Vivemos dias
de perplexidade.
Os
primeiros meses de 2020 foram de total assombro,
raramente vivido nas últimas décadas. O mundo viu o espalhamento de uma
epidemia como nunca antes acontecera. Em questão de semanas todo o planeta passou
a contabilizar vítimas de todas as idades, de todas as classes, país após país.
O denominado “Covid-19” ou “coronavírus” se espalhou graças à tecnologia
moderna: a velocidade das viagens aéreas. A rapidez do deslocamento só não é
maior do que a incubação do vírus: a pessoa contraía a doença em um país e
antes que manifestasse os sintomas já estava em outro continente, levando em
seu próprio corpo as sementes da morte. Disso todos já ficamos cientes.
As
maiores epidemias conhecidas pelo ser humano não chegam
nem perto deste Covid. A peste negra de séculos passados causou um número nunca
conhecido de mortes, mas ficou restrita ao continente eurasiano; não havia
comunicação com outras partes do mundo. A gripe espanhola de um século atrás
foi mais rápida, mas não atingiu todo o planeta. Agora é diferente.
Todas
as localidades habitadas estão sob risco. Morrem ricos
e pobres, jovens e velhos, atletas e empresários, vendedores ambulantes e médicos,
políticos e motoristas. Nações governadas por regimes capitalistas,
neo-liberais, socialistas ou comunistas, nenhuma a salvo.
Minha
opinião é de que finalmente, o mundo – e o Brasil
– caíram sob o poder de grandes domínios e potestades. Por mais que
alguns vivam dizendo que “o presidente é cristão e Deus está acima de tudo”, a
verdade é mais crua e mais pesada.
O
presidente pode até ser cristão, e Deus realmente
está acima de tudo, mas o momento em que vivemos antecede a hora final da
História. Não sei se ainda falta muito, ou se falta pouco. O fato é que a
cada segundo se aproxima o toque da trombeta (I Ts 4:17, I Co 15:52).
Mas
ainda não é o fim, ainda não é “o
apocalipse”, ainda não são “as pragas”, “as taças da ira de Deus”. Isso que
vivemos é “o princípio das dores”: um ensaio geral para o que virá em breve,
muito breve.
Vamos
aos fatos.
Primeiro que as
“pragas do apocalipse” obedecem a uma seqüência muito clara de eventos, que de
forma alguma sucederá fora do que foi profetizado. Apocalipse conta a história da
Igreja composta de passado, presente e futuro, tipificada nas cartas às sete
igrejas da Ásia, como vimos anteriormente. As seis primeiras igrejas são a
história passada. A
igreja de Laodicéia representa a igreja dos dias atuais, logo, esta carta
retrata o momento presente: rica, influente na política, governadas por homens
que se acham donos do rebanho (“nicolaítas”),
não prega o evangelho de Cristo mas outros evangelhos (da prosperidade, do
dominionismo etc.). Por isso é a única das sete igrejas que só recebe
repreensões e nenhum elogio. Tudo isso em Apocalipse 3.
O capítulo
4 inaugura o momento que ainda é futuro
para nós, pois retrata o momento em que a Igreja parte da Terra:
“Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; e
a primeira voz, que como de trombeta ouvira falar comigo, disse: Sobe aqui, e
mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer. E logo fui
arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado
sobre o trono” (Ap 4:1-2). Essa “voz de trombeta” cf I
Ts 4:17 e I Co 15:52 poderá ser ouvida a qualquer instante por aqueles que a
estiverem esperando.
Pois
bem, a partir desse ponto se desenrola o
Juízo de Deus sobre a Terra, sobre os homens e sobre as nações. Esse juízo
compreende, dentre outras coisas: pestes, pragas, doenças, mas também (como começamos
a ver em 2020, num prelúdio) as nações se unindo contra um “inimigo comum”, um
governo centralizado, forte e autoritário, que impõe à força sua vontade, que
restringe o “ir e vir” e o “comprar e vender” - e aqui não discuto se está certo ou errado “ir e vir” neste momento; mas também vemos que estão preditas guerras e fome, fenômenos
tanto telúricos como cósmicos (Mt 24:7-8): terremotos, estrelas caindo, águas tornadas amargas, lua se torna vermelha, sol abrasador etc.
(Mt 24:29 e Ap 6:12-13; 16:8-11). Ora, se
algumas dessas coisas acontecem, e outras não, não é “o
apocalipse”.
Os
domínios, os principados e as potestades (veja mais
detalhes aqui) estão tomando seu lugar no palco onde as cortinas se abrirão
em breve. Já ensaiam seu controle sobre a população mundial. Já tentam se
mostrar como “homens fortes”, que sabem resolver qualquer situação (lógico que
é tudo enganação, pois também estão sujeitos ao vírus). Já exibem seu poder de
comunicação, conseguindo enganar grande parte das pessoas com informações falsas
e/ou distorcidas (veja
aqui). Já possuem seus falsos profetas (Mt 24:11, 24) que repassam suas
mensagens às suas “igrejas
laodicenses” – não preciso nem detalhar.
E ao
que parece, propositalmente expõem a população à
morte, pois como é possível cortar verbas de caráter social e da saúde pública,
inclusive dispensando milhares de médicos que prestavam serviço à
população carente em lugares onde outros médicos não iam, e onde falta o
serviço público de saúde, para aumentar gastos com publicidade? Sucatear os
hospitais públicos, sendo que a rede privada não tem equipamentos nem
profissionais suficientes para atender a tanta gente? Como é possível líderes
religiosos conclamarem o povo a se reunir em grandes multidões quando a opinião
médica é de que se deveria evitar aglomerações? Quem está com a razão? Em quem
confiar? Vão obedecer às autoridades como gostam de dizer? Porque só obedecem e oram pelas autoridades quando gostam das
autoridades... E nesse caso, qual autoridade? Verdade seja dita. É um caos.
Por
isso podemos ter certeza de que vivemos “o
princípio das dores”, “porque
haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até
agora, nem tampouco há de haver” (Mt 24:21). Por
isso precisamos ficar atentos ao som da trombeta, enquanto observamos a
figueira e todas as árvores (as nações).
E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores;
Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto... Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar. (Lc 21:29-33).
Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto... Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar. (Lc 21:29-33).
Não sabemos se
vamos sobreviver ou não à pandemia. Mas “se
vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte
que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Rm 14:8).
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