As eleições brasileiras de 2014 foram as primeiras em que o sistema de identificação biométrica foi usado. Nem todos os 140 milhões de eleitores foram identificados dessa forma, mas o negócio já está em funcionamento. Quem nos acompanha há mais tempo deve ter visto, quase sempre na coluna “Última Notícia”, aqui ao lado, algumas breves notas sobre a vindoura sociedade sem papel-moeda e a rede de controle tecnológico que está em desenvolvimento. Também já publicamos sobre o aumento das tentativas dos governos em obter e forçar o uso de informações biométricas para fins de identificação, rastreamento, detecção e vigilância.
Enquanto isso, alguns reconhecem o perigo; a maioria simplesmente nega que os governos tenham a
capacidade, ou até mesmo o desejo, de criar um sistema pelo qual a população
seja constantemente monitorada por meio de suas informações mais pessoais,
inclusive biológicas. Outros, tomados pela apatia ou pela ignorância, acreditam
que os aparelhos eletrônicos fabricados pelas grandes empresas de tecnologia têm
como propósito apenas o entretenimento e a diversão.
Entretanto, os eventos
atuais devem servir não apenas de advertência, mas também como prenúncio dos
eventos que sobrevirão a todos os países.
A Índia lançou recentemente um
programa em âmbito nacional que envolve a atribuição de um Número Exclusivo de
Identificação para cada um de seus 1,2 bilhão de habitantes. Cada um desses números
será vinculado aos dados biométricos do portador usando três tipos diferentes
de informações — impressões digitais, escaneamento da íris e fotos do rosto.
Todos os dez dedos das mãos serão registrados e os dois olhos serão escaneados. Veja: http://www.youtube.com/watch?v=51Num5h7itk&feature=player_embedded (em inglês)
O projeto, dirigido
pelo Instituto Indiano de Identificação Exclusiva, tem a premissa de prevenir o
roubo de identidade e a fraude nos programas sociais. A Índia possui
gigantescos programas de bem-estar e redes de segurança sociais, indo de
assistência médica e auxílio para aquecimento a outros, como ajuda aos pobres. Mas
a fraude é um problema desmedido no país, devido à atuação de políticos e burocratas
corruptos que preenchem as listas dos programas sociais com nomes falsos e
depois embolsam o dinheiro. E depois dizem que o PT inventou a corrupção aqui
no Brasil e o Bolsa Família para roubar de todo mundo...
Entretanto, ainda que a
justificativa para esse registro de um bilhão de pessoas seja a maior
capacidade de distribuir benefícios, não serão apenas os programas sociais a
consultar e utilizar esses dados. De fato, mesmo antes de o programa estar concluído,
os bancos, governos municipais e estaduais e outras instituições estão
planejando usar os dados para fins de verificação de identidade e, obviamente,
para efetuar pagamentos e permitir a acessibilidade.
Como Aaron
Saenz, do Singularity
Hub (site sobre tecnologia)
informa, “a utilização do registro
exclusivo de identificação irá muito além do que apenas os programas sociais. O
Instituto de Identificação está negociando com muitas instituições (bancos,
órgãos governamentais, etc.) para permitir que eles usem os dados exclusivos de
identificação como um meio de verificação da identidade. Essas instituições
pagarão ao Instituto uma taxa para cobrir os custos e gerar receita. Parece não
haver dúvida que, uma vez implantado, o registro exclusivo de identificação se
tornará o método preferível de identificação na Índia”.
Saenz também vê a
possibilidade de o programa se tornar uma forma de pagamento e acessibilidade.
Ele prossegue: “Não ficarei surpreso se o
registro exclusivo de identificação, com suas informações biométricas, for
usado futuramente como uma forma de pagamento (quando conectado a uma conta
bancária), ou como uma chave para liberar a porta de casas e veículos. Pague o
jantar com sua impressão digital e destrave a porta do carro piscando seus
olhos. Resultados similares podem ser esperados em outros países que adotarem
sistemas de identificação biométrica”.
Saenz e
outros proponentes do registro exclusivo de identificação, insistem em
explicar que o programa “é apenas um número, não uma carteira de identidade”.
No entanto, essa afirmação é discutível. O próprio Saenz admite que as
carteiras de habilitação para dirigir veículos e de identidade, emitidas pelo
governo, citarão as informações do registro exclusivo de identidade.
A pergunta
então é quanto dessas informações serão citadas e como isto será feito?
As informações serão incluídas na carteira? Apenas parte das informações serão
incluídas? Ou será que a carteira fará menção às informações digitais do
registro exclusivo de identificação para que elas possam ser conferidas com as
informações presentes na carteira? Com certeza, o registro exclusivo de
identificação será usado por outras instituições fora dos programas de
bem-estar social, mas nenhuma resposta a essas perguntas foi fornecida.
Mas,
realmente importa se as informações estarão reunidas em uma carteira de identidade,
se o governo já tem acesso a essas informações digitalmente? É mais do que
provável que uma carteira de identidade nacional apareça como um complemento ao
banco de dados já criado pelo registro exclusivo de identificação. Independente
disso, as informações biométricas pessoais continuam a ser coletadas dos
indivíduos. O banco de dados já existe.
De fato, as
autoridades do governo já declararam que o banco de dados será usado pelas
agências de Inteligência como forma de monitorar as transações bancárias, a
aquisição de celulares e a movimentação dos indivíduos e grupos suspeitos de
fomentar o terrorismo. Isto será muito fácil de fazer, pois o registro
exclusivo de identificação será acessado toda vez que alguém fizer uso de
serviços de departamentos do governo, hospitais e também seguros,
telecomunicações e bancos.
Mesmo assim, aqueles que
defendem o sistema também alardearam o fato que, no momento, o programa é
opcional. Mas, é claro que não será opcional por muito tempo. Como já discuti
em outros artigos, a introdução de programas como uma carteira de identidade
nacional, dados biométricos, ou tecnologias de pagamento sem dinheiro vivo,
sempre é sucedida pela obrigatoriedade dos mesmos. O objetivo final de um
programa universal de vigilância, sem o uso de papel-moeda e sem a opção de
ficar de fora é sempre introduzido de maneira furtiva e pelo emprego da técnica
gradualista.
Em um
primeiro momento, o programa é apresentado como uma forma de acelerar as
transações, aumentar a eficiência e oferecer conveniência. Logo, porém, os
governos e empresas começam a eliminar os métodos antigos de pagamento e de
identificação e focam mais na nova tecnologia. A identificação usando os métodos
tradicionais continua sendo uma opção, mas é vista como arcaica e dificultosa.
Eventualmente, os métodos alternativos são eliminados de vez e a
obrigatoriedade substitui o que antes era uma escolha individual.
Assim que os bancos,
empresas e os serviços sociais do governo na Índia começarem a exigir a
identificação pelo registro exclusivo de identidade, a possibilidade de ficar
de fora do sistema e ter o que hoje passa por uma vida normal desaparecerá.
Esta é
exatamente a intenção desse novo programa de identificação biométrica
indiano. Na verdade, a sociedade sem papel-moeda é um objetivo declarado do
programa. O presidente-executivo da MindTree IT Services, a empresa que venceu
a licitação do governo para o desenvolvimento e manutenção do registro exclusivo
de identificação, explicou em uma entrevista à ComputerWeekly que o “esquema apoiará uma sociedade sem o uso de dinheiro vivo. Ele disse
que todos os vendedores terão um leitor biométrico e os cidadãos poderão
efetuar compras apenas com sua impressão digital. Até mesmo um pacote de 1 kg de arroz”.
Sem dúvida, mesmo após
tal confissão feita pelo homem que foi vital no desenvolvimento do programa,
muitos que lerem este artigo ainda verão isto como uma “teoria conspiratória”. Ainda assim,
este novo e monumental esforço de coleta de dados pelo governo indiano se
encaixa com outros esforços recentes no Ocidente para criar uma rede de
vigilância eletrônica capaz de rastrear, detectar e registrar cada movimento e
comunicação de cada cidadão dentro do território de um país.
As novas
tecnologias que estão sendo introduzidas nos Estados Unidos, Grã-Bretanha e
Austrália, como escâneres vasculares, sistemas biométricos de controle de
funcionários, dispositivos de reconhecimento de voz, e sistemas de análise
comportamental estão levando ao Conhecimento Total de Informações sobre cada
indivíduo na face da Terra.
Apenas uma forma totalitária de
governo desejaria este tipo de informação e apenas um governo totalitário bem
determinado trabalharia ativamente para estabelecer este sistema. A Índia é
apenas o primeiro país a colocar toda sua população em uma rede gigantesca de
dados biométricos.
Da mesma forma que terminei
o artigo “Não
seria melhor existir uma só religião?”, termino este. Apocalipse 13 relata sobre um estado de
coisas, ainda no futuro, em que o governo de todas as nações da Terra será
entregue a um grupo muito restrito de pessoas, todas sob a influência de
Satanás. Diz o apóstolo João que “[...] vi subir do mar uma besta [...] e deu-se-lhe
autoridade sobre toda tribo, e povo, e língua e nação. E adorá-la-ão todos os
que habitam sobre a terra...” (Apocalipse 13:1, 7, 8);
e que “[...] vi subir da
terra outra besta [...] Também exercia toda a autoridade da primeira
besta na sua presença; e fazia que a terra e os que nela habitavam adorassem a
primeira besta [...] E operava grandes sinais, de maneira que fazia
até descer fogo do céu à terra, à vista dos homens; [...] e enganava
os que habitavam sobre a terra e lhes dizia que fizessem uma imagem à besta [...] E fez que a
todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, lhes fosse posto
um sinal na mão direita, ou na fronte, para que ninguém pudesse comprar ou
vender, senão aquele que tivesse o sinal, ou o nome da besta, ou o número do
seu nome”(idem, vs. 11-17).
O que mais isso
poderia significar? Para mim é simples: a primeira “besta” (no sentido de uma
coisa terrível, inominável) exerce poder político de forma global (autoridade
sobre toda tribo, e povo, e língua e nação) e a segunda “besta” é o braço
religioso que apóia a primeira “besta” (exercia toda a autoridade da primeira
besta; fazia com que todos a adorassem; operava grandes sinais; patrocinou a
imagem para adoração) que por fim se funde à primeira com o poder econômico (fez
com que todos tivessem alguma forma de identificação, sem a qual a pessoa se torna um pária).
Não
caminhamos a passos largos para essas coisas? Ou você se rende a esse
sistema político-religioso-econômico que está em curso, ou será posto à margem.
O que acontece hoje Índia é mais um passo para esse colossal sistema
de controle. Hoje, 1,2 bilhão de pessoas (17% da população mundial); amanhã ou
depois, todos os 7,26 bilhões.
Será que
você está preparado(a) para o que poderá ser realidade em muito pouco
tempo?
Fonte: Brandon Turbeville, artigo original em Active Post - http://www.alt-market.com; tradução: Marcelo N. Motta, Blog PensandoBiblicamente - Data da publicação: 20/2/2012; via A Espada do Espírito, http://www.espada.eti.br/india.asp
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