1 Veio um dos sete anjos que tinham as sete taças, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas;
2 com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam sobre a terra se embriagaram com o vinho da sua prostituição.
3 Então ele me levou em espírito a um deserto; e vi uma mulher montada numa besta cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e que tinha sete cabeças e dez chifres.
4 A mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas; e tinha na mão um cálice de ouro, cheio das abominações, e da imundícia da prostituição;
5 e na sua fronte estava escrito um nome simbólico: A grande Babilônia, a mãe das prostituições e das abominações da terra.
6 E vi que a mulher estava embriagada com o sangue dos santos e com o sangue dos mártires de Jesus. Quando a vi, maravilhei-me com grande admiração.
Apocalipse capítulo 17 (versos acima) diz que, num futuro próximo, haverá uma instituição que irá se relacionar de forma extremamente íntima com as esferas de poder (verso 2). A figura que a Bíblia usa para ilustrar essa relação é a da prostituta que se embebeda com os reis da terra. Até mesmo teólogos católicos, através dos séculos são praticamente unânimes em identificar no texto a igreja católica. A intimidade com o poder temporal é a prostituição do espiritual com o mundano. Essa mistura das coisas de Deus com as coisas do mundo não vem de agora; não, é muito antiga.
Quando Lutero esteve em Roma, pouco tempo antes de ser alcançado pela graça salvadora de Jesus Cristo, percebeu que Roma era tudo menos santa. “Ninguém pode imaginar pecados tão infames e os atos que são cometidos em Roma”, disse; “têm que ser vistos e ouvidos. Tanto é assim que se costuma dizer: ‘Se existe um inferno, Roma está construída sobre ele’.”
E de fato, já naquela época a fama dos padres, cardeais, bispos e até “papas” como corruptos e sedentos de poder temporal era já antiga. Os prelados da igreja eram grandes proprietários de terras, donos de exércitos, políticos poderosos; tinham milhares de servos que trabalhavam por migalhas e tratavam cada padre, bispo ou cardeal como verdadeiros semi-deuses. E como se não bastasse, esses pretensos representantes de Deus imitavam em tudo os reis da terra: também eram adúlteros, fornicadores, pedófilos e homossexuais temidos pelas pessoas de bem. Como conseqüência, em muitas paróquias as pessoas insistiam para que sacerdotes tivessem concubinas fixas, “como proteção para suas próprias famílias”.
Apenas no ano de 1499, em Norfolk, Inglaterra, de 73 acusações de crimes sexuais, 15 foram contra padres; em Rippon, 24, e em Lambeth, 9. Confessores pediam favores sexuais às suas penitentes. Muitos padres tinham concubinas. Em Roma, 6% da população da cidade era de prostitutas, a maioria a serviço do clero. "Santo" Agostinho, por exemplo, dizia que os bordéis eram uma instituição muito útil, e que se fossem fechados, a humanidade se convulsionaria.
Ivo, bispo de Chartres, França (1035-1115) relatou que as freiras do convento de Santa Fara praticavam a prostituição. Abelardo (1079-1142) descreveu um quadro semelhante a respeito dos conventos de seu tempo. O “papa” Inocêncio III declarou que o convento de Santa Ágata era um bordel cuja devassidão corrompia toda a região vizinha. Rigud, bispo de Ruão, França, fez um relatório (1249) em que mencionava um convento onde, as 36 freiras, oito eram culpadas ou suspeitas de fornicação, e a madre superiora se embriagava todas as noites. Quando o bispo foi entregar uma carta de repreensão no convento de Lincoln as freiras a atiraram em sua cabeça. (Will Durant, A Idade da Fé, p. 721).
John Bromyard, frade dominicano do século XIV, observou que “aqueles que deviam ser os pais dos pobres cobiçam as comidas requintadas e apreciam o sono matinal, gastos de glutonaria e embriaguez... as reuniões de clérigos dão a impressão de bordéis de gente lasciva”. Erasmo de Roterdam dizia que “muitos conventos pouco diferem dos bordéis públicos”. Johannes Trithemius, abade de Sponheim, escreveu em 1490 que “os três votos da religião são pouco respeitados... desprezam a pobreza, desconhecem a castidade, repudiam a obediência. O fumo de suas imundícies eleva-se pelas adjacências”. Guy Jouenneaux, enviado para reformar os mosteiros beneditinos em 1503, relatou que “monges jogam, blasfemam, usam espadas, juntam riquezas, fornicam, levam vida de bacanais, são mais mundanos que os mundanos... se eu fosse escrever tudo o que vi, o relato seria longo demais”.
Na Pomerânia, os homens do povo encorajavam os padres a terem suas próprias concubinas, como forma de proteger suas próprias esposas e filhas.
Durante o reinado de Leão X (1513-1521), que exerceu 27 ofícios eclesiásticos diferentes antes dos 13 anos de idade, e assim aprendeu que a carreira na igreja era apenas um método de ganhar dinheiro e posições, Lutero, sendo ainda sacerdote católico, viajou a Roma. Ao ver pela primeira vez a cidade, caiu ao solo dizendo “Santa Roma, te saúdo”. Pouco tempo depois, se deu conta de que Roma era tudo menos santa. Pôde ver que a iniquidade existia em todas as classes do clero. Sacerdotes contavam piadas indecentes e diziam palavrões, inclusive na missa. Lutero descreve os “papas” da época como piores em conduta do que os imperadores pagãos, e que os banquetes da corte papal eram servidos por doze mulheres nuas.
A conclusão evidente a que chegamos é que, desde que a liderança da igreja cristã perdeu o foco na Palavra de Deus, e começou a perceber que, para ser aceita deveria buscar o apoio político, começou o declínio moral e espiritual. Não por coincidência, a partir desse momento deixa-se de usar o nome cristão para adotar o de “católica”.
E por aí foi ladeira abaixo.
No fim das contas, o caráter e a moral de muitos papas nos revela que não são sucessores de Cristo e de Pedro, mas sim de um sacerdócio pagão. Não queremos dar a impressão de que todos os "papas" foram maus, mas é necessário nos referirmos aos tais para mostrar que a afirmação a respeito da “sucessão apostólica” é uma falácia. Se fosse verdadeira, significaria que todos esses indivíduos devem ser considerados infalíveis.
Maquiavel escreveu em 1413: “Se o cristianismo tivesse sido conservado segundo os preceitos do fundador, o Estado e a comunidade seriam muito mais unidos e felizes do que são. Nem pode haver maior prova de sua decadência do que o fato de que quanto mais perto estão as pessoas da igreja romana, menos religiosas são. E quem examinar os princípios sobre os quais está baseada a sua religião e vir quão diferentes são esse princípios de sua prática e aplicação, verá que sua ruína ou punição está muito próxima”. O monge Bernardino escreveu em 1420: “Muitíssimas pessoas, considerando a vida pecaminosa de monges, freiras e frades, ficam abaladas e muitas vezes, enfraquecem da fé”. (Will Durant, A Reforma, p. 13-14, 17).
Não bastassem a simonia, a ganância, a exploração dos mais pobres, a idolatria grosseira e supersticiosa, de origem pagã e demoníaca expressa na adoração a falsas relíquias, cadáveres e panos apodrecidos, agora juntam à enorme lista – nem dizemos mais que são pecados, pois isso para muitos católicos é relativo – mas sim lista de crimes contra a humanidade, mais um, ainda mais repugnante: o abuso sexual de crianças e adolescentes.
E o pior: o "sumo-pontífice" sabia de tudo, sim senhores. Como é que o chefe da Inquisição (que agora atende pelo eufemismo de "Sagrada Congregação Para a Doutrina da Fé") durante décadas não sabia de nada? Ou ele mentiu, ou então era muito incompetente.
Terminamos citando um artigo da revista Chamada da Meia Noite.
No capítulo 7 do livro de Provérbios lemos sobre uma mulher - muito semelhante à de Apocalipse 17 - e seu ritual de sedução.:
7 Vi entre os simples, divisei entre os jovens, um mancebo falto de juízo,
8 que passava pela rua junto à esquina da mulher adúltera, e que seguia o caminho da sua casa,
9 no crepúsculo, à tarde do dia, à noite fechada e na escuridão;
10 e eis que a mulher lhe saiu ao encontro, ornada à moda das prostitutas, e astuta de coração.
11 Ela é turbulenta e obstinada; não param em casa os seus pés;
12 ora está ela pelas ruas, ora pelas praças, espreitando por todos os cantos.
13 Pegou dele, pois, e o beijou; e com semblante impudico lhe disse:
14 Sacrifícios pacíficos tenho comigo; hoje paguei os meus votos.
15 Por isso saí ao teu encontro a buscar-te diligentemente, e te achei.
16 Já cobri a minha cama de cobertas, de colchas de linho do Egito.
17 Já perfumei o meu leito com mirra, aloés e cinamomo.
18 Vem, saciemo-nos de amores até pela manhã; alegremo-nos com amores.
19 Porque meu marido não está em casa; foi fazer uma jornada ao longe;
20 um saquitel de dinheiro levou na mão; só lá para o dia da lua cheia voltará.
21 Ela o faz ceder com a multidão das suas palavras sedutoras, com as lisonjas dos seus lábios o arrasta.
22 Ele a segue logo, como boi que vai ao matadouro, e como o louco ao castigo das prisões;
23 até que uma flecha lhe atravesse o fígado, como a ave que se apressa para o laço, sem saber que está armado contra a sua vida.
São palavras que, além de alertarem sobre o adultério literal, também se aplicam profeticamente à nossa época, caracterizada pela sedução babilônica: multidões que parecem ter perdido o rumo certo nos lembram o verso 7: “...um mancebo falto de juízo”; seguindo o engano, fazem concessões e estão próximas de “dobrar a esquina” (v. 8). Já se aproxima o crepúsculo, as trevas dos tempos finais (v. 9). O engano é grande: as vestes da meretriz escondem a astúcia no seu coração (v. 9 e 10). Usando termos religiosos (v. 14), a igreja católica parece caminhar na direção dos evangélicos, mas as religiões cristãs vão ser engolidas por ela (v. 15). E os versos 21 e 24-27 finalizam com uma séria advertência aos que ainda insistem em seguir este culto pagão muito mal disfarçado de cristianismo:
24 Agora, pois, filhos, ouvi-me, e estai atentos às palavras da minha boca.
25 Não se desvie o teu coração para os caminhos da adúltera, e não andes perdido nas suas veredas.
26 Porque ela a muitos tem feito cair feridos; e são muitíssimos os que por ela foram mortos.
27 Caminho de Seol é a sua casa, o qual desce às câmaras da morte.
2 com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam sobre a terra se embriagaram com o vinho da sua prostituição.
3 Então ele me levou em espírito a um deserto; e vi uma mulher montada numa besta cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e que tinha sete cabeças e dez chifres.
4 A mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas; e tinha na mão um cálice de ouro, cheio das abominações, e da imundícia da prostituição;
5 e na sua fronte estava escrito um nome simbólico: A grande Babilônia, a mãe das prostituições e das abominações da terra.
6 E vi que a mulher estava embriagada com o sangue dos santos e com o sangue dos mártires de Jesus. Quando a vi, maravilhei-me com grande admiração.
Apocalipse capítulo 17 (versos acima) diz que, num futuro próximo, haverá uma instituição que irá se relacionar de forma extremamente íntima com as esferas de poder (verso 2). A figura que a Bíblia usa para ilustrar essa relação é a da prostituta que se embebeda com os reis da terra. Até mesmo teólogos católicos, através dos séculos são praticamente unânimes em identificar no texto a igreja católica. A intimidade com o poder temporal é a prostituição do espiritual com o mundano. Essa mistura das coisas de Deus com as coisas do mundo não vem de agora; não, é muito antiga.
Quando Lutero esteve em Roma, pouco tempo antes de ser alcançado pela graça salvadora de Jesus Cristo, percebeu que Roma era tudo menos santa. “Ninguém pode imaginar pecados tão infames e os atos que são cometidos em Roma”, disse; “têm que ser vistos e ouvidos. Tanto é assim que se costuma dizer: ‘Se existe um inferno, Roma está construída sobre ele’.”
E de fato, já naquela época a fama dos padres, cardeais, bispos e até “papas” como corruptos e sedentos de poder temporal era já antiga. Os prelados da igreja eram grandes proprietários de terras, donos de exércitos, políticos poderosos; tinham milhares de servos que trabalhavam por migalhas e tratavam cada padre, bispo ou cardeal como verdadeiros semi-deuses. E como se não bastasse, esses pretensos representantes de Deus imitavam em tudo os reis da terra: também eram adúlteros, fornicadores, pedófilos e homossexuais temidos pelas pessoas de bem. Como conseqüência, em muitas paróquias as pessoas insistiam para que sacerdotes tivessem concubinas fixas, “como proteção para suas próprias famílias”.
Apenas no ano de 1499, em Norfolk, Inglaterra, de 73 acusações de crimes sexuais, 15 foram contra padres; em Rippon, 24, e em Lambeth, 9. Confessores pediam favores sexuais às suas penitentes. Muitos padres tinham concubinas. Em Roma, 6% da população da cidade era de prostitutas, a maioria a serviço do clero. "Santo" Agostinho, por exemplo, dizia que os bordéis eram uma instituição muito útil, e que se fossem fechados, a humanidade se convulsionaria.
Ivo, bispo de Chartres, França (1035-1115) relatou que as freiras do convento de Santa Fara praticavam a prostituição. Abelardo (1079-1142) descreveu um quadro semelhante a respeito dos conventos de seu tempo. O “papa” Inocêncio III declarou que o convento de Santa Ágata era um bordel cuja devassidão corrompia toda a região vizinha. Rigud, bispo de Ruão, França, fez um relatório (1249) em que mencionava um convento onde, as 36 freiras, oito eram culpadas ou suspeitas de fornicação, e a madre superiora se embriagava todas as noites. Quando o bispo foi entregar uma carta de repreensão no convento de Lincoln as freiras a atiraram em sua cabeça. (Will Durant, A Idade da Fé, p. 721).
John Bromyard, frade dominicano do século XIV, observou que “aqueles que deviam ser os pais dos pobres cobiçam as comidas requintadas e apreciam o sono matinal, gastos de glutonaria e embriaguez... as reuniões de clérigos dão a impressão de bordéis de gente lasciva”. Erasmo de Roterdam dizia que “muitos conventos pouco diferem dos bordéis públicos”. Johannes Trithemius, abade de Sponheim, escreveu em 1490 que “os três votos da religião são pouco respeitados... desprezam a pobreza, desconhecem a castidade, repudiam a obediência. O fumo de suas imundícies eleva-se pelas adjacências”. Guy Jouenneaux, enviado para reformar os mosteiros beneditinos em 1503, relatou que “monges jogam, blasfemam, usam espadas, juntam riquezas, fornicam, levam vida de bacanais, são mais mundanos que os mundanos... se eu fosse escrever tudo o que vi, o relato seria longo demais”.
Na Pomerânia, os homens do povo encorajavam os padres a terem suas próprias concubinas, como forma de proteger suas próprias esposas e filhas.
Durante o reinado de Leão X (1513-1521), que exerceu 27 ofícios eclesiásticos diferentes antes dos 13 anos de idade, e assim aprendeu que a carreira na igreja era apenas um método de ganhar dinheiro e posições, Lutero, sendo ainda sacerdote católico, viajou a Roma. Ao ver pela primeira vez a cidade, caiu ao solo dizendo “Santa Roma, te saúdo”. Pouco tempo depois, se deu conta de que Roma era tudo menos santa. Pôde ver que a iniquidade existia em todas as classes do clero. Sacerdotes contavam piadas indecentes e diziam palavrões, inclusive na missa. Lutero descreve os “papas” da época como piores em conduta do que os imperadores pagãos, e que os banquetes da corte papal eram servidos por doze mulheres nuas.
A conclusão evidente a que chegamos é que, desde que a liderança da igreja cristã perdeu o foco na Palavra de Deus, e começou a perceber que, para ser aceita deveria buscar o apoio político, começou o declínio moral e espiritual. Não por coincidência, a partir desse momento deixa-se de usar o nome cristão para adotar o de “católica”.
E por aí foi ladeira abaixo.
No fim das contas, o caráter e a moral de muitos papas nos revela que não são sucessores de Cristo e de Pedro, mas sim de um sacerdócio pagão. Não queremos dar a impressão de que todos os "papas" foram maus, mas é necessário nos referirmos aos tais para mostrar que a afirmação a respeito da “sucessão apostólica” é uma falácia. Se fosse verdadeira, significaria que todos esses indivíduos devem ser considerados infalíveis.
Maquiavel escreveu em 1413: “Se o cristianismo tivesse sido conservado segundo os preceitos do fundador, o Estado e a comunidade seriam muito mais unidos e felizes do que são. Nem pode haver maior prova de sua decadência do que o fato de que quanto mais perto estão as pessoas da igreja romana, menos religiosas são. E quem examinar os princípios sobre os quais está baseada a sua religião e vir quão diferentes são esse princípios de sua prática e aplicação, verá que sua ruína ou punição está muito próxima”. O monge Bernardino escreveu em 1420: “Muitíssimas pessoas, considerando a vida pecaminosa de monges, freiras e frades, ficam abaladas e muitas vezes, enfraquecem da fé”. (Will Durant, A Reforma, p. 13-14, 17).
Não bastassem a simonia, a ganância, a exploração dos mais pobres, a idolatria grosseira e supersticiosa, de origem pagã e demoníaca expressa na adoração a falsas relíquias, cadáveres e panos apodrecidos, agora juntam à enorme lista – nem dizemos mais que são pecados, pois isso para muitos católicos é relativo – mas sim lista de crimes contra a humanidade, mais um, ainda mais repugnante: o abuso sexual de crianças e adolescentes.
E o pior: o "sumo-pontífice" sabia de tudo, sim senhores. Como é que o chefe da Inquisição (que agora atende pelo eufemismo de "Sagrada Congregação Para a Doutrina da Fé") durante décadas não sabia de nada? Ou ele mentiu, ou então era muito incompetente.
Terminamos citando um artigo da revista Chamada da Meia Noite.
No capítulo 7 do livro de Provérbios lemos sobre uma mulher - muito semelhante à de Apocalipse 17 - e seu ritual de sedução.:
7 Vi entre os simples, divisei entre os jovens, um mancebo falto de juízo,
8 que passava pela rua junto à esquina da mulher adúltera, e que seguia o caminho da sua casa,
9 no crepúsculo, à tarde do dia, à noite fechada e na escuridão;
10 e eis que a mulher lhe saiu ao encontro, ornada à moda das prostitutas, e astuta de coração.
11 Ela é turbulenta e obstinada; não param em casa os seus pés;
12 ora está ela pelas ruas, ora pelas praças, espreitando por todos os cantos.
13 Pegou dele, pois, e o beijou; e com semblante impudico lhe disse:
14 Sacrifícios pacíficos tenho comigo; hoje paguei os meus votos.
15 Por isso saí ao teu encontro a buscar-te diligentemente, e te achei.
16 Já cobri a minha cama de cobertas, de colchas de linho do Egito.
17 Já perfumei o meu leito com mirra, aloés e cinamomo.
18 Vem, saciemo-nos de amores até pela manhã; alegremo-nos com amores.
19 Porque meu marido não está em casa; foi fazer uma jornada ao longe;
20 um saquitel de dinheiro levou na mão; só lá para o dia da lua cheia voltará.
21 Ela o faz ceder com a multidão das suas palavras sedutoras, com as lisonjas dos seus lábios o arrasta.
22 Ele a segue logo, como boi que vai ao matadouro, e como o louco ao castigo das prisões;
23 até que uma flecha lhe atravesse o fígado, como a ave que se apressa para o laço, sem saber que está armado contra a sua vida.
São palavras que, além de alertarem sobre o adultério literal, também se aplicam profeticamente à nossa época, caracterizada pela sedução babilônica: multidões que parecem ter perdido o rumo certo nos lembram o verso 7: “...um mancebo falto de juízo”; seguindo o engano, fazem concessões e estão próximas de “dobrar a esquina” (v. 8). Já se aproxima o crepúsculo, as trevas dos tempos finais (v. 9). O engano é grande: as vestes da meretriz escondem a astúcia no seu coração (v. 9 e 10). Usando termos religiosos (v. 14), a igreja católica parece caminhar na direção dos evangélicos, mas as religiões cristãs vão ser engolidas por ela (v. 15). E os versos 21 e 24-27 finalizam com uma séria advertência aos que ainda insistem em seguir este culto pagão muito mal disfarçado de cristianismo:
24 Agora, pois, filhos, ouvi-me, e estai atentos às palavras da minha boca.
25 Não se desvie o teu coração para os caminhos da adúltera, e não andes perdido nas suas veredas.
26 Porque ela a muitos tem feito cair feridos; e são muitíssimos os que por ela foram mortos.
27 Caminho de Seol é a sua casa, o qual desce às câmaras da morte.
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