E depois que
humanidade tornou a se multiplicar, novamente o mal foi crescendo e as pessoas
se esqueceram do Deus que havia preservado milagrosamente a espécie humana da
destruição total. Se esqueceram de que Deus é quem dá a vida, e quem a pode
tomar de volta. Passaram a confiar em si mesmas, e concentrando-se nos seus
importantes afazeres diários, deram as costas para as advertências divinas.
Na época de Noé, já havia se
passado bastante tempo desde que Adão desobedecera a Deus, e o pecado, o mal e
a morte contaminaram toda a raça humana. As pessoas haviam se multiplicado
sobre a face da Terra. Cálculos simples revelam que em poucos milhares de anos
a população facilmente atingira uma cifra espantosa. Muita gente, mas todos tinham
em comum o fato de serem, sem exceção, pecadores. Romanos 3:23 nos diz que “todos
pecaram”. Por isso, a humanidade se tornou má, e Deus iria purificar a
Terra: “Viu
o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação
dos pensamentos de seu coração era má continuamente... Noé, porém, achou graça
aos olhos do Senhor... Era homem justo e perfeito em suas gerações, e andava
com Deus... Então disse Deus a Noé: O fim de toda carne é chegado perante mim;
porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os destruirei
juntamente com a terra” (Gênesis 6:5; 8, 9, 13). Deus disse
ainda como Noé deveria se salvar: fazendo uma arca de madeira, com instruções
específicas de tamanho, revestimento à prova de água etc.
Ora, podemos imaginar que essa
“arca” deve ter levado um tempão para ser concluída. Provavelmente, Noé e seus
três filhos tiveram que ralar sozinhos, pois seus vizinhos, ao que parece, não
os levaram a sério (tanto é que só Noé e sua família escaparam). Será que
alguém trabalharia na construção do navio só para passar o tempo, ficando de
fora na hora da catástrofe? Seja como for, parece que realmente poucos
trabalharam no barco.
O que faria Noé se alguém perguntasse
o que era aquilo? Eu acredito que Noé teria dito o que Deus lhe falara, que uma
hecatombe viria e destruiria tudo, por causa da maldade dos homens, e que a
única forma de se salvar era reconhecer a soberania de Deus e entrar na arca
quando chegasse a hora. Não poderia ser de outra forma!
Penso também que Noé e
seus filhos tinham outras atividades além da recém-adotada profissão de
armadores. Eles tinham que prover o sustento de suas famílias. Talvez criassem
animais e cultivassem uma horta. Como veremos adiante, nessa época o pastoreio
de animais era uma atividade já desenvolvida (e provavelmente a agricultura
também). Noé e os seus filhos com certeza tinham vizinhos que olhavam com
estranheza aquela estrutura sendo montada. Assim, podemos ter certeza de que o
Espírito Santo pregou através de Noé durante o tempo de construção da arca, aos
homens que estavam “prisioneiros em seus espíritos”, que se convertessem de
seus pecados, pois o fim viria logo. E temos certeza também que o Espírito
Santo de Deus foi longânimo, pois a arca demorou até ser concluída.
Recentemente arqueólogos
descobriram o que acreditam ser uma “outra arca”, uma “arca” redonda! (link
aqui). A história é parecida: seus ocupantes deveriam levar animais, “dois
a dois”, para sobreviver ao dilúvio que viria, etc. Mas agora isto se junta ao
velho e falacioso argumento de que “muitos
povos têm narrativas de dilúvio”, e por isso o texto bíblico seria uma “compilação de lendas de outros povos”. Ora, há
aqui dois contra-argumentos que deveriam ser seriamente considerados.
O primeiro é que se há
outros “relatos de dilúvio”, é
obviamente por terem todos esses povos os mesmos ancestrais. A Bíblia nos relata
que depois de algum tempo, quando os descendentes de Noé e seus filhos ainda
habitavam uma região relativamente restrita (pois todos os outros morreram no
dilúvio universal), ocorreu a dispersão das nações pela confusão das línguas,
em Babel. É claro e evidente que, com o tempo, a narrativa possa ter sofrido
modificações em relação à original, ou seja, a que foi preservada pelos
hebreus, descendentes diretos de Sem, com a sua notória habilidade em manter
registros detalhados das genealogias. Nações que se tornaram pagãs
acrescentaram elementos místicos e assim surgiram narrativas com pontos
distintos, mas com o mesmo roteiro.
O segundo é que se houve
mesmo essa outra “arca redonda”, ela não funcionou! Veja bem, é plausível que
tenha mesmo havido “outra arca”, quem sabe até mais de uma! Os contemporâneos
de Noé, ao saberem da pregação do patriarca, trataram logo de fazer as suas
próprias arcas. Mas evidentemente só a de Noé funcionou adequadamente. E aqui
tiramos uma lição importante: Deus nos dá uma solução, Ele nos mostra um
caminho, mas quando nós cismamos de inventar uma outra fórmula, ainda que
parecida com a original, nos damos mal. Quebramos a cara. Estão aí as diversas
religiões, todas se propondo a “levar até Deus”, “atingir a paz”, “o nirvana”, “a
beatitude”; criamos rituais, “pontífices”, lugares sagrados. Mas nada disto dá
resultado. Só Jesus é o caminho para o Homem se encontrar com Deus, só Ele é o
Mediador! Não há outro caminho, doa a quem doer!
E enquanto os homens
riam dele e tocavam suas vidas, e talvez alguns até se preocupassem em fazer “outra
arca”, Noé dava testemunho da sua fé através das suas obras e sua obediência. Hoje, o Espírito Santo está falando através da Sua Igreja, a mesma mensagem de Noé: o
tempo está se esgotando. Assim como nos dias de Noé. Mateus 24:37-39 - “Pois como
foi dito nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto,
assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em
casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que
veio o dilúvio, e os levou a todos; assim será também a vinda do Filho do homem” (também
Lucas 17:26-27).
Há até alguma discussão sobre se a
analogia da arca se refere à Igreja que será arrebatada ou a Israel sendo
preservado da Tribulação que há de vir sobre o mundo. Mas uma coisa é certa:
assim como foi nos dias de Noé, assim também será no fim dos tempos.
Hoje, como
naquele tempo, o mundo em geral segue um caminho descendente. Embora, como nos
dias de Noé, possam haver avanços tecnológicos e descobertas, no campo moral a
coisa vai de mal a pior. Podemos imaginar , com base no relato bíblico, que os
contemporâneos de Noé fizeram progressos tecnológicos. Lemos em Gênesis que
alguns dos descendentes de Caim desenvolveram atividades complexas como a
metalurgia, o pastoreio de gado e a música. Pela descrição bíblica, é bem
provável que essas pessoas tenham sido contemporâneas de Noé, pois o número de
gerações a partir de Caim e de Sete (o outro filho de Adão e Eva, da qual
descende Noé) é parecido. A Bíblia relata que Tubal-Caim (que era ferreiro),
Jubal (pastor nômade) e Jabal (músico) compõem a sexta geração a partir de
Caim. Pelo lado de Sete, a sexta geração nos mostra Matusalém, o histórico
patriarca conhecido como o homem mais longevo de que se tem notícia, e que foi
o avô de Noé. Quando fazemos as contas, vemos que o último ano de vida de
Matusalém coincide com o dilúvio. Será que Matusalém morreu afogado no dilúvio
ou Deus o teria preservado, levando-o antes da catástrofe? Seja como for, o que
é bem provável é que o mundo ao redor de Noé estivesse experimentando avanços
tecnológicos (para a época). A própria construção do barco gigante deve ter
sido uma coisa fenomenal, nunca vista antes.
Mas a despeito da
inteligência, a moral decaía. Jesus disse aos seus discípulos que nos dias
imediatamente anteriores ao dilúvio universal as pessoas só queriam saber de
prazeres carnais: comiam, bebiam, casavam-se davam-se em casamento. Não que
essas coisas sejam erradas em si, mas diante de uma catástrofe iminente, não
deram ouvidos ao alerta e continuaram nos seus afazeres, sem a menor alteração
de suas rotinas. “Até o dia em que Noé entrou na arca, e veio o
dilúvio e os destruiu a todos”.
Jesus acrescenta
ainda mais detalhes. Ele diz também que no tempo de Ló, o pessoal de Sodoma não
queria saber de preocupação: “Como também da mesma forma aconteceu nos dias
de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam”. Tudo na
mais perfeita ordem, diriam. “Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do
céu fogo e enxofre, e os destruiu a todos”.
Hoje, como
naquele tempo, não se quer dar ouvidos à Palavra de Deus. Ela diz que a maldade
se espalhou, mas as pessoas dizem que não, o Homem está progredindo.
A Palavra de Deus diz que as guerras
se multiplicariam, como sinal de que estamos vivendo os últimos dias; mas as mesmas
pessoas que dizem que o Homem está progredindo, dizem que sempre houve guerras.
A Bíblia diz que haveria
terremotos em vários lugares, mas as pessoas dizem que sempre houve terremotos,
é que havia lugares desabitados e ninguém soube o que havia por lá.
A Bíblia adverte
contra a decadência moral, mas o pessoal de Sodoma diz que qualquer um pode
fazer o que quiser, com quem quiser, pois é tudo apenas uma “opção”. E quem
disser que não, que isso é uma conduta pecaminosa, é processado, perde o
mandato, é ridicularizado e enxovalhado nas redes sociais (habitat preferido dos “moderninhos”), é preso sem direito a fiança.
A Bíblia nos adverte
para nos preocuparmos com o futuro, mas a mídia diz que não, é preciso
aproveitar o momento, “carpe diem”, e
seguir seu próprio coração.
A Palavra de Deus nos ensina
sobre o futuro com lições do passado, mas dizem que “o mundo é assim desde o início”, uma
falácia pois ele já foi transformado pelo dilúvio universal, um juízo de Deus
sobre toda a carne. As pessoas é que são assim desde o início. O apóstolo Pedro
também já tinha ouvido essa conversa fiada, como relata em sua segunda carta.
Ele citou os argumentos dos “escarnecedores com zombaria”: “todas as
coisas permanecem como desde o princípio da criação”... “Pois eles
de propósito ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade
existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste;
pelas quais coisas pereceu o mundo de então, afogado em água; mas os céus e a
terra de agora, pela mesma palavra, têm sido guardados para o fogo, sendo
reservados para o dia do juízo e da perdição dos homens ímpios”.
Mas Deus é paciente,
e “é
longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos
venham a arrepender-se”.
Só que um dia esse tempo
de graça chegará ao fim, como no dia em que Noé entrou na arca: “Virá,
pois, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande
estrondo, e os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras que
nela há, serão descobertas”. Assim como nos dias de Noé, quando um
juízo de Deus veio sobre toda a carne, em breve novo julgamento se derramará
sobre a Humanidade, desta vez em fogo, pois tudo o que não tem condição de ser
restaurado, será destruído. E esse alerta, “indoutos e inconstantes torcem,
como o fazem também com as outras Escrituras, para sua própria perdição” (II Pedro
cap. 3).
Deus já providenciou uma arca, que é
Jesus.
Ele é longânimo, como nos dias de Noé.
Mas a arca vai se fechar e levar
poucas pessoas.
Onde você estará naquele dia?
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