quinta-feira, 22 de maio de 2014

O Templo de Jerusalém está a caminho?

Na mesma época em que se comemora mais um aniversário da fundação do moderno Estado de Israel, uma notícia veiculada um mês antes lança mais um ponto de luz sobre o papel profético dessa nação no contexto dos últimos dias, e serve de alerta para a Igreja.
Sexta, 4 de abril de 2014 - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, recebeu uma carta assinada por um grupo de rabinos ligados ao grupo “National Religious”, defendendo a construção de uma sinagoga no lugar mais sagrado do judaísmo: o Monte do Templo, atualmente ocupado por mesquitas islâmicas. O grupo que assinou a carta é bastante variado e representativo, pois inclui rabinos das facções religiosas conservadoras, grupos liberais e religiosos sionistas, bem como professores, educadores e profissionais. O Monte do Templo é um lugar singular para a oração” - afirma a carta. “Como primeiro-ministro, pedimos-lhe que faça o que for necessário para estabelecer um lugar de oração para judeus no Monte do Templo, de uma forma respeitável e pacífica, que honre o lugar sagrado pelo qual todos nós ansiamos”. O documento foi preparado e enviado pela organização Amutat Yishai, que apoia a construção de uma sinagoga numa localização específica do Monte do Templo, à qual muitos rabinos concordam que os judeus possam ter acesso e ali possam orar. Os judeus que atualmente sobem à esplanada do Monte do Templo têm permissão de acesso restrito e devem aderir a certas restrições ligadas aos rituais de purificação; por isso uma grande parte do recinto é proibida aos judeus. No entanto, muitos rabinos concordam com os historiadores ao alegar que certas áreas do Monte do Templo não estavam incluídas nas delineações da área do Templo Santo, permitindo assim tais visitas - mesmo em estado de impureza ritual - desde que fossem providenciadas no local facilidades para o ritual da imersão e que outras disposições fossem também cumpridas.
Os grupos muçulmanos, incluindo o Waqf Islâmico (entidade que supervisiona os santuários muçulmanos sobre o Monte do Templo), opõem-se ferozmente a qualquer forma de presença judaica no local. e de forma a evitar conflitos, as autoridades israelitas simplesmente proibiram os judeus de orar no local.
A maioria dos estudiosos judeus partilha a crença de que é necessária a construção de um terceiro Templo no local. Várias posições têm sido adiantadas acerca da exata localização do mesmo - um dos pontos de vista é vê-lo construído ao lado do Domo da Rocha. Outras opiniões defendem a remoção do Domo da Rocha, para dar lugar ao Templo. Cada um das perspectivas parece no entanto conduzir ambos os lados a uma contagem decrescente para um confronto. Em outubro de 2013, o jornal Tehran Times relatou que um porta voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã denunciara um plano israelita para construir uma sinagoga perto da mesquita al-Aqsa, apelando à comunidade internacional para prevenir mais “conspurcação” do Monte do Templo. Durante um discurso, Ismail Haniyeh, primeiro-ministro do Hamas, condenou os esforços israelitas para “judaizar” Jerusalém, encorajando todos os palestinos para agirem contra as alegadas “medidas expansionistas” de Israel. Entretanto o jornal “The Jerusalem Post” publicu o seguinte comentário: “O estado das coisas no Monte do Templo é intolerável e insustentável. Liberdades básicas como o direito ao culto e à livre expressão estão sendo espezinhadas, e os judeus são sujeitos a discriminações desconhecidas em qualquer outra parte do mundo ocidental num lugar de tal significado profundo para a História e destino dos judeus”.
Michael Freund, autor do artigo no jornal israelita, tinha conduzido um tour pelo Monte do Templo com mais de 50 judeus oriundos da sinagoga Raanan Ohel Ari, e assinalou o seguinte. “...foi deprimente ver até que ponto o governo israelita cede às ameaças de instabilidade árabe à custa dos seus próprios cidadãos e dos seus direitos básicos”. Freund fornece exemplos de claros precedentes históricos de quando os direitos dos judeus eram respeitados, especialmente durante períodos em que o Monte do Templo se encontrava sob controle muçulmano. Um desses casos mostra uma sinagoga e um lugar de estudos judaicos funcionando no Monte do Templo onde os judeus podiam ir orar em liberdade por mais de quatrocentos anos, depois que o califa Omar conquistou a Terra de Israel em 633-4 d.C. 
Não é por falta de espaço. Isso foi confirmado pelo rabino Abraham bar Chiya HaNassi, grande líder e autoridade rabínica espanhola do século 12, que escreveu no livro “Megilat Megaleh” que, “no início, depois de os romanos terem destruído o Templo, Israel não foi impedido de subir lá e orar, e da mesma forma os reis de Ismael estabeleceram um costume beneficente e permitiram a Israel subir ao Monte do Templo e construir uma casa de oração e estudo”. O rabino ainda acrescentou que “todos os exilados de Israel que viviam perto do Monte do Templo subiam nos festivais e feriados e oravam ali”
Comentários - Longe dos tons alarmistas, como ameaça de guerra e aumento de tensão entre os atores envolvidos, o que precisamos extrair desses fatos é o seguinte:
- a Bíblia diz que no futuro haverá um templo judaico em Jerusalém: “o dia do Senhor [isto é, a volta de Jesus a esta Terra] [...] não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, apresentando-se como Deus” (II Tessalonicenses 2:2-4). Isto é, imediatamente antes da volta do Senhor se levantará um “anticristo” que desejará se assentar no local sagrado de adoração dos judeus, para receber o que é devido somente a Deus. Esse local é o Templo de Jerusalém.
- podemos ter certeza total sobre esse Templo reconstruído sobre o lugar sagrado. Embora a construção de um Templo não seja um pré-requisito para o início do período da Tribulação, as Escrituras apontam para a construção de um Templo e início da adoração no local, antes do meio desse período. Quando os discípulos de Jesus Lhe perguntaram acerca da “consumação do século”, Ele avisou as gerações futuras que vivessem em Jerusalém no Seu discurso profético para estarem conscientes da proximidade do “abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo” (Mateus 24:15).
- o Livro de Daniel (capítulos 11 e 12) avisa que os anos finais conducentes ao estabelecimento do Reino de Deus na terra produziriam um líder político (o Anticristo) que confirmará uma aliança de paz com Israel por 7 anos. A meio desse tempo, o Anticristo fará cessar os sacrifícios no Templo, voltar-se-á contra Israel, e exaltar-se-á como deus, selando aí o seu destino final - eterna e permanente separação de Deus no lago de fogo (Apocalipse 20:10).
- no entanto, poderá a construção de uma sinagoga no Monte do Templo e o restabelecimento do direito dos judeus a orar ali ser a pedra basilar para a construção de alguma tolerância e respeito mútuo entre judeus e árabes? Por mais que ambas as partes relutem diante de tal possibilidade, seria necessária uma mudança de atitude para um acordo que, em última análise, dará lugar à construção do Templo. Há quem já especule que o atual processo de paz poderá conduzir a um entendimento nesse sentido. Se não se chegar a um acordo diplomático, talvez então a guerra venha a conseguir o resultado desejado.
- o fato de Israel ter sido restabelecido como nação em 1948, de Jerusalém ter sido reconquistada em 1967 e de os judeus estarem fazendo esforços cada vez mais significativos para a construção do templo, demonstra que estamos chegando perto do fim da atual era da Igreja e do início da Tribulação. O cenário divino para o fim dos tempos está tomando forma e o centro das atenções é a reconstrução do templo em Jerusalém. A mão de Deus está agindo.
E por todas essas razões é que não se deve dar mais atenção a uma jogada de marketing que está em curso, que é um edifício que alguns desavisados têm como réplica do templo de Salomão, na cidade de São Paulo. Uma análise simples nos revela que:
- é inspirado no templo de Herodes, e não no “de Salomão”.
- não segue, como alegam, as medidas bíblicas, pois é megalomaníaco e muito maior do que o aquele que havia em Jerusalém.
- não se trata de um templo propriamente dito, mas de uma atração turística e uma fonte de renda para seus administradores.
- e mesmo que fosse um templo de verdade, seria desnecessário, pois “Deus não habita em templos feitos por mãos humanas” (Atos 7:48).
O único templo que tem alguma relevância para nós, hoje, é aquele que ainda está por ser construído em Jerusalém, porque será um sinal do cumprimento das profecias.
Maranatha!

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