo abordou os filósofos em Atenas, centro da filosofia e cultura no primeiro século, demolindo a concepção grega das origens e o ponto de vista evolucionista e politeísta das escolas estóica e epicurista, “duas eminentes correntes filosóficas greco-romanas que eram essencialmente evolucionistas”[1]. O apóstolo mencionou, por três vezes, a atividade criadora de Deus: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação” (Atos 17.24-26).
Não é preciso ir muito além dos escritos de Darwin para encontrar a fonte da teologia da evolução. Em dado momento, Darwin cogitava ingressar no clero da Igreja Anglicana, mas mudou radicalmente por conta de sua incapacidade para entender a presença do mal num mundo criado por Deus, conforme explica: “Parece-me que há muita miséria no mundo. Eu não consigo me convencer de que um Deus benevolente e onipotente tenha intencionalmente criado um gato com a finalidade de caçar um camundongo”[2]. Numa carta escrita a um amigo, ele chegou a denominar e escrever com todas as letras: “Minha divindade ‘a seleção natural’”[3]. Embora os livros didáticos não definam a teologia da evolução, ela pode ser identificada.
Em primeiro lugar, a teologia da evolução forma a base para o dogma do humanismo secular, segundo consta nos Manifestos Humanistas. O Manifesto Humanista I, escrito em 1933, inicia com uma conclamação para a necessidade de se criar uma nova religião que se adapte à era vindoura. Seus dois primeiros pilares de fé consideram “o universo como auto-existente e não criado” e propõem que o ser humano “é uma parte da natureza, o qual surgiu como resultado de um processo contínuo (i.e., evolução)”.[4] “Os humanistas ainda crêem que o teísmo tradicional, particularmente a fé no Deus que ouve orações e que, supostamente, ama e cuida das pessoas, escuta e entende suas orações, e que é capaz de fazer algo em favor delas, é uma fé reprovada e obsoleta. O salvacionismo [...] ainda se mostra nocivo, distraindo as pessoas com falsas esperanças de um céu após a morte. Mentes racionais confiam em outros meios para sobreviver [...] Nenhuma divindade nos salvará; temos que nos salvar a nós mesmos”.[5]
A religião dos humanistas é, portanto, a fé na evolução e, para eles, somente os mais aptos sobreviverão.
Talvez com medo de serem desprezados, alguns teólogos desejam fazer a união da evolução com o Deus da Bíblia, como escreve John F. Haught, God After Darwin: A Theology of Evolution, Boulder, CO: Westview Press, 2000, p. 190-191:
“Uma visão de futuro biblicamente inspirada oferece uma estrutura mais adaptável tanto para a ciência evolutiva quanto para a busca religiosa por significado [...] Em vez de atribuir a Deus um plano “inflexível” para o universo, a teologia evolucionista prefere considerar a “visão” de Deus para o mesmo [...] O deus da evolução não determina as coisas de antemão, nem egoisticamente esconde apenas para Si a alegria de criar...”
Os riscos são altos: as conseqüências são vida eterna ou morte eterna. O plano de Satanás é sagaz; ele quer convencer as pessoas de que são produto de uma força evolutiva impessoal e que, portanto, não são responsáveis perante qualquer ser divino. O conflito não é simplesmente acerca das origens, mas acerca dos destinos.
E isto a igreja católica parece ignorar, ao afirmar que é possível misturar as duas teologias, a bíblica e a evolucionista. Como, aliás, essa instituição tem feito ao longo dos séculos, o famoso “sincretismo”.

Comentário baseado em artigo de William L. Krewson, professor do Instituto de Estudos Judaicos de The Friends of Israel na Philadelphia Biblical University (EUA), publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, maio de 2009.

Notas:
1 Henry M. Morris, The Long War Against God, Grand Rapids: Baker Book House, 1989, p. 211. Na discussão do tema (p. 211-218), Morris faz menciona o diálogo “Timaeus”, de Platão, que revela uma antiga explicação das origens com base no acaso (c. 400 a
.C.).
2 Francis Darwin, org., The Autobiography of Charles Darwin and Selected Letters, Nova York: Dover Publications, 1958, p. 249.
3 id. ibid, p. 62.
4 Humanist Manifesto I, publicado no site: www.americanhumanist.org/about/manifesto1.html.
5 Paul Kurtz, org., Humanist Manifestos I and II, Buffalo, NY: Prometheus Books, 1973, p. 13, 16


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