Sexta, 4 de abril de 2014 - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, recebeu uma carta
assinada por um grupo de rabinos ligados ao grupo “National Religious”,
defendendo a construção de uma sinagoga no lugar mais sagrado do judaísmo: o
Monte do Templo, atualmente ocupado por mesquitas islâmicas. O grupo que
assinou a carta é bastante variado e representativo, pois inclui rabinos das
facções religiosas conservadoras, grupos liberais e religiosos sionistas, bem
como professores, educadores e profissionais. “O Monte do Templo é um
lugar singular para a oração” - afirma a carta. “Como primeiro-ministro, pedimos-lhe que faça o que for necessário para
estabelecer um lugar de oração para judeus no Monte do Templo, de uma forma
respeitável e pacífica, que honre o lugar sagrado pelo qual todos nós ansiamos”.
O documento foi preparado e enviado pela organização Amutat Yishai, que apoia a
construção de uma sinagoga numa localização específica do Monte do Templo, à
qual muitos rabinos concordam que os judeus possam ter acesso e ali possam
orar. Os judeus que atualmente sobem à esplanada do Monte do Templo têm
permissão de acesso restrito e devem aderir a certas restrições ligadas aos
rituais de purificação; por isso uma grande parte do recinto é proibida aos
judeus. No entanto, muitos rabinos concordam com os historiadores ao alegar que
certas áreas do Monte do Templo não estavam incluídas nas delineações da área
do Templo Santo, permitindo assim tais visitas - mesmo em estado de impureza
ritual - desde que fossem providenciadas no local facilidades para o ritual da
imersão e que outras disposições fossem também cumpridas.
Os grupos muçulmanos, incluindo o Waqf Islâmico (entidade que supervisiona os santuários muçulmanos
sobre o Monte do Templo), opõem-se ferozmente a qualquer forma de presença
judaica no local. e de forma a evitar conflitos, as autoridades israelitas
simplesmente proibiram os judeus de orar no local.
A maioria
dos estudiosos judeus partilha a crença de que é necessária a construção de um
terceiro Templo no local. Várias posições têm sido adiantadas acerca da exata
localização do mesmo - um dos pontos de vista é vê-lo construído ao lado do
Domo da Rocha. Outras opiniões defendem a remoção do Domo da Rocha, para dar
lugar ao Templo. Cada um das perspectivas parece no entanto conduzir ambos os
lados a uma contagem decrescente para um confronto. Em outubro de 2013, o
jornal Tehran Times relatou que um porta voz do Ministério das Relações Exteriores
do Irã denunciara um plano israelita para construir uma sinagoga perto da
mesquita al-Aqsa, apelando à comunidade internacional para prevenir mais “conspurcação”
do Monte do Templo. Durante um discurso, Ismail Haniyeh, primeiro-ministro do
Hamas, condenou os esforços israelitas para “judaizar” Jerusalém, encorajando
todos os palestinos para agirem contra as alegadas “medidas expansionistas” de
Israel. Entretanto o jornal “The
Jerusalem Post” publicu o seguinte comentário: “O estado das coisas no Monte do Templo é intolerável e insustentável.
Liberdades básicas como o direito ao culto e à livre expressão estão sendo
espezinhadas, e os judeus são sujeitos a discriminações desconhecidas em
qualquer outra parte do mundo ocidental num lugar de tal significado profundo
para a História e destino dos judeus”.
Michael
Freund, autor do artigo no jornal israelita, tinha conduzido um tour pelo Monte
do Templo com mais de 50 judeus oriundos da sinagoga Raanan Ohel Ari, e
assinalou o seguinte. “...foi deprimente
ver até que ponto o governo israelita cede às ameaças de instabilidade árabe à
custa dos seus próprios cidadãos e dos seus direitos básicos”. Freund
fornece exemplos de claros precedentes históricos de quando os direitos dos
judeus eram respeitados, especialmente durante períodos em que o Monte do
Templo se encontrava sob controle muçulmano. Um desses casos mostra uma
sinagoga e um lugar de estudos judaicos funcionando no Monte do Templo onde os
judeus podiam ir orar em liberdade por mais de quatrocentos anos, depois que o
califa Omar conquistou a Terra de Israel em 633-4 d.C.
Não é por falta de espaço. Isso foi confirmado pelo rabino Abraham bar Chiya HaNassi, grande líder
e autoridade rabínica espanhola do século 12, que escreveu no livro “Megilat
Megaleh” que, “no início, depois de os
romanos terem destruído o Templo, Israel não foi impedido de subir lá e orar, e
da mesma forma os reis de Ismael estabeleceram um costume beneficente e
permitiram a Israel subir ao Monte do Templo e construir uma casa de oração e estudo”.
O rabino ainda acrescentou que “todos os
exilados de Israel que viviam perto do Monte do Templo subiam nos festivais e
feriados e oravam ali”.
Comentários
- Longe dos tons
alarmistas, como ameaça de guerra e aumento de tensão entre os atores envolvidos,
o que precisamos extrair desses fatos é o seguinte:
- a Bíblia diz que no
futuro haverá um templo judaico em Jerusalém: “o dia
do Senhor [isto é, a volta de Jesus a esta Terra] [...] não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja
revelado o homem do pecado, o filho da perdição, aquele que se opõe e se
levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que
se assenta no santuário de Deus, apresentando-se como Deus” (II
Tessalonicenses 2:2-4). Isto é, imediatamente antes da volta do Senhor se
levantará um “anticristo” que desejará se assentar no local sagrado de
adoração dos judeus, para receber o que é devido somente a Deus. Esse local é o Templo de
Jerusalém.
- podemos
ter certeza total sobre esse Templo reconstruído sobre o lugar sagrado. Embora
a construção de um Templo não seja um pré-requisito para o início do período da
Tribulação, as Escrituras apontam para a construção de um Templo e início da
adoração no local, antes do meio desse período. Quando os discípulos de
Jesus Lhe perguntaram acerca da “consumação do século”, Ele avisou as gerações
futuras que vivessem em Jerusalém no Seu discurso profético para estarem
conscientes da proximidade do “abominável da
desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo” (Mateus 24:15).
- o Livro de Daniel (capítulos 11 e 12) avisa que os anos finais conducentes ao estabelecimento do Reino de Deus na terra produziriam um líder político (o Anticristo) que confirmará uma aliança de paz com Israel por 7 anos. A meio desse tempo, o Anticristo fará cessar os sacrifícios no Templo, voltar-se-á contra Israel, e exaltar-se-á como deus, selando aí o seu destino final - eterna e permanente separação de Deus no lago de fogo (Apocalipse 20:10).
- no entanto, poderá a construção de uma sinagoga no Monte do Templo e o restabelecimento do direito dos judeus a orar ali ser a pedra basilar para a construção de alguma tolerância e respeito mútuo entre judeus e árabes? Por mais que ambas as partes relutem diante de tal possibilidade, seria necessária uma mudança de atitude para um acordo que, em última análise, dará lugar à construção do Templo. Há quem já especule que o atual processo de paz poderá conduzir a um entendimento nesse sentido. Se não se chegar a um acordo diplomático, talvez então a guerra venha a conseguir o resultado desejado.
- o Livro de Daniel (capítulos 11 e 12) avisa que os anos finais conducentes ao estabelecimento do Reino de Deus na terra produziriam um líder político (o Anticristo) que confirmará uma aliança de paz com Israel por 7 anos. A meio desse tempo, o Anticristo fará cessar os sacrifícios no Templo, voltar-se-á contra Israel, e exaltar-se-á como deus, selando aí o seu destino final - eterna e permanente separação de Deus no lago de fogo (Apocalipse 20:10).
- no entanto, poderá a construção de uma sinagoga no Monte do Templo e o restabelecimento do direito dos judeus a orar ali ser a pedra basilar para a construção de alguma tolerância e respeito mútuo entre judeus e árabes? Por mais que ambas as partes relutem diante de tal possibilidade, seria necessária uma mudança de atitude para um acordo que, em última análise, dará lugar à construção do Templo. Há quem já especule que o atual processo de paz poderá conduzir a um entendimento nesse sentido. Se não se chegar a um acordo diplomático, talvez então a guerra venha a conseguir o resultado desejado.
- o fato de
Israel ter sido restabelecido como nação em 1948, de Jerusalém ter sido
reconquistada em 1967 e de os judeus estarem fazendo esforços cada vez mais
significativos para a construção do templo, demonstra que estamos
chegando perto do fim da atual era da Igreja e do início da Tribulação. O
cenário divino para o fim dos tempos está tomando forma e o centro das atenções
é a reconstrução do templo em Jerusalém. A mão de Deus está agindo.
E por todas
essas razões é que não se deve dar mais atenção a
uma jogada de marketing que está em curso, que é um edifício que
alguns desavisados têm como réplica do templo de Salomão, na cidade de São Paulo. Uma
análise simples nos revela que:
- é inspirado no templo de Herodes, e não no “de Salomão”.
- não segue,
como alegam, as medidas bíblicas, pois é megalomaníaco e muito maior do que o aquele
que havia em Jerusalém.
- não se trata
de um templo propriamente dito, mas de uma atração turística e uma fonte de renda para seus administradores.
- e mesmo
que fosse um templo de verdade, seria desnecessário, pois “Deus não habita em templos feitos por mãos humanas” (Atos 7:48).
O único
templo que tem alguma relevância para nós, hoje, é aquele que ainda está por
ser construído em Jerusalém, porque será um sinal do cumprimento das profecias.
Maranatha!
512.730