domingo, 29 de agosto de 2021

Se Jesus fosse bolsonarista...

Talvez alguns de vocês tenham visto meus textos anteriores, “Se Jesus fosse católico” (link: https://bityli.com/Nxrjp) e “Se Jesus fosse um crente moderno” (link: https://bityli.com/CUE9n)   - se não viram, e se quiserem, ou se viram e se quiserem reler, cliquem nos links. Este é uma continuação.

Se Jesus fosse bolsonarista, ou se apoiasse politicamente, ideologicamente e concordasse com as atitudes do homem que preside o Brasil neste ano da graça de 2021, Ele provavelmente não teria multiplicado os peixes para alimentar a multidão (Mateus 15:36-38), mas diria que era preciso que o povo aprendesse a pescar.

Se Jesus fosse favorável ao bolsonarismo, quando os fariseus o questionavam com perguntas elaboradas (Mateus 15:1-2; Marcos 7:5), teria dito “pergunta pra tua mãe, acabou a conversa”, virando as costas e indo embora rapidamente.

Se Jesus fosse bolsonarista, talvez dissesse como o ministro da educação Milton Ribeiro, que “pessoas com deficiência atrapalham as outras”, e assim não teria curado a mulher encurvada (Lucas 13:11-13). E o homem paralítico estaria até hoje na fonte de Betesda esperando o anjo agitar as águas e tentando chegar primeiro (João 5:1-16). Fora incontáveis outros (Mateus 15:30-31; 21:14).

Se Jesus pensasse como bolsonarista, não iria chorar ao ver que Lázaro havia morrido (João 11:11,35), mas diria para todos ouvirem: “E daí? Não sou coveiro”.

Se Jesus concordasse com Bolsonaro, não teria conversado tanto tempo com a mulher samaritana (João 4:1-30), mas a teria insultado com termos como “quadrúpede”, e “não te estupro porque você é feia” (https://bityli.com/bEEpG).

Se Jesus fosse bolsonarista, em vez de se dirigir à multidão com as bem-aventuranças (Mateus 5:1-11) e muitos outros ensinamentos do “Sermão do Monte”, teria incitado o povo a cercar o Sinédrio e exigir a imediata deposição do tribunal supremo de Israel, ameaçando de morte a Anás e Caifás.

Se Jesus a favor desse presidente, não teria advertido a Pedro sobre o uso das armas e suas conseqüências (Mateus 26:52), mas sim defendido que todo o povo de Jerusalém procurasse comprar espadas “para se defender”.

Se Jesus fosse bolsonarista, não teria nem dado atenção ao ladrão na cruz (Lucas 23:40-43), porque “bandido bom é bandido morto”.

Se Jesus fosse fã do presidente, não iria dizer palavras de consolo a Maria Madalena (João 20:11-17) e aos discípulos entristecidos (Lucas 24:34-46), mas perguntaria “vão ficar de mimimi aí até quando?”.

Se Jesus fosse favorável ao bolsonarismo, não diria que Seu Reino não era deste mundo (João 18:36), mas teria externado Sua opinião de que Pilatos deveria ser substituído por Simão Zelote, já que era preciso ter Seus representantes no governo.

Se Jesus concordasse com esse governo, teria sacudido de Si o manto com que os soldados lhe cobriram (Mateus 27:28), e diria em alto e bom som: “minha capa jamais será vermelha”.

Se Jesus fosse bolsonarista, não chamaria seus discípulos de amigos (João 15:13-15) nem diria os seus nomes (Marcos 14:37; João 11:11, 43; 20:29), mas simplesmente os numeraria: 01, 02, 03 3tc. Ele diria “01, tu me negarás”, e também “09, coloca aqui o teu dedo”...

Finalmente, se Jesus fosse como Bolsonaro, jamais diria “entrego a minha vida pelas minhas ovelhas” (João 10:15), mas sim “e daí? vão morrer alguns, mas não posso fazer nada, vida que segue”.

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