quinta-feira, 29 de março de 2012

A reunião dos demônios

Dizem que Satanás, como um executivo moderno e eficiente, preocupado com o desempenho de seus subordinados, resolveu convocar uma convenção mundial de demônios, para rever o seu planejamento estratégico e propor novas formas de abordagem para atingir o seu público alvo. Queria ele adotar técnicas mais eficientes para execução de seus objetivos. 
Em seu discurso de abertura na assembléia geral, logo depois do credenciamento e da entrega dos crachás aos participantes, ele subiu à plataforma e disse:
- Saudações, capetas. Observando a situação atual, constatamos que é preciso ajustar nosso plano de ação. Temos que reconhecer que não podemos impedir os cristãos de ir à igreja.
Não podemos impedi-los de ler as suas Bíblias e conhecerem a Verdade.
Nem mesmo podemos impedi-los de formar um relacionamento íntimo com o seu Salvador.
E, uma vez que eles ganham essa conexão com Jesus, o nosso poder sobre eles está quebrado.
Então, este é o plano:
Vamos deixá-los ir para suas igrejas, vamos deixá-los com os almoços e jantares que nelas organizam; mas vamos roubar-lhes o tempo que têm, de maneira que não sobre tempo algum para desenvolver um relacionamento com Jesus Cristo. O que quero que vocês façam é o seguinte: 
Distraiam-nos a ponto de que não consigam aproximar-se do seu Senhor.
- Como vamos fazer isto? gritaram os demônios, preocupados com as novas metas que o diretor-geral lhes impunha.
Respondeu-lhes o capiroto-mor:
- Mantenham-nos ocupados nas coisas não essenciais da vida, e inventem inumeráveis assuntos e situações que ocupem as suas mentes.
Tentem-nos a gastarem, gastarem, gastarem, e tomar emprestado, tomar emprestado...
Persuadam as suas esposas a irem trabalhar durante longas horas, e os maridos a trabalharem de 6 a 7 dias por semana, durante 10 a 12 horas por dia, a fim de que eles tenham capacidade financeira para manter os seus estilos de vida fúteis e vazios.
Criem situações que os impeçam de passar tempo com os filhos.
À medida que suas famílias forem se fragmentando, muito em breve seus lares já não mais oferecerão um lugar de paz para se refugiarem das pressões do trabalho.
Estimulem suas mentes com tanta intensidade, que eles não possam mais escutar aquela Voz suave e tranqüila que orienta seus espíritos.
Encham as mesinhas de centro de todos os lugares com revistas e jornais, mesmo que velhos e de conteúdo nulo.
Bombardeiem as suas mentes com notícias, 24 horas por dia. 
Invadam os momentos em que estão dirigindo, fazendo-os prestar atenção a cartazes chamativos. 
Inundem as caixas de correio deles com papéis totalmente inúteis, catálogos de lojas que oferecem vendas pelo correio, loterias, bolões de apostas, ofertas de produtos gratuitos, serviços, e falsas esperanças. 
Lotem seus e-mails de besteiras, correntes e piadinhas.
Providenciem para os filhos deles amizades mundanas, ofereçam aos jovens atrativos e diversões que façam a Igreja parecer chata, vazia e sem graça. Até mesmo quando estiverem em momentos de lazer, que seja tudo feito com excessos, para que fiquem exaustos!
Mantenham lindas e delgadas modelos nas revistas e na TV, para que seus maridos acreditem que a beleza externa é o que é importante, e eles se tornarão insatisfeitos com suas próprias esposas. 
Mantenham-nos de tal modo ocupados que nem pensem em andar ou ficar na natureza, para refletirem na criação de Deus. Ao invés disso, mandem-nos para parques de diversão, acontecimentos esportivos, peças de teatro, concertos, ao circo e ao cinema, à boate e à balada. 
Digam a eles que não há nenhum problema em fazer desfile de moda, festival de música, festa junina; podem fazer bailes, festa de Haloween, e até de carnaval. Convençam-nos que não tem nada de  mais fazer luta-livre e vale-tudo dentro dos templos. Mostrem-lhes que os cristãos também precisam se divertir. 
Encham suas reuniões de música pesada, agitada, para que seus ouvidos não ouçam a voz do Pastor de suas almas. Façam com que eles promovam para si bailes funk, rodas de pagode, festivais de hip-hop, mas lembrem-se de dizer que tudo é gospel, tudo é para Jesus. Assim fica mais fácil de nos engolirem!
Mantenham-nos ocupados, ocupados, ocupados.
E quando se reunirem para um encontro, ou uma reunião espiritual, envolvam-nos em mexericos, fofocas, intrigas políticas e conversas sem importância, para que, ao saírem, o façam com as consciências pesadas.

Mantenham as esposas demasiadamente cansadas para amarem seus maridos à noite, e dê-lhes dor de cabeça também. Se elas não derem a seus maridos o amor que eles necessitam, eles então começarão a procurá-lo em outro lugar e isto, sem dúvida, fragmentará as suas famílias rapidamente.
 Soprem em seus ouvidos filosofias baratas, psicologia, auto-ajuda, para que a convicção do pecado vá desaparecendo aos poucos, até que eles passem a tolerar nossa presença sem se incomodar.
Façam com que se preocupem em assumir posições de poder no governo e na sociedade, para que se esqueçam de que para ser o maior precisam ser o menor. Encham suas mentes com desejos de prosperidade aqui e agora, para que não ajuntem tesouros no céu!
Dêem-lhes Papai Noel, para que esqueçam da necessidade de ensinarem aos seus filhos o significado real do Natal.
Dêem-lhes o Coelho da Páscoa, para que eles não falem sobre a Ressurreição de Jesus  Cristo, e o Seu poder sobre o pecado e a morte.
Encham as vidas de todos eles com tantas causas nobres e importantes a serem defendidas que não tenham nenhum tempo para buscarem o poder de Jesus.
Muito em breve eles estarão buscando, em suas próprias forças, as soluções para seus problemas e causas que defendem,  sacrificando sua saúde e suas famílias pelo bem da causa. Isto vai funcionar!! Vai funcionar!!

A reunião terminou em euforia, com os demônios ansiosamente partindo para cumprir as determinações do chefe. De ânimo renovado, voaram por todas as direções, para fazer com que os cristãos, em todo o mundo, ficassem mais ocupados e mais apressados, indo daqui para ali e vice-versa, tendo pouco tempo para Deus e para suas famílias, não tendo nenhum tempo para contar aos outros sobre o poder de Jesus para transformar vidas.

Creio que a pergunta que fica é:
Terá o Diabo sucesso nas suas maquinações?

 (recebido por e-mail - adaptado)

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sexta-feira, 23 de março de 2012

Arca da Aliança, levitas, shofar, tallith, kippah, menorah...

Por falar em elementos estranhos ao culto cristão, como danças e adoração “extravagante”, lembramos de outras “inovações” baseadas em “novas revelações” que vêm transformando os templos evangélicos em verdadeiros mausoléus do sincretismo religioso. Um exemplo é a Arca da Aliança. Como se não bastasse Indiana Jones tê-la redescoberto no filme de Steven Spielberg, agora resolveram trazê-la de volta para a igreja.
James Boice, em seu livro “O Evangelho da Graça”, dá uma bela explicação sobre a Arca e seu significado, uma figura de Cristo no Antigo Testamento: é como se Deus olhasse lá de cima para a Arca e, entre os querubins, visse a Lei que foi quebrada pela humanidade. Essa visão só traz condenação ao homem. Porém, uma vez por ano, no dia da expiação, era feito o sacrifício de um animal e o sangue era aspergido sobre o propiciatório. Aí, quando o Senhor olha para a Arca, Ele vê o sangue da vítima inocente que foi derramado. A propiciação fora feita e Deus salvaria todos aqueles que fossem a Ele pela fé naquele sacrifício. Isto tudo apontava para Jesus.
Por mais bela que seja essa descrição, esse tempo passou. O escritor de Hebreus afirma que tudo isso era figura e sombra das coisas celestes (Hebreus 8:5). Ele mostra nos capítulos 9 e 10 que Cristo cumpriu plenamente o que era figura, e agora temos o que é real. O apóstolo João corrobora este pensamento quando afirma que “ele é a propiciação pelos nossos pecados” (I João 2:2).
Mas os adeptos da onda judaizante ignoram tudo isso, e além de trazer a arca, já trouxeram de volta também o altar, e estão tocando nele toda hora.
Resgataram os levitas, embora a Bíblia seja claríssima ao dizer que levita é só quem descende da tribo de Levi, separado especialmente para o serviço no Tabernáculo e depois no Templo de Jerusalém. Duas instituições já extintas e superadas pelo Novo Pacto que Jesus assinou com Seu próprio sangue. No rasgar do véu ficou consignado o fim daquela dispensação e, portanto, não existe mais levita no culto cristão, doa a quem doer (leia mais sobre isso aqui).
A Nova Aliança, da qual fazemos parte, tornou o sacerdócio levítico caduco. O autor de Hebreus diz que o sacerdócio da ordem de Arão foi revogado. Diante da superioridade de um sacerdote que é eterno (Hebreus 7:24), mediador de uma Aliança  superior (8:6), ele conclui que o sistema anterior não podia ser aperfeiçoado (7:18,19). A Nova Aliança envelheceu a primeira (8:13). Assim, fazer referência a essa instituição – levitas – em cultos neo-testamentários é exaltar as sombras que passaram, que não aperfeiçoam (10:1) e são fundadas no que é terrestre e passageiro (8:2).
Também esqueceram de dizer aos “levitas” que eles têm que ser sustentados integralmente pelos dízimos dos fiéis enquanto estiverem “em serviço”. Você conhece algum “sacerdote” moderno que, ao recolher a dinheirama, reparte em 5 partes, fica com uma, dá outra para os “levitas”, e destina os outros 3/5 da arrecadação para as viúvas, órfãos e pobres? Conf. Números 18:24, 30; 31:30, 47; Neemias 10:37, 38; 12:47; 13:5; Ezequiel 48:12. Eu não conheço, se você conhece, me apresenta, por favor.
Ignoram que o faxineiro, o vigia, o jardineiro, o porteiro, a cozinheira, os professores, o cara do som, o zelador, o tesoureiro, os seguranças, todos eles também deviam ser chamados de levitas, e portanto, com direito ao dízimo arrecadado, sendo integralmente sustentados dessa forma, conf. I Crônicas 9:26, 31; 26:20; II Crônicas 23:4, 7; e 34:13. Pois os levitas não eram apenas cantores ou músicos! Mas nada disso parece interessar, e foram adiante ressuscitando o shofar também.
A palavra shofar aparece 72 vezes no Antigo Testamento. É interessante como parte da cultura judaica, da história de Israel. Mas não tem poder nenhum, nem mesmo se tocado por “ungidos”. Não tem parte no culto cristão, doa a quem doer. Não anuncia batalha, não expulsa demônio, não traz unção. 
Pode trazer emoção, mais nada. Senão Paulo teria escrito em Efésios 5:19, 20: “falando entre vós em salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, sempre dando graças por tudo a Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo e tocando shofar, e em Colossenses 3:16, “com salmos, hinos e cânticos espirituais acompanhado de um toque de shofar, louvando a Deus com gratidão em vossos corações”...
Nada contra o shofar; mas também, nada a favor! Se for em alguma música cujo arranjo comporte um toque de shofar, tudo bem; quem sabe, “Vem com Josué lutar em Jericó”? Se é que alguém ainda se lembra dessa... agora, ficar tocando esse negócio a toda hora, sem mais nem menos, sob pretexto de “batalha”, que “demônios fogem ao som dele”, ou que é símbolo de unção... aí já é demais. 
O louvor e a adoração comunitária, coletiva, não pedem nenhuma dessas coisas: levitas, shofar, danças, bandeiras de Israel, uma arca tosca, de papelão coberto com celofane... nada disso é necessário. Apenas mentes e corações contritos e devotados a oferecer ao Senhor gratidão, ações de graças, devoção sincera traduzida na adoração pura e simples, em espírito e em verdade!
Nem mesmo instrumentos são necessários: a Bíblia relata que Jesus e os apóstolos, na última noite, cantaram um hino (Mateus 26:30 e Marcos 14:26) – provavelmente a capella – e Paulo e Silas, no xilindró, sem nenhum instrumento cantavam hinos que impactaram os outros presos e o carcereiro (Atos 16:25).
(Ou então, “empaquitaram”, como dizem certos “obreiros”... aqui também... e aqui... mas, chega de tosqueira!)...
Voltando a falar sério, vemos com tristeza que ainda há muita gente presa à aparência, de coisas visíveis, e como se já não fosse demais tantos templos, ainda por cima reconstroem uma réplica do Templo de Jerusalém (chamando-o de Templo de Salomão quando na verdade é uma cópia do de Herodes!), contendo não apenas uma arca falsificada como também o próprio véu que Jesus já rompeu! Digo falsificada porque a original não podia ser tocada, como lemos em II Samuel 6:6-7. Essas de agora, qualquer Zé Ruela pega, carrega pra cá e pra lá, senta em cima... que palhaçada, ou é de verdade ou é de mentira! É que nem o óleo da unção, uma coisa sagrada que só podia ser manipulada pelos filhos de Aarão (Êxodo 30:31-38), e agora um Mané da esquina pega óleo de soja no mercado, diz que é ungido, abençoado, consagrado, e taca na cabeça das pessoas, no sabonete e na carteira do freguês, como garantia da bêncão! Tudo à sombra de um menorah de plástico vagabundo.
Para mim isto é mais do que heresia. Estão brincando com coisas sérias. Interessante é que alguns “líderes” adotaram o kippah e o tallith achando que são bíblicos (coitados, não descobriram que isso é um costume medieval e nada tem a ver com as Escrituras). Me admira que ainda não praticam a circuncisão, ainda não deixam a barba crescer, ainda não usam as costeletas enroladas, os chapéus de pele e as roupas pretas dos rabinos... melhor parar por aqui, imagina se eles gostam da idéia...
Quando a Igreja adota práticas e costumes que não lhe pertencem, está pecando. Não era isso o que acontecia entre os gálatas? Eles não estavam prestes a voltar aos rudimentos da lei, às ordenanças cerimoniais? Os judaizantes não os pressionavam para que se submetessem novamente àquilo que era sombra? Não foi esse o motivo de Paulo ter resistido a Pedro face a face? Eu até acho que é importante a Igreja conhecer as festas de Israel, pelo seu caráter profético, que aponta tanto para a primeira como para a segunda vinda de Jesus, mas daí a praticá-las... acho que não tem cabimento.
Os cristãos primitivos, mesmo sendo na maioria israelitas, não as praticavam como Igreja. Talvez – talvez, pois a Bíblia não relata nada nesse sentido, estou apenas especulando – participassem delas como festividade étnica, cultural, de caráter estritamente judaico enquanto manifestação própria de seu povo, se é que participavam – não sei. Mas tudo aquilo perdeu o sentido religioso para o cristão, pois Jesus deu à Igreja apenas um momento de celebração, que é a Ceia. Talvez por isso a Bíblia relate que Paulo fez “um voto” na cidade de Cencréia (Atos 18:18), apenas para externar aos judeus que ele não deixara de ser judeu. Paulo entendia plenamente que tais práticas já estavam superadas.
Ele foi categórico ao afirmar que, mesmo se um anjo do céu pregasse algo além do que os gálatas já haviam recebido, fosse considerado maldito (Gálatas 1:6-9). Por mais impressionantes e pirotécnicos que sejam os movimentos e “novas unções”, a Igreja de Cristo deve rejeitar toda e qualquer idéia que queira “roubar” a glória da cruz e a simplicidade do evangelho de Jesus Cristo. Roguemos a Deus que nos dê discernimento para julgar todas as coisas, à luz da Escritura.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Mais vacas sagradas evangélicas

No início de janeiro, vi no Youtube um culto da “virada de ano”, em que dançarinas vestidas de branco (como reza a tradição mundana do “reveillon”) se contorciam ao som “do louvor”. Achei aquilo o fim da picada, pois esse negocio de “adoração com dança” é totalmente despropositado. Não tem nada a ver com louvor e adoração, embora tentem achar na Bíblia defesa para isso.
Ainda me lembro a primeira vez em que alguém tentou justificar “dançar para Deus”. Conversando sobre louvor, alguém me disse ter lido um livro que dizia que a adoração tem que transbordar, extravasar, da nossa vida. Não pode ficar restrita ao “período de louvor” na igreja, mas fazer parte da semana, como uma fonte de alegria. Até aí tudo bem. Mas quando ele disse que esse “extravasar” é que é a fonte ou raiz da “adoração extravagante”, me acendeu a luz amarela. Perguntei a ele se não estava trocando um “s” por um “g”: adoração “extravasante” era o que ele queria dizer, no sentido de extravasar e transbordar, e não “extravagante”. Ele disse que era extravagante mesmo, que a gente pode até ser chamado de louco ou esquisito, que o importante é adorar, não importando onde, nem como. E me mostrou um “boletim da igreja”, onde o pastor escrevera que à hora que se quisesse poderia dar um grito, ou até mesmo “um tiro” em louvor e adoração. Achei melhor mudar de assunto. Ponto, parágrafo.
Algum tempo depois, outro irmão disse que na casa de Deus deve haver liberdade. Se quisermos pular e dançar, que mal há nisso? Davi dançou, disse ele, e Miriam também. Por isso a igreja tem que ter um “ministério de adoração com danças”, justificou. Não falei nada, para não ser tachado de rebelde ou de estar “fora da visão”. Sei como é isso; já fui chamado de “tradicional” pelos “renovados” e de “pentecostal” pelos tradicionais... mas vejo que essa “adoração extravagante” e “louvor com danças” vêm se transformando em “vacas sagradas evangélicas”, que não admitem crítica, como os ungidos do Senhor”, o dízimo de Abraão e o de Jacó e os “atos proféticos” parte 1 e 2. Vamos ver do que vão me chamar agora.
O modelo de adoração da Igreja neotestamentária não tem nada extravagante. O que aprendemos nas epístolas sobre louvor e adoração está em Efésios 5:19, 20 (“falando entre vós em salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, sempre dando graças por tudo a Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”), e Colossenses 3:16 (“com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão em vossos corações”).
A Igreja primitiva usava em seu “período de louvor”, se é que existia, “salmos” - como se sabe, passagens bíblicas com expressões de adoração e louvor a Deus, como por exemplo, o que hoje numeramos como 19, ou o 147, ou mesmo o 23. Alguns Salmos anunciavam Jesus, como o 2 e o 22. É provável que os cristãos do primeiro século tenham percebido isso e até usado como tema de pregação. Sabe-se também que os Salmos tinham melodia, embora não saibamos se havia instrumentos no culto primitivo.
Hinos, havia muitos, e há o relato de que Jesus e os discípulos, após a última ceia, cantaram um deles (Mateus 26:30; Marcos 14;26), e Paulo e Silas, presos, “cantavam hinos” (Atos 16:25). Com certeza não eram “músicas gospel da moda”. Duvido que essas tenham o poder de mudar alguma situação, ou chegar até o Trono, embora pretendam estar diante dele.
E os cânticos que Paulo cita em Efésios e Colossenses eram espirituais, o que, na minha opinião, exclui as manifestações físicas de coreografias, o “vira para o seu irmão e diz assim”, as “danças” e outras inovações modernas.
Por fim, o louvor sempre deve dar “graças por tudo a Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”. Não sei bem se é isso que acontece por aí.
Sobre danças, é preciso dizer que nem Miriam nem Davi, citados como exemplos de “dança para o Senhor”, nenhum dos dois estava no templo. Na época de Miriam, não havia nem o Tabernáculo. A sua, digamos, “comemoração espontânea”, foi ao ar livre, e embora em agradecimento ao milagre da saída do Egito, foi um ato de natureza cívica, e não em um culto. Este, enquanto manifestação religiosa, era dirigido por Aarão e pelos levitas, em outras circunstâncias.
Na cultura oriental a dança era manifestação popular, geralmente liderada pelas mulheres. Foi o caso de Miriam (Êxodo 15:20), da filha de Jefté (Juízes 11:34), das mulheres de Judá (I Samuel 18:6). Ao que parece, o povo saía em passeata dançando em roda (Juízes 21:21 e 23). Até hoje manifestações e celebrações judaicas envolvem danças, mas não são bíblicas - são culturais - e não são para o culto cristão.
E Davi, ao saltar pelas ruas, obteve resultados muito mais negativos do que positivos, e também foi fora do ambiente do culto, quando do transporte da Arca para Jerusalém, no início do seu reinado.
Davi cismou que, além de rei, também era sacerdote. Esqueceu-se (ou talvez não soubesse) da lambança de Saul, que não esperou por Samuel e ofereceu sacrifícios a Deus, sendo duramente repreendido pelo profeta (I Samuel 13). Davi fez uma gambiarra: não seguiu a determinação divina (transportar a Arca por meio de sacerdotes a pé). Ele “inovou” e a pôs sobre uma carroça, como os filisteus. Fica aqui uma advertência aos “líderes” e “levitas” que buscam inspiração na modernidade, nos “costumes dos filisteus”, e não na Bíblia. Aos que buscam métodos mais eficazes e produtivos, mesmo que sejam de origem pagã.
O resultado foi a morte de Uzá. Davi temeu, e largou a arca lá em Obede-Edom mesmo... Mas como Obede-Edom depois foi abençoado, ele viu que era bom negócio tê-la por perto, e mandou o pessoal ir buscá-la. E ainda aprontou outra: querendo dar uma de levita, vestiu parte da roupa que a tribo sacerdotal usava nas cerimônias religiosas – “cingido dum éfode de linho” (II Samuel 6:14). Mas errou feio: Deus mandava que o sacerdote (coisa que Davi não era) usasse “túnicas”, “tiaras” e “calções de linho, para cobrirem a carne nua; estender-se-ão desde os lombos até as coxas” (Êxodo 28:4 e 42). Davi ignorou isso, e como “dançava com todas as suas forças diante do Senhor” (I Samuel 6:14 )... sem o traje completo que Deus ordenara... o resultado você pode imaginar.
“Mical, filha de Saul, estava olhando pela janela; e, vendo ao rei Davi saltando e dançando diante do Senhor, o desprezou no seu coração” (6:16). Muitos dizem que Mical era da igreja “tradicional”, por não aceitar o “louvor extravagante” e “danças”, e que foi bem-feito ela ficar estéril “como castigo”, pois desprezou Davi. Eu também não entendia porque ela havia desprezado Davi; afinal, Davi estava alegre, o povo estava alegre, o quê que tem dançar?
Mas a razão do desprezo de Mical vem logo a seguir. Mical desprezou Davi porque a conduta, a postura dele, não era louvável, era indigna de um rei, “descobrindo-se hoje aos olhos das servas de seus servos, como sem pejo [isto é, sem vergonha] se descobre um indivíduo qualquer” (6:20). Quer dizer, sem usar os calções (cueca ou ceroulas) que Deus mandava o sacerdote usar... Davi usava o manto, sem nada por baixo! Mical, obviamente reprovou isso, e com certeza Deus também, pois o que Davi fizera era o mesmo que Uzá: desrespeitou a santa lei dada a Moisés com respeito ao culto, conf. Êxodo 28:43: “isto será estatuto perpétuo para ele [Aarão] e para a sua descendência depois dele”. Davi não era levita, nem sacerdote, nem descendente de Aarão, e não tinha nada que inventar ali.
Em Sua soberania, Deus puniu Uzá e poupou Davi, mas isso não nos autoriza a ir além da Palavra. Apesar disso, Davi disse que não estava nem aí, que ia dançar mesmo, pronto e acabou (vs. 21, 22); mas assim como o dízimo de Abraão e o de Jacó, não se tem notícias de repetição do fato. Talvez o rei tenha aprendido a lição, como no caso do censo (II Samuel 24). Só porque Davi era Davi não quer dizer que Deus aprovava tudo que ele fazia.
Outro dia um sujeito deixou um comentário na postagem sobre a Pamela, dizendo que “Deus criou o funk, a timbalada e outros ritmos”, e que nós não podemos criticar esse ou aquele estilo. De fato, Deus deu dons aos homens, como a capacidade de produzir arte e se expressar. Mas nem toda forma de arte é apropriada à adoração. Por exemplo, a escultura. Pode ser usada, e foi, na decoração do templo e na própria Arca da Aliança, mas como objeto de adoração e culto é terminantemente proibida, que me perdoem, mais uma vez, os católicos. Certas formas musicais, por apelarem mais ao corpo que ao espírito, também são indevidas (vou falar disto em outro artigo, este já está comprido demais). E a dança também, não se aplica ao culto. É uma forma de arte não apropriada ao ambiente. Jesus disse que deveríamos adorar em espírito e em verdade: alguém aí por acaso é capaz de dançar em espírito? Há, portanto, que se separar dança, coreografias, teatro, performances musicais, que podem ser úteis para evangelização e pregação, do louvor e adoração, onde nem tudo que parece bom e “artístico” pode ser admitido. Insistir nisso é se nivelar com os católicos, que afirmam que suas imagens não são para adoração, só para veneração... me ajuda aí.
Apesar de alguns pastores forçarem a barra (talvez por suas esposas e filhas fazerem parte de tais “ministérios”), não existe isso no Novo nem no Velho Testamento, quando foram organizados o culto no Tabernáculo e  mais tarde no Templo de Jerusalém. Davi estabeleceu turnos de músicos, cantores e outros serviços, mas nunca se ouviu falar de “dançarinos”.
A dança de Davi foi um evento isolado e individual. Não foi feita por um grupo que ensaiava para se apresentar regularmente no Templo. Não existiam levitas que se dedicavam ao ministério da dança litúrgica. Muito menos nos cultos da Nova Aliança! Davi cairia de costas se visse o que se inventou com base naquele dia em que ele saltou de alegria diante da Arca.
Toda a nossa vida deve ser um culto a Deus (I Coríntios 10:31). Mas nem tudo que cabe na minha
vida diária como culto a Deus caberia no culto público. 
Posso plantar bananeira ou chorar com a cara no chão “para a glória de Deus” no meu quarto, mas não se justifica isto no culto público. Cabia perfeitamente a Davi dançar de alegria naquele dia, na procissão de vitória, nas ruas de Jerusalém (desde que usando ceroulas). Todavia, não o vemos fazendo isto no templo, durante os cultos estabelecidos por Deus (mesmo usando ceroulas). 
Davi dançou nas ruas de Jerusalém, algo espontâneo e do momento. Ele não marcou um culto para dançar de alegria perante o Senhor, nem ensaiou um grupo de dança, simplesmente porque não havia danças que fizessem parte do culto. Dança nunca jamais foi sequer lembrada em qualquer atividade relativa à adoração! Os apóstolos e os primeiros cristãos entenderam desta forma, pois não há danças no Novo Testamento. Adoração com dança é uma tremenda forçação de barra!
Não existe isso de “danças no culto” como forma de adoração, doa a quem doer, muito menos “adoração extravagante” e, ainda por cima “dança profética” – de fato, um desdobramento óbvio da “dança no culto” + “adoração profética”, mas uma aberração tão bizarra e extra-bíblica que nem vou comentar mais.

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sexta-feira, 2 de março de 2012

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NOTA:
Escrevi este texto, com base no livro “Gideão - Uma Mensagem de Alerta”, da Chamada da Meia Noite, exclusivamente para publicação no blog “Este Mundo Jaz no Maligno”. É um resumo, um tipo de adaptação para o formato de blog. Depois pensei em republicá-lo aqui, na seqüência da série “Doa a Quem Doer Vai ao Cinema”. Mas aí aparece um sujeito que pega o texto no “Este Mundo Jaz no Maligno” e o publica - sem autorização nem citação da fonte, como costuma fazer esse pessoal - e espalha pela Internet e agregadores de conteúdo. De modo que esta pequena introdução serve apenas para informar que este é o texto original, não a cópia pirata que circulou há pouco tempo. Esclareço que não ganho nada com isso, mas que um pouco de respeito ao trabalho alheio seria bom na blogosfera, ainda mais na que se diz “evangélica”.
Mas vamos lá.
O filme “300” mostra a epopéia de um grupo de soldados de Esparta contra a invasão persa, ocorrida em 481 a.C. Trata-se de uma história que marcou o momento em que os gregos deixaram de ser uma confederação de cidades inimigas e formaram um grande império, como profetizado por Daniel um século antes (leia Daniel, caps. 7 e 8).
Mas a Bíblia fala de outros 300 homens, igualmente decisivos, que viveram 700 anos antes dos heróis espartanos, quando Israel era governado pelos Juízes: época de adaptação à terra de Canaã, um período em que as pessoas resolveram que era melhor fazer o que lhes dava na cabeça: “Naqueles dias não havia rei em Israel; cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos.” (Juízes 21:25).  O resultado dessa rebeldia foi que Deus deixou que os israelitas sofressem nas mãos de diversos opressores. Houve então um homem chamado Gideão, que Deus usou para libertar Israel dos vilões do momento, os midianitas (da terra de Midiã).
A história é contada nos capítulos 6 a 8 do livro de Juízes. Depois que Deus chamou Gideão, este juntou um grande exército para combater os midianitas. Mas Deus lhe disse que era muita gente, e que se a guerra fosse travada dessa forma, os soldados iriam dizer que foram eles que tinham vencido. Por isso Deus disse que queria um exército bem menor. E veja como Ele determinou quem deveria ficar para a batalha e quem deveria retornar para casa...
Juízes 7.5-6: “Fez Gideão descer os homens às águas. Então o Senhor lhe disse: Todo que lamber as águas com a língua, como faz o cão, esse porás à parte; como também a todo aquele que se abaixar de joelhos a beber. Foi o número dos que lamberam, levando a mão à boca, trezentos homens; e todo o restante do povo se abaixou de joelhos a beber as águas”.
300 homens estavam determinados a alcançar o objetivo e não perderam tempo se abaixando para beber, mas pegaram água com a mão levando-a à boca. Aí imaginamos o que Pedro quis dizer ao falar sobre o dia da volta de Jesus, advertindo a Igreja: “...esperando e apressando a vinda do dia de Deus” (II Pedro 3:12). Temos essa mesma atitude diante da volta de Jesus? É Sua vontade que estejamos alertas, como Ele diz em Lucas 12:35-36: “Cingidos estejam os vossos corpos e acesas as vossas candeias. Sede vós semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das festas de casamento; para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram”.
Mas facilmente ficamos ocupados com besteiras! Alvos pessoais, conta bancária, indiferença, pecados de estimação... coisas que nos fazem perder o alvo. Nos dias de Gideão também havia muitos com os olhos voltados para as coisas do seu tempo, ao invés de olharem para o Senhor e Sua tarefa. “Cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos”.
Muitos se ajoelharam prazerosamente junto à água para descansar. 10.000 pretendiam ir à guerra, mas no final não puderam porque tinham dobrado seus joelhos diante das coisas do presente. Esse foi o sinal exterior de que não estavam preparados interiormente. O Senhor conhece nossa estrutura, e nos exorta: “Portanto não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? ou: Com que nos vestiremos? porque os gentios é que procuram todas estas cousas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:31-33).
Se, ao final, observarmos o comportamento daqueles 300 que beberam rapidamente, para não perderem tempo na realização da tarefa, percebemos que eles não eram mais inteligentes nem melhores, nem mais fortes ou corajosos do que os outros – mas estavam livres e dispostos a servir. Com ardente zelo, eles tinham em mente exclusivamente o objetivo de Deus. Não tinham mais outros alvos, mas seu coração era voltado inteiramente para a causa de Deus.
Você está disposto a lançar fora e deixar de lado tudo aquilo que o atrapalha? Se o Senhor perguntasse a você neste momento: “Você quer fazer parte dos covardes e medrosos?”, você certamente responderia com um definitivo “Não!” Então, aja de acordo e lance fora o medo em nome de Jesus! E, se Ele continuasse perguntando a você: “Olhe, sobraram 10.000: você quer pertencer àqueles que se ocupam em primeiro lugar com as coisas terrenas, ou prefere estar entre os 300 que levaram consigo somente as ‘provisões’ necessárias e a ‘trombeta’?”, qual seria a sua resposta? ... que você responda agora com coração sincero: “Senhor, também quero fazer parte desses 300. Quero estar preparado para quando vieres”!
Juízes 7:16,19-20 diz: “Então repartiu os trezentos homens em três companhias, e deu-lhes a cada um nas suas mãos trombetas, e cântaros vazios, com tochas neles... Chegou, pois, Gideão, com seus cem homens, às imediações do arraial, ao princípio da vigília média, quando os midianitas acabaram de trocar as guardas; e tocaram as trombetas, e quebraram os cântaros, que traziam nas mãos. Assim tocaram as três companhias as trombetas e despedaçaram os cântaros; e seguravam nas mãos esquerdas as tochas e nas mãos direitas as trombetas que tocavam; e exclamaram: Espada pelo Senhor e por Gideão!”
O que aconteceu? Os homens tinham tochas escondidas nos cântaros. Mas, exatamente no momento em que tocaram as trombetas, os cântaros foram quebrados e a luz das tochas iluminou tudo: uma alegoria da transformação do arrebatamento. A luz de Cristo está em nós; somos como cântaros (vasos) que carregam a luz do Evangelho. Jesus é a luz do mundo, e disse àqueles que O aceitaram: “Vós sois a luz do mundo” (Mateus 5:14). Por enquanto essa luz ainda está escondida, em maior ou menor grau, pelo vaso da nossa carne. Mas, no momento em que a trombeta de Deus for tocada para o arrebatamento, nosso corpo será transformado (como os cântaros que foram quebrados naquele tempo), e seremos arrebatados ao encontro de Jesus, para estarmos com Ele para sempre (I Tessalonicenses 4:17). Então, tudo será somente luz. Tudo resplandecerá em Sua glória. Não haverá mais pecado, porque o vaso da nossa carne não estará mais presente. Em I Coríntios 15:50 está escrito que “carne e sangue não podem herdar o reino de Deus”. Por isso, seremos transformados, pois o cântaro do nosso corpo tem que ser quebrado. Somente por ocasião da transformação e do arrebatamento se tornará visível o que a Bíblia diz em Mateus 13:43: “Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai”.
Somente depois de tocada a trombeta e quebrados os cântaros (arrebatamento) entrou em ação a espada do Senhor (Juízes 7:20): quando a luz das tochas iluminou o acampamento inimigo, os israelitas gritaram: "Espada pelo Senhor e por Gideão!" A “espada pelo Senhor”, porém, aponta profeticamente para o “dia do Senhor”, ou seja, para o tempo da Tribulação, na qual o Senhor vai julgar o mundo, porque as nações se ajuntarão contra Israel. Lemos em Jeremias 25:29: “...porque eu chamo a espada sobre todos os moradores da terra, diz o Senhor dos Exércitos”. E, como os midianitas fugiram apavorados e começaram a se matar (cf. Juízes 7:21-22), também durante a Tribulação as pessoas tentarão escapar do juízo da ira de Deus (Apocalipse 6:15-17). Antes, porém, a Igreja de Jesus será arrebatada e transformada. Leia mais sobre isto aqui
Diante da iminente retirada da Igreja de Jesus, você está disposto a tomar essa decisão, como Gideão e seus 300? Lemos em Juízes 7:8a: “Tomou o povo provisões nas mãos, e as trombetas. Gideão enviou todos os homens de Israel cada um à sua tenda, porém os trezentos homens reteve consigo”. A caminho do arrebatamento, leve somente as “provisões” - a Palavra de Deus, e prontidão para o arrebatamento; leve em conta que a trombeta será tocada em breve.
Você quer ser um desses “300”?

Baseado no livro Gideão - Uma Mensagem de Alerta. Publicado anteriormente no Este Mundo Jaz No Maligno.

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