sábado, 13 de dezembro de 2008

Os símbolos do Natal

Muitos cristãos apreciam os símbolos do Natal e os utilizam até mesmo dentro da Igreja. Até recentemente uma das maiores igrejas evangélicas do Brasil, localizada em Belo Horizonte, adornava o templo, no final do ano, com um imenso pinheiro coberto de bolas coloridas e outros enfeites brilhantes. Mas o que nem todos esses cristãos compreendem é se esse e outros símbolos têm ou não a ver com a Palavra de Deus, e como surgiram.
A árvore de natal, por exemplo. Segundo a lenda, foi criada durante a Idade Média. Cerca de 1.200 anos atrás, um inglês chamado Wilfred viajava pelo norte da Alemanha quando encontrou um grupo de druidas – sacerdotes das antigas religiões pagãs da Europa – prestes a sacrificar o jovem príncipe Astolfo junto a um carvalho, a árvore sagrada do deus nórdico Odin (alguns afirmam que a árvore era do outro deus, Thor, aquele mesmo do martelão). Seja como for, Wilfred interrompeu a cerimônia, cortou o carvalho e imediatamente surgiu em seu lugar um pinheiro, que passou a ser a nova “árvore sagrada”. Logo as pessoas passaram a levar pinheiros para casa. É possível que os alemães tenham sido os primeiros a enfeitar as árvores de natal, usando frutas. Outros povos, como os escandinavos, usavam pequenas bandeiras, enquanto os poloneses usavam velas e ornamentos de papel. Atualmente os enfeites evoluíram para bolas brilhantes e lâmpadas coloridas cada vez mais sofisticadas, que tocam até música.
Já o hábito de dar presentes tem uma origem supostamente bíblica: faz alusão às oferendas que os magos do Oriente fizeram a Jesus quando O visitaram, logo após Seu nascimento. De olho nesse costume, o comércio fatura alto nessa época do ano. Muitas lojas vendem no mês de dezembro mais do que no ano todo, sem falar na publicidade, que explora as imagens do Natal à exaustão, para vender todo tipo de produtos.
Mas controvertido mesmo é o “papai Noel”. O “bom velhinho”, para quem muitos evangélicos torcem o nariz, originou-se, provavelmente, a partir da figura de “São” Nicolau, que viveu, segundo a lenda, no século IV depois de Cristo e foi bispo da cidade de Mira, na Ásia Menor (atual Turquia). Ficou famoso por sua suposta generosidade. Segundo a “tradição”, Nicolau costumava trazer presentes para as crianças todo mês de dezembro. Seu hábito de descer pela chaminé tem origem numa lenda escandinava, segundo a qual uma deusa chamada Herta aparecia nas lareiras trazendo boa sorte para as famílias. Mas a sua figura tradicional, barrigudo, de roupa vermelha e andando de trenó, surgiu muito depois, no final do século XIX, fruto do trabalho do desenhista americano Thomas Nast. E como no Brasil quase ninguém tem Lareira, “Papai Noel” acostumou-se a entrar pela janela, onde muitas crianças, crentes ou não, esperam encontrar, na manhã de Natal, os sonhados presentes. A pastora Valnice Milhomens costuma comparar “Papai Noel” a um tipo de “chefe dos duendes”.
A própria data do Natal é muito questionada. Sabe-se que esse dia marcava, desde a Antiguidade, uma festa regada a bebidas e orgias, em homenagem ao deus Mitra, de origem persa mas cultuado em todo o império romano. No ano 440 da era cristã, o 25 de dezembro foi fixado para marcar o nascimento de Jesus, já que ninguém sabia ao certo o dia correto. Como vimos antes, há sérios argumentos contra essa data. É bem mais certo que Jesus tenha nascido no final de setembro ou início de outubro, como veremos na próxima semana.
Apesar de tudo, porém, é preciso esclarecer o seguinte: o Natal não é artigo de fé. Não faz parte do corpo doutrinário da Igreja; é questão de ordem pessoal. Não se pode dizer que quem o celebra está em pecado, enganado por Satanás; e que quem não o celebra deva ser crucificado por causa disso. O fato é que o Natal é uma oportunidade para anunciar a Boa Nova, pois nessa época a maioria das pessoas está sensível a ouvir algo sobre Jesus. Pergunte a alguém o que acha de Jesus ou do Natal; qual o seu significado; será que o Natal significa comer e beber, cantar e dançar? Diga que o mundo precisa é do Pai da Eternidade, e não do “papai Noel”. Anuncie para o mundo o que o anjo anunciou aos pastores no campo: “Trago-vos novas de grande alegria, o que será para todo o povo. Na cidade de Davi vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor”! (Lucas 2:10,11).
 
Fontes: Revista Vinde, ano 2, nº14, pg. 37; Defesa da Fé, ano 1, nº 2, pg.6-7; publicado anteriormente no Boletim Mensal da Igreja Batista da Renascença, Belo Horizonte, dezembro de 1998, pg. 8 - Nota: a árvore citada acima não ficava nesta igreja, era noutra...