sábado, 3 de novembro de 2012

A invasão de Israel (5) final

Nas últimas semanas, estudamos as profecias de Ezequiel, que deixam claro que, num futuro próximo, a situação do Oriente Médio, longe de se resolver por meios pacíficos, será agravada. O autor Bill Salus, em seu livro “Israelestina: Os Antigos Planos para o Futuro do Oriente Médio”, mostra que há três ataques contra Israel programados na agenda dos tempos finais: primeiro, o evento descrito no Salmo 83 (a guerra árabe-israelense), seguido prontamente por Ezequiel 38-39 (a invasão russo-persa/iraniana) e finalmente a campanha do Armagedom. Ele alerta que esses acontecimentos estão às portas, posicionados como pedras de dominó enfileiradas: basta a deflagração de um único movimento e toda a seqüência ocorrerá rapidamente.

Bill Salus entende que isso ocorrerá durante a Tribulação, após o arrebatamento; eu, porém, discordo. Na minha modesta opinião, esses fatos todos – a destruição de Damasco, a invasão de Israel por nações lideradas pela Rússia e a derrota dessas forças em território israelense – podem muito bem ocorrer antes da Tribulação. Somente a batalha de Armagedom será mais tarde, no fim da Tribulação.
Veja a seqüência que imaginei:
1 – Tensão entre Israel e Síria, talvez por causa da interferência síria no assunto de Gaza, na autonomia dos palestinos ou para tirar a atenção internacional dos protestos internos – não importa o motivo, mas sim que essa tensão desgringola e surge o conflito armado;
2 – Damasco é destruída pelas forças israelenses;
3 – Países islâmicos clamam à Rússia por socorro, invocando os termos de um tratado de proteção mútua;
4 – A coalizão de nações invade Israel (Rússia, Turquia, Líbia, um ou mais países da Europa Oriental, Etiópia, talvez incluindo tropas do Sudão, e evidentemente o Irã – a oportunidade por que Ahmadinejad tanto esperou!), mas é derrotada de forma sobrenatural. A destruição das forças invasoras é tão completa que Israel leva sete meses para enterrar os soldados mortos no conflito, e as armas recolhidas como despojo servirão como combustível por sete anos! Veja Ezequiel 39:9.
5 – Isto força a comunidade internacional a assinar um acordo de paz com Israel, resolvendo de vez a questão do Oriente Médio. Talvez surja desse acordo (que dá início ao período da Tribulação) uma permissão para Israel reconstruir seu Templo. Esse acordo tem três pontos importantes:
(a) provavelmente será assinado pelo líder mundial preconizado nas profecias como “o Anticristo”;
(b) dá início ao período da Tribulação;
(c) será quebrado unilateralmente pelo Anticristo três anos e meio depois, revelando aos judeus que aquele em quem depositaram sua confiança os traiu, e o verdadeiro Messias de Israel é Jesus de Nazaré, a quem traspassaram. É nesse ponto que o Anticristo resolve se assentar no Templo como se fosse Deus ( II Tessalonicenses 2:4) e passa a perseguir os judeus de uma forma nunca vista na História da Humanidade (Mateus 24:15-30). Aprenda que esses eventos descrevem a situação de Israel, não da Igreja, que a esta altura já terá sido arrebatada.  
Nota – há controvérsias quanto à duração da tribulação, geralmente aceita como sete anos; entretanto, Hal Lindsey (em seu famoso livro “O Futuro Glorioso do Planeta Terra”), diz que ela pode durar até 10 anos, pois entende que são muitos os eventos descritos em Apocalipse e que não caberiam em “apenas 7 anos”. Por muito tempo eu fui adepto da teoria dos 7 anos (de acordo com a visão dispensacionalista que atrela a tribulação à última semana de Daniel, cf. Dn 9:24-27). Mas recentemente tenho pensado muito no fato de que em Apocalipse não há menção a “7 anos”, mas sim a 3 anos e meio (confira com Apocalipse 11:2-3; 12:6 e 13:5, e também com Tiago 5:17). A tribulação de 3 anos e meio se harmoniza melhor com Daniel 9:27 se entendermos que o sacrifício já cessou com a morte vicária de Jesus, e a primeira metade da “última semana” já se cumpriu.
Isto me fez imaginar que talvez não esteja correta a divisão dispensacionalista da tribulação em duas partes, a primeira sendo “a tribulação” e a segunda a “grande tribulação”. Porém, se entendermos que o sacrifício de que fala Daniel é no novo templo judeu restaurado e é interrompido pelo Anticristo, aí cabe melhor a visão dos 7 anos divididos em dois períodos de 3 e meio cada.
Mas isso é assunto para outra hora e pretendo detalhar melhor em outra ocasião. Prossigamos:
6 – Em algum momento antes da assinatura desse tal acordo se dará o Arrebatamento, quando poucos estiverem esperando o soar da trombeta, e a maioria ligada apenas nos acontecimentos políticos. Então muitos ficarão aliviados ao ver que finalmente a humanidade resolveu o eterno conflito do Oriente Médio e alcançou a tão desejada “paz mundial”. Surgiu por fim um líder que é a resposta para os problemas do mundo! Ledo engano! Aí é que o negócio vai ferver, e muitos serão deixados para trás num piscar de olhos (Mateus 24:40-41). Veja se isto está de acordo com I Tessalonicenses 5:3-6.
Este é o meu entendimento.
Tim LaHaye, autor da série de sucesso “Deixados Para Trás”, em seu livro “Estamos Vivendo Os Últimos Dias?” opina que a invasão de Israel pelas nações coligadas acontecerá vários anos antes da Tribulação, mas nada diz sobre o episódio sírio. Em todo caso, há algumas divergências menores, mas todos os estudiosos concordam em quase tudo: o cenário no Oriente Médio ficará cada vez mais complicado e sombrio; Israel perderá o ultimo resto de apoio que ainda tem de outras nações e da opinião pública; haverá uma intervenção sobrenatural de Deus e o povo judeu será preservado. Salus discorda, mas a maioria dos estudos indica que isso tudo, menos Armagedom, ocorrerá antes da Tribulação. A famosa batalha do Armagedom não será nessa época, mas sim no final do período da Tribulação, em outro contexto.
A propósito do isolamento crescente de Israel, veja esta notícia. Precisamos fazer como John Wesley, que gostava de ler os jornais para “saber o que Deus anda fazendo pelo mundo afora”! Você pode estar se perguntando por que não falei do Irã (Pérsia) e da Turquia (Togarma), que são dois países diretamente envolvidos na futura invasão a Israel. É proposital: como essas duas nações estão constantemente na mídia, deixo para você observar nos jornais o que ocorre com turcos e iranianos, o que dizem e fazem seus governantes, e descobrir por si mesmo se eles se aproximam – ou não – da profecia há muito anunciada. Sobre o Irã, já escrevi alguma coisa aqui, aqui e aqui.
Agora mesmo, depois da derrubada de Hosni Mubarak e do trágico fim de Muammar Khaddafi, paralelamente ao agravamento da cena síria, é importante ficar de olho no Oriente Médio, porque não se sabe que tipos de governo surgirão dessa “primavera árabe”, a não ser que muito provavelmente continuarão tão hostis a Israel como sempre foram.
Arno Froese, em artigo publicado na revista “Notícias de Israel” de setembro de 2000, esclarece que o conflito árabe-israelense não pode ser resolvido por diplomatas, nem pelos Estados Unidos, nem pela Europa e nem pela ONU. Apenas o próprio Senhor Jesus, o Príncipe da Paz, haverá de consegui-lo, pois Ele pagou o preço pela paz. Ele sozinho é capaz de promover a reconciliação entre árabes e judeus, parentes de sangue (pois ambos os povos descendem de Abraão); não se trata da paz elaborada por políticos num pedaço de papel, nem daquela que emerge de ensangüentados campos de batalha, mas sim da paz que Ele ordenará com base em Suas palavras:
“Está consumado”! Essas palavras estão seladas com Seu sangue eternamente eficaz. O verdadeiro preço pela paz já foi pago por completo!
Quando os judeus finalmente enxergarem Jesus como Aquele a quem traspassaram e O reconhecerem como Salvador do mundo, o Messias de Israel, isto não mais ficará em segredo, mas também atingirá todas as nações ao redor. Deus, então, fará cumprir todas as promessas que deu aos filhos de Abraão, judeus e árabes! O profeta Isaías previu o poder unificador do Senhor há mais de 2.700 anos:
“Naquele dia, haverá estrada do Egito até à Assíria, os assírios irão ao Egito, e os egípcios, à Assíria; e os egípcios adorarão com os assírios. Naquele dia, Israel será o terceiro com os egípcios e os assírios, uma bênção no meio da terra; porque o SENHOR dos Exércitos os abençoará, dizendo: Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança”.

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