domingo, 12 de junho de 2011

Cinco mitos sobre o inferno

1: O Inferno é um lugar onde Satanás reina.

Muitos pensam no inferno como um lugar onde o Diabo reina. É visto como sua casa, ou castelo, ou uma bat-caverna em chamas onde ele elabora planos para destruir a igreja e dominar o mundo, tipo uma sala de guerra. Ou então é uma espécie de calabouço onde o Diabo tortura os que foram mandados lá para sofrer.
Mas o inferno não é o castelo do diabo, e ele não ocupa nenhuma posição de autoridade lá. O inferno é a ruína do diabo. É a sua futura prisão eterna e lugar de julgamento (Apocalipse 20:10, “e o Diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados pelos séculos dos séculos”). 
Um dos motivos por que é bom pensar que o diabo reina no inferno é porque, se ele está no inferno, não está em perto de nós. Então, se ele não está aqui, ele está , e aí não precisamos pensar muito nele. Mas o diabo está aqui, sim. Ele é um perigo muito real e presente. Pedro diz que o Diabo perambula por aí, procurando gente para devorar (1 Pedro 5:8, “Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar”, e Jó 1:7, “O Senhor perguntou a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao Senhor, dizendo: De rodear a terra, e de passear por ela” ). Ele não reina no inferno, mas ele procura reinar sobre você e arruiná-lo.
Em tudo isso, nossa esperança e confiança no evangelho é que o diabo foi lançado fora (Lucas 10:17-20) e amarrado (Mateus 12:22-29) por meio do ministério de Jesus: ele é destruído pela obra de Cristo na cruz (Hebreus 2:14-15), e a igreja foi liberta da escravidão e do engano do diabo e acabará por esmagar o enganador sob seus pés (Romanos 16:20). O diabo foi derrotado, mas está esperando seu julgamento final. O inferno é o fim dele, não sua fortaleza.

2: O inferno é onde os pecadores se divertem. 
Ao falar sobre a morte e inferno, tem gente que se finge de besta e diz, em tom de brincadeira: “Eu prefiro me divertir no inferno com os meus amigos a ir para o céu vestir aqueles roupões brancos, junto com um monte de pessoas religiosas e reprimidas”Obviamente, isto é simplesmente uma reação que revela mais sobre a visão de si mesmos e das pessoas religiosas do que sobre a vida após a morte: uma maneira de desprezar as afirmações e promessas de Jesus. Só que o inferno não é um barzinho confortável e escuro onde você pode ficar com seus amigos, conversando sobre o significado da vida (ou do inferno) pelo resto da eternidade. O inferno também não é algum tipo de rave infinita, ao som de música eletrônica ensurdecedora e decorada com pulseiras reluzentes. O inferno não é uma festa. O inferno não é o que você quer que ele seja. Jesus descreve o inferno como um lugar de “choro e ranger de dentes” (Mateus 13.36-43). É um obscuro, eterno e sombrio lugar de julgamento (Mateus 25.41).
A Escritura nos diz que todos nós morreremos e iremos enfrentar julgamento (Hebreus 9.27). Como pecadores que transgrediram a Lei de Deus, sabemos que o Juiz nos considerará culpados e nos sentenciará àquele lugar de trevas. Nossa esperança não está em conseguir persuadir o juiz a ver as coisas da nossa maneira, ou nos dar um passe livre. Não há nenhuma esperança de regime condicional ou reabilitação após a morte. Nossa única esperança perante Deus é que ele olhe para nosso advogado, Jesus Cristo, o único que pode apresentar o perdão de pecados e a justiça – que nós não temos. Apesar de culpados, podemos ser julgados como justo em Jesus, e sermos resgatados do julgamento do inferno e levado à presença de Deus e de seu povo.

3: O inferno é temporário. 
Entre aquelas pessoas que levam o inferno um pouco mais a sério, há quem diga que o inferno é temporário, e não eterno. O raciocínio é que o inferno é a punição pelos pecados cometidos durante, no máximo, várias décadas e que a justiça não permitiria uma punição eterna para crimes cometidos ao longo do período de uma vida na terra. Depois que a punição for concluída, seja lá o que a punição divina exigir, ou a pessoa será recebida no céu ou será simplesmente aniquilada. Algumas igrejas ensinam isto. Por esse raciocínio, até mesmo o próprio Diabo poderia ir para o céu um dia.
Mas as Escrituras são bem claras a respeito da natureza eterna do inferno. É um lugar de destruição eterna (2 Timóteo 1:9), punição eterna (Mateus 25:46) e fogo eterno (Mateus 18:8). Não há um programa de libertação para trabalho nem a esperança de uma liberdade condicional no inferno.
Nós fomos criados como seres imortais e viveremos após a morte na presença de Deus e sua graça, ou experimentando sua justa e correta punição. Como pecadores incuráveis (2 Pedro 2:14) e habituais (1 João 3:8), nós continuamos em nossos pecados, ilegalidade e idolatria até mesmo no inferno – e assim o julgamento continua.
O inferno é um julgamento eterno, e nossa única esperança de escapar de tal maldição é confiando naquele que se tornou maldição por nós (Gálatas 3:13). Aqueles que são unidos a Jesus são libertos da condenação (Romanos 8:1,
“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”) e encontram a vida eterna (Mateus 25:46, “E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna”).

4: O inferno é ausência de Deus.
Você provavelmente já ouviu esse mito também. Mas a verdade é que não há lugar em que nosso Deus onipresente não esteja (Salmo 139). Por isso, o Inferno não é a ausência de Deus, mas a ausência da graça e misericórdia divinas. Deus é onipresente e está presente no inferno, mas para fazer perfeita justiça e julgamento. Nossa confiança no evangelho é que em Cristo nossos pecados foram pagos, e estamos em paz com Deus. Em Cristo temos a verdadeira e duradoura intimidade com Deus para a qual fomos criados. Portanto, a proximidade de Deus é algo bom (Salmos 73:28, “Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus”) e podemos chegar para perto de Deus (Tiago 4:8, “Chegai-vos para Deus, e ele se chegará para vós”); já que ele está sentado sobre o trono da graça (Hebreus 4:16, “Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno”) e podemos esperar receber graça, e não julgamento.

5: O inferno é para os maus.
Este é o mais perigoso de todos os mitos sobre o inferno. Depende do que queremos dizer com “maus”. Na verdade, com “os maus” queremos dizer “os outros”. Pessoas que fizeram pior do que nós, pelo menos de acordo com nossa estimativa. O inferno é para os maus, os piores que nós, os piores de todos. O inferno é para Hitler e Saddam Hussein, Osama Bin Laden, o assassino de Realengo, os padres pedófilos. Não é para nós, pessoas normais. Boas pessoas.
O ponto em que nós devemos concordar com este mito é que o inferno é para “os maus”. Mas Jesus disse que ninguém é bom, a não ser Deus (Lucas 18:19). O apóstolo Paulo escreveu que ninguém é justo, todos viraram as costas para Deus e se tornaram inúteis (Romanos 3:10-18). Sim, nós somos todos maus e merecedores da condenação eterna. Enquanto uma mulher pode ser pior que uma outra em suas práticas, ou o pecado de um homem pode ser mais hediondo do que o pecado de um outro, nós somos todos igualmente pecadores e somos desesperadamente necessitados da misericórdia de Deus.
O inferno é para pessoas más, se por “pessoas más” nós estamos nos referindo a pessoas como nós. Nossa esperança não é que nós vamos nos tornar pessoas boas, ou mesmo pessoas melhores. Nossa esperança e confiança diante de Deus é o evangelho – as boas novas de que todos os que crêem em Jesus são unidos com Ele, considerados justos Nele, e perdoados de todo pecado, por meio Dele.
Se o inferno é para pessoas más, em outro sentido, o céu também é. O primeiro recebe aqueles que rejeitaram a verdade de Deus, enquanto o segundo recebe aqueles que receberam Jesus (João 1:12-13, “Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus”).
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Compilado e adaptado de joethorn.net

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