terça-feira, 19 de maio de 2009

Eu pensei que tinha acabado.

Eu pensei que o estudo sobre o batismo infantil seria o último, pelo menos por ora, sobre o assunto “catolicismo”. Afinal, não quero ficar batendo indefinidamente nessa tecla. Pode parecer que estou querendo “pegar no pé” deles, o que não é o caso. Mas nesta semana aconteceu algo que tenho que comentar.
Outro dia estava passando os canais aleatoriamente na TV e dei de cara com um canal católico. Fiquei curioso com a mensagem que estava sendo “pregada”. O padre dizia algo sobre “chamar o Espírito Santo” para dentro de si, e as pessoas na audiência pareciam estar entendendo bem a mensagem. Muitos de olhos fechados balbuciavam o que pareciam ser orações ou preces. Então o padre disse: “Ore assim comigo... Senhor, vem habitar em mim... livra-me das tentações do inimigo...” etc. Não me lembro de tudo, mas era mais ou menos isso. Então o “ministério de louvor” começou um cântico meloso, de ritmo lento e letra repetitiva, bem ao estilo evangélico, e as pessoas acompanhavam em voz embargada. O cântico foi repetido várias vezes, e pensei comigo: “Só falta alguém falar em línguas”.
Dito e feito. O padre começou com um blablalarapatatalararai, que não era bem uma “língua estranha”, estava mais para um “dialeto esquisito”... mas foi acompanhado nesse lero-lero por várias pessoas da assistência. Depois de mais algum blábláblá, na hora de erguer o cálice e a hóstia, ele disse que havia recebido uma visão de Deus, onde haviam muros sendo derrubados. Segundo ele, isto queria dizer que muitas pessoas que até aquele dia estavam fechadas para Deus agora estavam livres para viver uma vida de consagração e santidade. Mudei de canal e fiquei pensando.
Se tirarmos disso tudo os paramentos que o padre usava, as imagens de Jesus e Maria ao fundo e os elementos nitidamente católicos (cálice, hóstia, sacristão), qual a diferença para um culto evangélico? Tudo era “muito igual”! A mensagem, a expressão dos fiéis, as tais “línguas estranhas”, a música... onde chegamos? Onde vamos chegar? Como analisar esse fenômeno?
Fiz um curso certa vez em que um dos instrutores sempre dizia: “Não tente ser Deus”. Com isso ele queria dizer que, para analisar determinado fato, nunca devemos tentar saber a solução com antecedência. Devemos, como ele dizia, “problematizar” ao máximo, isto é, tentar esgotar todas as possibilidades antes de começar a pensar na resposta. Não sei se é o caso aqui. Aqui, penso, há algumas explicações. Ralph Woodrow já disse em um seu livro que o grande problema do catolicismo através da História foi a mistura promovida pelo cristianismo com o paganismo.
Muitas tradições e costumes católicos, conforme vimos nas últimas semanas, se originaram dessa mistura, afastando-se cada vez mais do ensino escriturístico. Da inconformidade com essa mistura, com esse sistema de coisas, surgiu a Reforma Protestante, como uma tentativa de retornar às origens do cristianismo puro. E agora, onde se encontra a igreja evangélica? Estaríamos nos aproximando novamente do catolicismo, ou o catolicismo é quem tenta se apropriar de práticas evangélicas como as que descrevi acima, em busca do que insistem em chamar de “ovelhas desgarradas”? Particularmente acho que essa é a resposta.
Isso é bom ou ruim?
Acho que é ruim.
É ruim porque confunde as pessoas. Quem não tiver discernimento suficiente facilmente pode concluir que “é tudo igual”; que “Deus está em todo lugar”; afinal, toda a mensagem (pelo menos a parte a que assisti) girava em torno de Deus, Espírito Santo, santidade, consagração...
É ruim porque é uma imitação barata de algo que já não está muito bom.
Vejamos.
O padre mandou repetir a oração com ele. "Diga assim..."... Quantas vezes não ouvimos isso em nossos cultos? Repetições...
A música era fraca. Lembrem-se do que escrevi: “um cântico meloso, de ritmo lento e letra repetitiva, repetido várias vezes, as pessoas com a voz embargada”. As “músicas” que são cantadas hoje nas igrejas evangélicas são ou não assim, na maioria?
E as “línguas”, claramente “decoradas”? A gente sabe o que é “língua estranha” e o que é “dialeto esquisito”... Hoje algumas igrejas evangélicas também não estão assim, com “línguas” decoradas?
A “visão” do padre foi mesmo uma revelação de Deus? Quantas visões e revelações acontecem hoje em cultos evangélicos que são na verdade fruto da imaginação dos “videntes”?
E a mensagem do padre, embora aparentemente bíblica, será que causou transformação na vida de alguém? Houve algum “apelo” para que alguém recebesse a salvação em Jesus? Não sei dizer. Acho que não, pois o pessoal estava caminhando para a fila da hóstia...
Mas quantos cultos evangélicos hoje terminam com um apelo ao pecador para que entregue sua vida a Jesus? Quantos cultos terminam com as pessoas se rendendo aos pés do Senhor, fazendo compromisso de segui-Lo até o fim, e não apenas até terminarem as “sete semanas da campanha tal” ou conseguirem essa ou aquela bênção, geralmente de caráter financeiro?
A quem se quer enganar? As pessoas simples, que não conseguem discernir entre o culto a um Deus Vivo e um culto semi-cristão?
O que houve com nossos cultos, que estão assim tão parecidos com uma missa? O que houve com nosso louvor e nossa adoração, nossos hinos e nossos cânticos, vazios e sem sentido, que podem ser cantados por um grupo católico sem nenhum problema?
“No meu tempo” nunca pensaria em ver uma paróquia católica cantando “Ao Deus de Abraão Louvai”, ou “Santo Santo Santo”, ou outro hino qualquer do Cantor Cristão. Mas hoje não. Hoje está diferente. Todo mais moderno. Mais contemporâneo. Mais globalizado.
Posso me lembrar do dia em que soube que um pastor de uma grande igreja, famosa em todo o Brasil, “resolveu” por sua conta modificar os hinos do CC que, segundo ele, eram muito difíceis. O povo não entendia. Assim ele projetou sua própria burrice e ignorância da Língua Portuguesa para todo “o povo”, desconsiderando toda a história de vida dos homens santos que escreveram esses hinos. Um dia vou escrever sobre isso. Mas desse dia infeliz até as “músicas” vazias de hoje foi um passo rápido.
Agora, até bandas ditas evangélicas cantam em eventos católicos, sedimentando a mistura. Duvida? Leia aqui: http://noticias.gospelmais.com.br/artistas-gospel-envolvidos-com-o-escandalo-da-farra-das-passagens-aereas-exclarecem-o-ocorrido.html . Note a frase “temos relacionamento também com irmãos da Igreja Católica que sempre nos convidam para eventos em SP”, e veja quem a proferiu.
O que houve com a igreja evangélica, que é assim tão facilmente copiada e imitada? A quem queremos enganar?

Acautelai-vos, que ninguém vos engane. Mateus 24:4.

DOA A QUEM DOER.

sábado, 9 de maio de 2009

É bíblico o batismo infantil?

A igreja católica administra a seus fiéis os “sacramentos” – batismo, confirmação (ou crisma), confissão/penitência, eucaristia (na “missa” ou comunhão), ordenação (para os sacerdotes), o matrimônio e a extrema-unção.
Segundo o “Catecismo”, os “sacramentos” são "sinais sensíveis e eficazes da graça ... mediante os quais nos é concedida a vida divina” (nº. 224), e “não apenas supõem a fé como também, através das palavras e elementos rituais, a alimentam, fortificam e exprimem. Ao celebrá-los, a Igreja confessa a fé apostólica” (nº. 228).
Os “sacramentos” têm suas justificativas, expressas em compêndios, tratados, concílios e encíclicas, homilias, bulas e outros arrazoados filosóficos pseudo-apostólicos, sem falar em milhões de sermões pretensamente bíblicos.
Na verdade, apenas o batismo e aquilo que os católicos preferem chamar de comunhão (o compartilhamento do pão e do vinho na ceia do Senhor) são bíblicos, e verdadeiramente foram instituídos por Jesus. Mas os homens de preto – sempre eles – cercaram a ceia de misticismo, numa cerimônia extra-bíblica, a “missa”, resolvendo que o vinho é só para o sacerdote; mais uma interpretação diferente da Palavra de Deus. Nem Jesus nem os discípulos celebraram missas, erguendo o cálice, etc. E como no batismo também tinham que inventar alguma coisa, senão não ficariam satisfeitos, passaram a batizar recém-nascidos. Só que não se tem notícia de crianças sendo batizadas na Bíblia.
Para justificar esse costume, usam até textos bíblicos. Afirmam que o carcereiro de Filipos (Atos 16:19-34) foi batizado com “toda a sua casa” e provavelmente havia crianças pequenas, num exercício de imaginação, suposição e presunção, e não com uma exegese ou interpretação correta. Por exemplo, eu posso ir amanhã ao cinema “com toda a minha casa”: eu, minha esposa e meu filho adolescente. Não existe nenhuma “criança pequena” envolvida, como se poderia supor.
Na verdade, batizar crianças começou muito mais tarde, e quem o faz erra redondamente. “Santo” Agostinho, lá pelo ano 400, leu Marcos 16:16 (“O que crer e for batizado será salvo; o que, porém, não crer, será condenado”) e deduziu que as crianças que morressem sem batismo iriam para o inferno. Anselmo pensava que isto não era pior do que o estado de escravidão de crianças filhas de escravos – o que ele considerava razoável. A igreja católica depois suavizou essa doutrina criando, além do “purgatório”, um “departamento especial” para abrigar crianças falecidas sem batismo! Elas iriam para o tal “limbo” (infernus puerorum), e não para o inferno, e seu único sofrimento seria a dor da perda do paraíso. (Will Durant, in “A Idade da Fé” (História da Civilização, vol. IV), pág. 656, Ed. Record, 2ª edição). O limbo também foi defendido por Gregório, “o Teólogo”, e Tomás de Aquino: um lugar de “felicidade natural”, porém afastado da presença de Deus. Em 1905 Pio X afirmou textualmente que o limbo existia e as almas das crianças não-batizadas estavam lá. Mas, apesar de dizerem que o “papa” é infalível, esse aí vacilou, pois Bento XVI decretou que o limbo foi abolido; não existe mais. Ele acabou com o que nunca existiu; e quem estava lá, agora vai para onde? Vai entender... Desse “vô-num-vô” romanista, devemos sair fora!
O fato é que o Evangelho realmente ensina que “quem não crer será condenado”. Entretanto, criança não tem como exercer fé. Dessa forma, não pode crer nem receber batismo; e por oposição, a criança não pode “não crer” e por isso ser condenada. Basta ler Mateus 19:14 (também Marcos 10:13 e Lucas 18:16), quando Jesus explicou a situação das crianças: “Deixai os meninos, e não os impeçais, porque dos tais é o reino dos céus”. Ou seja, as crianças têm por assim dizer um “lugar garantido” no céu, até que atingem certa idade e deixam de ser crianças, adquirindo consciência do certo e do errado, do bem e do mal, da virtude e do pecado, exatamente como Adão e Eva. É aí que o homem deixa o estado de inocência, opta por ser independente de Deus e O rejeita; e o contato com Deus só pode ser restabelecido através de Jesus Cristo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, e ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).
O ato seguinte ao de se reconhecer esta verdade é o batismo. Obviamente, crianças não podem decidir acerca dessas coisas, e por isso Deus providenciou a elas um tratamento diferente. A salvação é individual e depende de decisão pessoal!
“A alma que pecar, essa morrerá... mas se o ímpio se converter de todos os seus pecados que cometeu e guardar os meus estatutos e fizer juízo e justiça, certamente viverá; não morrerá... portanto, eu vos julgarei a cada um conforme os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Jeová; vinde, e convertei-vos de todas as vossas transgressões, e a iniquidade não vos servirá de tropeço. Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes, e criai em vós um coração novo e um espírito novo; pois por que razão morreríeis, ó casa de Israel? Porque não tenho prazer na morte do que morre, diz o Senhor; convertei-vos, pois, e vivei” – Ezequiel 18:4, 21 e 30-32; todo o capítulo 18 fala sobre esse assunto). Não tenho como tomar uma decisão por outros, mandando batizar outra pessoa para garantir a salvação dela, e ela depois que “confirme” essa decisão. Isto não é bíblico. Por isso não posso impor a uma criança uma fé que ela talvez não queira exercer mais tarde. Podemos, sim ensiná-la a decidir de acordo com o que é correto (“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e até quando for velha não se desviará” – Provérbios 22:6). Mas não podemos decidir por ela.
Além do mais, o ensino de que o Espírito Santo nos regenera no batismo não tem base bíblica. Não existe Escritura que apóie essa doutrina.
O batismo infantil, que se pretende equivocadamente comparar com a circuncisão, não tem nada a ver. A circuncisão era feita independentemente se os meninos quisessem ou não; além do mais, se fôssemos seguir esse costume não batizaríamos as meninas.... Já o batismo é diferente: a pessoa é quem escolhe ser batizada. E isso só se faz conscientemente; por isto a Bíblia está cheia dos apelos “arrependei-vos” e “convertei-vos”. Pedro, que alguns insistem ter sido “papa”, e outros discípulos, foram unânimes em pregar essa mesma mensagem, cf. Atos 2:38: “Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados”, e 8:35-38: “Então Filipe tomou a palavra e, começando por esta escritura, anunciou-lhe a Jesus. E indo eles caminhando, chegaram a um lugar onde havia água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Felipe: é lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e Filipe o batizou”.
Se você foi batizado(a) quando era recém-nascido(a), sinto muito: não valeu nada. Você não estava crendo em nada naquela hora. Mas aí, por isso os homens de preto criaram mais uma invenção: a “confirmação” ou “crisma”, que também não existe na Bíblia... um abismo chama outro abismo...

DOA A QUEM DOER!


domingo, 3 de maio de 2009

Maria

Maria, mãe de Jesus, nunca deve ter imaginado que causaria tantas discussões ou que iriam lhe atribuir uma posição que não lhe pertence; uma posição de veneração. Certamente não era sua intenção. E quando as pessoas se apegam às tradições, deturpando a história da mãe de Jesus, espalham-se lendas sobre sua infância, sua concepção miraculosa, seus pais Joaquim e Ana, sua eterna virgindade, milagres depois da morte de Jesus, e até mesmo sua ascenção ao céu, e sua casa que foi transportada por anjos da Galiléia para a França. Mas afinal, qual é a verdadeira história?
A Palavra de Deus não mente e não deixa dúvidas: "Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão" (Mateus 24:35). A Bíblia esclarece que toda a adoração pertence a Deus. Lucas, capítulo 4, verso 8, diz: "Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto". Na Bíblia não há orientação para orar a Maria ou venerá-la. Ela não é co-redentora e não conduz ao caminho da salvação. A Palavra nos diz: "E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" (Atos 4:12). Não há salvação em outro nome; Jesus é o único que pode salvar. Ele é o caminho, a verdade e a vida (João 14:6).
A palavra idolatria quer dizer “adoração de ídolos”: figuras ou imagens, amor cego, paixão exagerada. Interessante como o próprio significado da palavra nos remete a uma conclusão: a idolatria cega as pessoas. No livro de Salmos, capítulo 115, do verso 4 ao 8, lemos que "os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem; têm ouvidos, mas não ouvem; têm nariz, mas não cheiram; têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e todos os que neles confiam". Isso é o que acontece com aqueles que praticam a idolatria. Tornam-se como seus ídolos. Não falam, não escutam, não ouvem e nem vêem. "Examinais as escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam" (João 5:39); é só examinar a Palavra, ela testifica de nosso Pai. Claro que amamos e respeitamos Maria, um instrumento usado por Deus para que Sua promessa de salvação se cumprisse. Jesus, sendo Deus, precisou tomar a forma humana e para isso precisou nascer de uma mulher.
Nas últimas semanas, estudamos os “pais da igreja”. Um dos mais conhecidos dentre eles, Gregório Nazianzeno (329-390 d.C) empregava o termo theótokos (gerado de Deus) em referência a Maria como mãe do Deus que é Jesus. Essa doutrina tornou-se muito importante na história, pois Deus, como Espírito Eterno, não tem pai e nem mãe; Jesus, a encarnação do Filho, teve mãe, Maria. Mas ela só pode ser considerada “mãe de Deus” no sentido secundário de que ela foi mãe do homem Jesus Cristo. E isso está longe de fazer dela parte da deidade, conforme ensina, erradamente, a Igreja Católica Romana.
Maria se dispôs ao propósito de Deus. E se não fosse ela, uma outra virgem seria mãe do Senhor Jesus, outra se disporia para que Jesus fosse gerado nela. Mas Maria achou graça diante do Pai. "Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus" (Lucas 1:30). E quando o Senhor se manifestou a Maria através de um anjo, dizendo - lhe que seria mãe do Messias, ela declarou com humildade: "Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a sua palavra" (Lucas 1:38). Ela se dispôs a obedecer à ordem do Senhor Deus; mas não podemos, por causa disso, colocá-la acima do Senhor Jesus.
O Senhor Jesus possui duas naturezas: é totalmente Deus e totalmente homem. A explicação está na palavra que diz : "Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" (I Timóteo 2:5). Isso mostra que Maria não é mediadora entre Deus e os homens, e sim Jesus.
Não existe na Bíblia o mandamento “peça à Mãe que o Filho atende”. A própria Maria, obediente a Deus como poucos, recomenda que obedeçamos somente a Jesus: “Disse então sua mãe aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser” (João 2:5). E Jesus manda que oremos a Deus Pai, em Seu próprio Nome: "E tudo quanto pedires em meu nome, eu o farei... Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei" (João 14:13,14).
Nossa Senhora? Rainha do céu? Jesus não divide o Seu Senhorio com alguém, ainda que fosse a sua mãe querida. Em nenhuma parte da Bíblia se encontra menção a “Nossa Senhora”. Dizer que Maria se tornou “rainha do céu” é uma blasfêmia herdada da antiga Babilônia, uma abominação, pois se trata de uma divindade pagã que Deus condena, como disse a Jeremias: “Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha para fazerem bolos à rainha do céu, e oferecem libações a outros deuses, a fim de me provocarem à ira” (Jeremias 7:18).
Mas no capítulo 44 o povo disse ao profeta que continuaria na idolatria:
16 Quanto à palavra que nos anunciaste em nome do Senhor, não te obedeceremos a ti;
17 mas certamente cumpriremos toda a palavra que saiu da nossa boca, de queimarmos incenso à rainha do céu, e de lhe oferecermos libações, como nós e nossos pais, nossos reis e nossos príncipes, temos feito, nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém; ...
19 E nós, as mulheres, quando queimávamos incenso à rainha do céu, e lhe oferecíamos libações, acaso lhe fizemos bolos para a adorar e lhe oferecemos libações sem nossos maridos?
20 Então disse Jeremias a todo o povo, aos homens e às mulheres, e a todo o povo que lhe havia dado essa resposta, dizendo:
21 Porventura não se lembrou o Senhor, e não lhe veio à mente o incenso que queimastes nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém, vós e vossos pais, vossos reis e vossos príncipes, como também o povo da terra?
22 O Senhor não podia por mais tempo suportar a maldade das vossas ações, as abominações que cometestes; pelo que se tornou a vossa terra em desolação, e em espanto, e em maldição, sem habitantes, como hoje se vê.

O resultado foi a ira e o juízo de Deus sobre aquela geração.
Para finalizar:
1 - Maria só foi virgem até Jesus nascer ("Contudo, (José) não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho (ênfase acrescentada), a quem pôs o nome de Jesus" - Mateus 1:25). Marcos 6:3 diz: "Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs?"; a expressão “virgem Maria”, portanto, é incorreta, e dizer que “irmãos” aqui significa “primos” é uma interpretação mirabolante e despropositada. Paulo afirma que “não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor” (Gálatas 1:19). Por que ele não escreveu “Tiago, primo do Senhor”? Judas, irmão de Jesus e Tiago, escreveu uma carta à igreja e se apresenta no verso 1: "Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago". Ambos foram confirmados como os genuínos irmãos de carne do Senhor Jesus. Não se encontra nas Escrituras menção à “virgindade perpétua”.
2 - Quando Jesus nasceu, os magos "entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando- se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra" (Mateus 2:11). Os magos adoraram a Jesus e não prestaram “homenagem” ou “reverência” a Maria como alguns insistem. Não temos autorização de Deus para fazer da Maria uma semi-deusa, um ídolo, um objeto de veneração.
3 - Maria é bendita entre as mulheres e não acima das mulheres. Confira: "Bendita és tu entre as mulheres" (Lucas 1:42). “Entre” quer dizer: estar no meio, dentro de, estar junto. Entre as mulheres, Deus a colocou com uma missão específica.
4 - Maria é mãe de Jesus homem, e não de Deus. Porque Deus sempre existiu desde a Eternidade e não foi gerado nem criado. Em toda a Bíblia só encontramos "Maria, mãe de Jesus".
5 - Maria tinha Jesus como o seu Salvador. Ela mesma disse: "A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador" (Lucas 1:46,47). Maria se coloca na posição de pecadora, e declara que precisa de um Salvador, como qualquer outro ser humano.
"E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (João 8: 32).
JESUS é a verdade que liberta. Às vezes nos confundimos com tantas religiões e crenças que, na verdade, são “descaminhos”. Mas quando lemos a Palavra de Deus, abrindo nossos olhos espirituais e permitindo que o Pai fale conosco, tudo se torna mais compreensível.
A Bíblia não nos deixa sem respostas quanto à comunhão, salvação e adoração a Jesus. Jesus morreu para que tivéssemos acesso a Deus.
Maria foi agraciada por Deus, bendita entre as mulheres, foi salva e justificada por Jesus Cristo.
Não vamos retirar o lugar de adoração que só pertence a Deus.

DOA A QUEM DOER.

Fonte: Pr. Márcio Valadão: “Maria, mãe de Jesus”, Profetizando Vida, 1999