No dia 14 de maio, Israel comemora o
dia de sua fundação, na era moderna. Isto é importante porque Israel é o
relógio histórico e profético de Deus para a Humanidade. O programa universal
de Deus, seja para Israel, seja para a Igreja, seja para as nações gentias, se
desenvolve direta ou indiretamente por meio do povo judeu. Desde aquele famoso
14 de maio de 1948, Israel tem estado no centro da história ocidental. Várias
guerras foram travadas ao redor de Jerusalém:
Guerra da Independência – maio de 1948 – No dia seguinte à proclamação de independência
de Israel, os exércitos de Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram o
país para expulsar os judeus das terras que lhes foram destinadas pela ONU seis
meses antes. Para “afogá-los no Mar Mediterrâneo”, diziam. Mas foram derrotados
vergonhosamente. Em pouco tempo a planície costeira, a Galiléia e todo o Neguev
ficaram sob soberania israelense; Judéia e Samaria (a “Margem Ocidental”)
ficaram com a Jordânia e a Faixa de Gaza, sob administração egípcia. Jerusalém
foi dividida, cabendo à Jordânia a parte oriental, inclusive a Cidade Velha, e
a Israel o setor ocidental da cidade. No conflito morreram 6.000 judeus, cerca
de 1% da população judaica local. Clique aqui para ver
como era a vida em Israel naqueles dias!
A Campanha do Sinai – outubro de 1956 – O Egito bloqueou unilateralmente o Canal de
Suez, em conluio com a Síria e a Jordânia. Mas em oito dias as Forças de Defesa
de Israel (IDF) capturaram Gaza e toda a península do Sinai, detendo-se 16 km do Canal. As potências
mundiais se manifestaram, e houve mesmo a ameaça de um confronto nuclear entre
os Estados Unidos (que apoiavam Israel) e a União Soviética (que apoiava o
Egito). Com a intermediação da ONU, foi permitido o comércio de Israel com
países da Ásia e da África, bem como a importação de petróleo do Golfo Pérsico,
e Israel retirou suas tropas do Sinai.
A Guerra dos Seis Dias – junho de 1967 – Começou com ataques terroristas através das
fronteiras com o Egito e a Jordânia e com o bombardeio da Galiléia pela artilharia
síria. O Egito solicitou à ONU que retirasse as tropas internacionais que
guarneciam o Sinai, foi atendido e imediatamente deslocou todo o seu exército para
as fronteiras com Israel. Nova aliança com a Síria e a Jordânia foi
estabelecida (formando a RAU, República Árabe Unida); as emissoras de rádio
árabe transmitiam em hebraico anunciando à população israelense que seu fim
estava próximo. Israel invocou o direito de autodefesa e desencadeou um ataque
preventivo contra o Egito e a Síria, conclamando a Jordânia a não intervir. As
forças israelenses avançaram, desbaratando o exército egípcio no Sinai e os
sírios em Golan. Com
a entrada da Jordânia na luta, abriu-se uma terceira frente. Mas em apenas seis
dias, a Judéia, Samaria, Gaza, o Sinai e o planalto de Golan estavam sob o
controle de Israel. Jerusalém, que estivera dividida entre Israel e a Jordânia
desde 1949, foi reunificada sob a autoridade de Israel.
A Guerra do Yom Kippur – outubro de 1973 - No dia mais sagrado do calendário judaico – Yom
Kippur (Dia da Expiação) – o Egito e a Síria lançaram um ataque-surpresa: o
exército egípcio atravessou o Canal de Suez e as tropas sírias invadiram Golan.
Mas em três semanas, a IDF mudou o rumo da batalha e repeliu os atacantes, atravessou
o Canal de Suez e penetrou no Egito; chegou a 32 km de Damasco, capital
da Síria. Dois anos de negociações resultaram em acordos pelos quais Israel se
retirou de parte dos territórios que ocupara.
O que tudo isto quer dizer e por que é
importante? O estudo da profecia
bíblica divide-se em três áreas principais: as nações (os gentios), Israel e a
Igreja. As Escrituras apresentam mais detalhes proféticos a respeito dos planos
de Deus para Seu povo – Israel. Deus já preparou um maravilhoso e abençoado
futuro para os judeus , tanto como indivíduos como para o Israel nacional. Por
isso cremos que Israel é o sinal de Deus no fim dos tempos.
Muito freqüentemente, os cristãos tentam ver onde se acham no
programa profético, pensando em como os eventos mundiais afetam seu país. No entanto,
a verdadeira determinação de nossa posição na história se baseia em como os
eventos mundiais afetam a história judaica e o povo judeu. Assim, quando
ocorrem eventos de repercussão mundial, os critérios para relacioná-los à
profecia bíblica não são o modo como afetam a Igreja, nem qualquer outra nação
gentílica, não importa quão grande e poderosa - mas o modo pelo qual afetam o
povo de Israel.
Atualmente a principal questão política é: quem é, de
fato, o dono de Jerusalém – os judeus, os árabes, ou ambos? Até 1967 a parte oriental de
Jerusalém estava sob o domínio jordaniano. A Jordânia tinha anexado essa parte
da cidade ao seu território. Depois Jerusalém Oriental foi conquistada pelos
israelitas durante a Guerra dos Seis Dias, e finalmente, em 1982, o Knesset, o
Parlamento israelense, declarou toda a cidade de Jerusalém como capital
indivisível do Estado de Israel. Mas pouquíssimos países transferiram suas
embaixadas de Tel Aviv para Jerusalém.
As discussões políticas dos governantes deste mundo e a luta dos
palestinos têm o claro objetivo de novamente dividir a cidade e transformá-la
em duas capitais. Mesmo as Nações Unidas são a favor de uma divisão e os
dirigentes islâmicos chegam a reivindicar a cidade de Jerusalém inteira para o
mundo árabe. De quem é a última palavra acerca de Jerusalém? Zacarias 2:12-13 nos dá a
resposta: “Então, o Senhor herdará a Judá como sua porção
na terra santa e, de novo, escolherá a Jerusalém. Cale-se toda carne diante do
Senhor, porque ele se levantou da sua santa morada”.
Essas palavras divinas têm um significado decisivo na resolução do
conflito no Oriente Médio! Não existe forma mais clara de dizer que Deus é quem
tem a última palavra e que as nações devem calar-se. Por mais que gritem e
esperneiem, uma coisa é bem certa: Jerusalém é de Deus! O que o Senhor diz
neste capítulo acaba com todos os pensamentos, opiniões e discussões sobre
Israel e Jerusalém.
Em Apocalipse vemos como o templo e o altar são medidos para
proteger aqueles que estão em seu interior: “Foi-me dado um caniço semelhante a uma
vara, e também me foi dito: Dispõe-te e mede o santuário de Deus, o seu altar e
os que naquele adoram; mas deixa de parte o átrio exterior do santuário e não o
meças, porque foi ele dado aos gentios; estes, por quarenta e dois meses,
calcarão aos pés a cidade santa”
(Apocalipse 11:1-2). Os versículos 1 a 5 de Zacarias 2 deixam
claro que se trata da proteção e do direito de posse de Deus sobre a cidade de
Jerusalém: “Tornei a levantar os meus olhos, e olhei, e
eis um homem que tinha na mão um cordel de medir. Então perguntei: Para onde
vais tu? Respondeu-me ele: Para medir Jerusalém, a fim de ver qual é a sua
largura e qual o seu comprimento. E eis que saiu o anjo que falava comigo, e
outro anjo lhe saiu ao encontro, e lhe disse: Corre, fala a este mancebo,
dizendo: Jerusalém será habitada como as aldeias sem muros, por causa da
multidão, nela, dos homens e dos animais. Pois eu, diz o Senhor, lhe serei um
muro de fogo em redor, e eu, no meio dela, lhe serei a glória”. Jerusalém será protegida por dentro e por
fora pelo próprio Senhor. Jesus retornará em glória e edificará o Seu reino
tendo Jerusalém como centro.
Hoje vemos a luta por Jerusalém: querem dividir a cidade,
tirá-la dos judeus e submetê-la ao Islã. Mas a resposta de Deus prova
exatamente o contrário: a cidade é medida para ser edificada. Para Deus,
Jerusalém é indivisível. Em nossa época o povo judeu foi reunido de sua segunda
diáspora (dispersão) com a mesma finalidade. Ele deve ser preparado para
receber o Messias que voltará. É isto que diz Zacarias 2:6 - “Porque
vos espalhei como os quatro ventos do céu”. É interessante que os primeiros a voltarem para casa dessa segunda
diáspora chegaram por volta de 1870, vindos do norte. Depois vieram dos quatro
cantos do mundo (Salmo 120:5). As nações reagem a este segundo retorno dos
judeus saqueando Israel. Brigam pela terra e querem dividir Jerusalém. Mas isto
terá como conseqüência o juízo, que é indicado em Zacarias 2:9 (veja também Joel
3:14-17).
As nações trataram Israel como escravo. Desde o tempo dos romanos, sem contar
os babilônios, egípcios, gregos, persas etc., os judeus têm sido escorraçados
da face da Terra. Tiveram paz por curtos períodos, mas basta citar o que os
“reis católicos” da Espanha fizeram, os “papas” medievais, os nazistas e os
comunistas, e modernamente os mísseis quase diários que caem sobre os judeus.
Mas de acordo com a Bíblia, as nações que perseguiram Israel serão o despojo!
Virá um tempo em que as relações de poder deste mundo serão invertidas: “Os povos os tomarão e os levarão aos
lugares deles, e a casa de Israel possuirá esses povos por servos e servas, na
terra do Senhor; cativarão aqueles que os cativaram e dominarão os seus
opressores” (Isaías 14:2). Israel, que durante milhares de anos foi servo
dos povos, no reino milenar de Jesus será elevado à posição de cabeça sobre as
nações.
No futuro, no reino milenar de Cristo - e não agora, como querem os dominionistas –
os papéis serão trocados: Israel, o povo de Deus, atualmente odiado por todos
os outros, e a Igreja de Jesus, hoje ainda perseguida e desprezada – o pequeno
rebanho – reinarão como reis e sacerdotes junto com Jesus.
Somente precisamos atentar para dois fatos:
1 – Israel ainda precisará passar pela
tribulação, para assim reconhecer “aquele a quem traspassaram” (Zacarias 12:10), pois os judeus, hoje, ainda
são rebeldes. Ainda acreditam
que Jesus era um impostor!
2 – O que se vê hoje não foi previsto pelos
profetas do Antigo Testamento porque a atual dispensação da graça de Deus era
um mistério que só seria revelado a Paulo séculos mais tarde. O relógio
profético só voltará a bater quando a Igreja for arrebatada. Por isso os sinais
que vemos hoje são como a “montagem do palco”!