Enquanto
muitos se digladiam na Internet e especialmente nas redes sociais por conta de
eleições, outros fatos vão passando despercebidos pela maioria dos cristãos.
Por exemplo, temos visto quase toda semana, senão quase todo dia, notícias
sobre a intensificação dos esforços do Vaticano, na pessoa do “papa” Francisco,
para integrar
as diversas religiões no que ele chama de “diálogo”. Primeiro ele recebeu
Bartolomeu I, Patriarca Ecumênico de Constantinopla. Em seguida, esteve com o bispo
metropolitano russo, Hilarion, “ministro dos negócios estrangeiros” do
Patriarcado de Moscou. Na Sala Clementina do Vaticano, ocorreu outra reunião com
os líderes e representantes de outras religiões. E a última audiência foi com o
diretor executivo do Congresso Judaico Latino-americano, Claudio Epelman (fonte).
Também se encontrou com o líder
da Igreja Copta (cristãos egípcios) Tawandros II.
Já houve reuniões
com protestantes
e mórmons,
incluindo os badalados Joel Osteen e Kenneth Copeland; com rabinos
em Roma, com os muçulmanos na
Itália. Aliás, os
muçulmanos parecem ter aceitado Francisco muito bem. E agora, esteve
na Coréia para não apenas marcar o território com a presença católica, mas
também lançar mais uma vez o seu já batido discurso em prol da união.
Há pouco
tempo, o ex-primeiro-ministro espanhol saiu-se com esta: “a criação de
uma autoridade
religiosa global para zelar pela paz mundial”.
Um pouco
antes, em 2010, o “ex-papa” B16 já pedia “a
união das religiões”. Aliás, o Vaticano já prega abertamente uma “união
monetária mundial”, para resolver o problema das crises econômicas globais.
E curiosamente, desde 2010 uma comissão da ONU esteve empenhada no que chama de
esforços para a unificação
das religiões.
Já sei, há quem
diga que isto é normal e até desejável: líderes religiosos se encontrarem em
busca de objetivos comuns, que seriam a paz mundial, o fim dos conflitos de
cunho religioso, a convivência pacífica das diversas comunidades etc. Poderia
até ser, se tudo isso não tivesse uma motivação mais política do que religiosa,
entendendo-se por “política”, latu sensu:
-
o poder ideológico, com base na influência que as idéias da pessoa investida de
autoridade exerce sobre a conduta dos demais: deste tipo de condicionamento
nasce a importância social daqueles que sabem, quer os sacerdotes das
sociedades arcaicas, quer os intelectuais ou cientistas das
sociedades evoluídas. É por eles, pelos valores que difundem ou pelos
conhecimentos que comunicam, que ocorre a socialização necessária à coesão e
integração do grupo;
- e
o poder político propriamente dito, onde se pretende alcançar (pela ação dos
políticos, em cada situação) as prioridades do grupo (ou classe, ou segmento
nele dominante): nas convulsões sociais, a unidade do Estado; em tempos de
estabilidade interna e externa, o bem-estar, a prosperidade; em tempos de
opressão, a liberdade, direitos civis e políticos; em tempos de dependência, a
independência nacional (Fonte
dessas definições).
Esses vieses
político-ideológicos podem ser facilmente identificados. A jornalista e
escritora Berit Kjos relata ter participado em 1996 de uma conferência da ONU na
Turquia (Habitat II), sobre assentamentos humanos, que definia políticas muito
suspeitas em relação às diversas práticas religiosas. A lista dos 21 membros do
painel incluía personalidades globais: Federico Mayor, diretor-geral da UNESCO;
Maurice Strong, líder da ONU; Ismail Serageldin, vice-presidente do Banco
Mundial; Millard Fuller, fundador de Habitat pela Humanidade. Junto com outros
dignatários globalistas, eles falaram sobre uma
“base espiritual para uma ética global evolutiva” para uma futura comunidade
planejada. A jornalista relatou que a Conferência usou enormes galpões nas proximidades
das docas de Istambul para expor modelos de cidades planejadas. Não havia igrejas:
mas cada modelo tinha um grande local central de reuniões para comunhão e
iluminação coletiva.
“O que é
necessário é um centro interfé em cada cidade do globo”, disse
James Morton, ex-deão da Catedral Episcopal de São João Divino, em Nova York. “Os novos centros interfé honrarão os
rituais de todas as tradições: Islã, Hinduísmo, Jainismo, Cristianismo... e
fornecerão oportunidades para a expressão sagrada necessária para vincular os povos do planeta em
uma solidariedade viável, significativa e sustentável”.
Parece
estranho? Só que esse “novo modo de pensar” – na prática, uma nova
ideologia – já permeou todos os segmentos da sociedade: educação, empresas,
governo, a mídia, as artes e a cultura. John Lennon já cantava há mais de 30
anos na sua célebre “Imagine” como seria bom se não existissem religiões
(obviamente ele também queria que não existisse céu nem - principalmente - inferno...). Hoje em dia o maior defensor da união das religiões é Bono, do
grupo U2.
Mas o
Movimento de Crescimento de Igrejas, incluindo as que seguem o modelo Propósitos,
também aderiu ao esquema. O ex-pastor Caio Fábio é um que usa a música do
ex-beatle em suas pregações. E promovendo a transformação em todos esses
setores estão os programas de treinamento de líderes que seguem a visão dos
gurus da Administração, como Peter Drucker, Peter Senge e Ken Blanchard. A
parte central de seu ensino é a “Teoria Geral dos Sistemas”, ou “Pensamento
Sistêmico”. Em resumo, tudo está interconectado, portanto, tudo é Um e todas as
divisões e fronteiras precisam ser eliminadas, de modo a estabelecer a “Vizinhança
Global” – isto é, a Nova Ordem Mundial. Líderes emergentes, como Brian McLaren,
chamam isto de “o Reino de Deus”.
Na edição de 18 de
fevereiro de 2012, o Wall Street Journal publicou um
artigo – “Religião Para Todos” – que se encaixa perfeitamente bem com a
visão de mundo da ONU. O autor, Alain de Botton, apresenta um plano para uma
unidade social que atenda às exigências da agenda global. Misturando tradições
religiosas de todo o mundo, o plano moldaria nossas mentes, transformaria as
comunidades e estabeleceria novas regras e rituais para todos (menos para o
Cristianismo bíblico). Diz o artigo (ênfases acrescentadas):
“Uma das
mais sentidas
perdas da sociedade moderna é a de um sentido de comunidade. Tendemos a
imaginar que existia antigamente um nível de proximidade que foi substituído
pelo cruel anonimato... Ao tentar compreender o que erodiu nosso senso de
comunidade, os historiadores atribuem um importante papel à privatização da
crença religiosa que ocorreu na Europa e nos EUA no século 19. Eles sugeriram
que começamos a desconsiderar os vizinhos ao nosso redor, ao mesmo tempo que deixamos de honrar nossos deuses como uma comunidade [...] acredito
que seja possível recuperar nosso senso de comunidade... sem ter de
construir sobre um alicerce
religioso [...] Em um mundo sitiado por fundamentalistas,
tanto da variedade secular quanto religiosa, precisa ser possível balancear uma rejeição da fé religiosa com uma reverência seletiva para rituais e conceitos religiosos [...] as
comunidades religiosas [...] usam
tipos específicos de alimento e bebida para representar conceitos abstratos,
dizendo aos cristãos, por exemplo, que o pão representa o corpo sagrado de
Cristo.... e ensinando aos zen-budistas que suas xícaras com chá em lenta
infusão são símbolos da natureza transitória da felicidade em um mundo
flutuante [...] tomando seus assentos em um Restaurante Ágape, os convidados
encontrariam diante de si livros de orientações [...] Ninguém seria deixado sozinho para encontrar seu caminho para uma
conversa interessante com outra pessoa... O Livro do Ágape instruiria os
convidados a conversarem uns com os outros por períodos pré-determinados de
tempo e a respeito de tópicos também pré-determinados” [...]
Ora, se isso não
é uso de religião – mesmo uma coisa estranha como essa religião “ecumênica” –
com fins políticos, então não sei mais do que se trata. E ninguém melhor para
exercer o papel aglutinador desse movimento global do que o maior líder
religioso do planeta, o Sr. Jorge Bergoglio, que chefia nada menos do que 1
bilhão ou mais de pessoas. Ele tem todas as ferramentas para acertar onde
outros falharam.
A Maçonaria tentou
juntar todos os gatos num balaio só, mas esbarra no fato de ser demasiadamente
misteriosa e elitista, e sua aura de mistério chega a causar repulsa aos que a
olham de fora. Símbolos, gestos e rituais estranhos não são exatamente
apropriados a uma estratégia de globalização, e acho que nem eles querem isso.
A exclusividade é uma característica de que os membros mais abastados não
abririam mão.
Já o
catolicismo, embora também tenha seus rituais e “mistérios”, atua na direção
oposta, isto é, quanto mais gente, melhor. Por isso, desde o seu início, lá
pelo século III ou IV, começou seu caminho rumo ao sincretismo, ou seja, a
aceitação de elementos originalmente estranhos, com o objetivo de se tornar
mais atraente aos diversos povos e civilizações com quem entrava em contato.
Vêm daí os mitos e lendas de santos, as cerimônias elaboradas, o sacerdócio
altamente organizado em hierarquias, etc.
17 séculos
depois, ao experimentar um lento mas consistente declínio, ao lado da
diluição das doutrinas e costumes protestantes (outrora radicalmente opostos) e
do aumento das tensões entre cristãos e muçulmanos (principalmente nos países
islâmicos), uma boa estratégia é vender a imagem de conciliador, de “bom
pastor”, e da alegada necessidade de união e cooperação.
É evidente que isso
interessa a quem já defende, de longa data, um governo global unificado. E
nesse objetivo de controle total, a ONU e a igreja católica parecem caminhar de
mãos dadas.
Não podemos
esperar disso nada mais nada menos do que o renascimento da política
medieval de união do poder civil e do poder religioso, uma estrutura
miscigenada da qual não se pode fugir. Um poder tão forte que não dará a nenhum ser humano
a opção de o rejeitar – só morrendo.
O citado Ismail
Serageldin, ex vice-presidente do Banco Mundial, disse: “Vamos garantir que a mudança social e a transformação ocorram na
direção certa... A mídia precisa atuar como parte do processo educativo que
combata o individualismo”.
Incrível é que isso
que hoje se desenha estava previsto há quase 2.000 anos, pois podemos ler nas
páginas da Bíblia que “[...] vi subir do mar uma besta [...] e deu-se-lhe
autoridade sobre toda tribo, e povo, e língua e nação. E adorá-la-ão todos os
que habitam sobre a terra...” (Apocalipse 13:1, 7, 8);
e que “[...] vi subir da
terra outra besta [...] Também exercia toda a autoridade da primeira
besta na sua presença; e fazia que a terra e os que nela habitavam adorassem a
primeira besta [...] E operava grandes sinais, de maneira que fazia até
descer fogo do céu à terra, à vista dos homens; [...] e enganava
os que habitavam sobre a terra e lhes dizia que fizessem uma imagem à besta [...] E fez que a
todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, lhes fosse posto
um sinal na mão direita, ou na fronte, para que ninguém pudesse comprar ou
vender, senão aquele que tivesse o sinal, ou o nome da besta, ou o número do
seu nome”(idem, vs. 11-17).
O que mais isso
poderia significar? Para mim é simples: a primeira “besta” (no sentido de uma
coisa terrível, inominável) exerce poder político de forma global (autoridade
sobre toda tribo, e povo, e língua e nação) e a segunda “besta” é o braço
religioso que apóia a primeira “besta” (exercia toda a autoridade da primeira
besta; fazia com que todos a adorassem; operava grandes sinais; patrocinou a
imagem para adoração) que por fim se funde à primeira com o poder econômico (fez
com que a todos fosse posto um sinal, sem o qual a pessoa se torna um pária).
Não
caminhamos a passos largos para essas coisas? Ou você se rende a esse
sistema político-religioso-econômico que está em curso, ou será posto à margem.
Será que
você está preparado(a) para o que poderá ser realidade em muito pouco
tempo?