Recentemente recebi por e-mail um calendário de 2013 bastante curioso. Um calendário nerd, no qual constavam os eventos ma esperados pela comunidade. Estréias de filmes como “Independence Day 3D”, “Star Wars 3D”, “O Hobbit 2”; eventos como a ComicCon (evento que reúne fãs de quadrinhos, anime e outras formas de pop-art, geralmente com a presença de artistas, criadores, cineastas e atores caracterizados, bem como os próprios fãs também fantasiados) e a Campus Party; e muitos lançamentos de games. E até mesmo um inusitado “Dia do Orgulho Nerd”!
Cheguei à conclusão de que eu não sou assim tão nerd. Não vejo a menor graça nos
aparelhos da Apple; tudo que eles fazem, os outros também fazem por um custo
bem menor e com um desempenho similar. Não vi nada demais nos jogos prometidos
para 2013; já passei dessa fase, e os únicos em que ainda me arrisco, raramente,
são o bom e velho SimCty3000, alguns de tiro em primeira pessoa (de preferência
os de comandos mais simples como Duke Nukem) e fora isso, alguns emulados do
Atari: RiverRaid e Enduro. É, pode rir. Ou então, xadrez e paciência. Ah, e
sempre no PC, detesto esses consoles; nunca aprendi a jogar com aqueles trecos
nas mãos. Não tenho Facebook nem Instagram; mal dou conta do blog, do e-mail e do twitter!
Dos filmes, só me interessei pela nova
aventura de Kirk, Spock e companhia em “Star Trek: Into The Darkness”. Já
escrevi antes sobre a razão de gostar desse tipo de filme. Agora,
“Vingadores”, “Chucky”, “Homem de Ferro”... prefiro esperar passar na TV, não
vou gastar dinheiro com isso não.
É que minha pequena inclinação nerd vai ficando para trás. E é bom, porque ninguém agüenta velho nerd. Aliás, nerd novo já é osso, imagina velho. E quando o sujeito piora e se
torna geek, é melhor dar um
CTRL+SHIFT+ALT+DEL na conversa antes que os neurônios dêem tilt.
Praticamente a única coisa nerd que me diverte hoje em dia é “The Big Bang Theory” e um tema
recorrente dele, sobre o qual quero falar hoje. Sheldon Cooper, o mais nerd de todos os nerds, costuma conjecturar sobre universos paralelos. Ele fica
intrigado sobre se em alguma outra dimensão, neste exato instante, existe um
seu alter-ego pensando a mesma coisa; ou seja, se existe um outro universo onde
um anti-Sheldon estaria pensando se existe um universo paralelo... O que nos
leva a uma breve conversa, se for possível...
A teoria das cordas: um modelo cujos fundamentos são
objetos extensos unidimensionais, semelhantes a uma corda, e não mais partículas,
como na física tradicional. Há uma grande esperança de que essa teoria possa
vir a ser uma “teoria de tudo” (unificando todos os campos da física quântica,
a relatividade de Einstein – sobre o espaço-tempo e a velocidade da luz – e o
eletromagnetismo versus gravidade)
numa única estrutura matemática. Embora não esteja totalmente consolidada, a
teoria mostra sinais de plausibilidade. Trabalhos na teoria das cordas têm
levado a avanços na matemática, testados experimentalmente no Grande
Colisor de Hádrons.
Em suma, os princípios matemáticos
utilizados nesta teoria permitem aos físicos afirmar que o nosso universo
possuiria pelo menos 11 dimensões: 3 espaciais (altura, largura e comprimento),
1 temporal (tempo) e 7 dimensões recurvadas (com outras propriedades , como por
exemplo, massa e carga elétrica, um tanto bizarras).
Um exemplo prático: os objetos físicos possuem 3
dimensões: altura, largura e profundidade, e nisso se inclui tudo o que
conhecemos, de um grão de areia a, digamos, uma galáxia. Entretanto, há outra
dimensão: o tempo. Assim, a fórmula mais simples seria 3+1, onde (1) é o tempo.
A teoria das cordas presume outras dimensões além dessas, mas como o espaço/tempo
aqui é limitado, você pode ver isso depois com mais detalhes em outros sites mais especializados. É importante
apenas entender que um desenvolvimento posterior levou a outras teorias que
admitem até 26 dimensões diferentes! E lembrar que na dimensão “tempo” só
conseguimos nos mover em uma direção – do passado para o futuro. Por enquanto.
Entre essas
diferentes
dimensões está o que alguns físicos teorizam como “universos paralelos”: neste
exato momento, em algum lugar, haveria uma sua réplica exata, segundo a
segundo, do que está acontecendo agora. Um outro você, fazendo a leitura deste
mesmo texto sobre universos paralelos, talvez com pequenas – ou grandes -
diferenças. Isto não é um delírio de Sheldon Cooper ou um roteiro de Sliders, mas segundo os
físicos, uma possibilidade matemática.
O físico Brian
Greene, em
seu livro “A Realidade Oculta”, diz que “a
palavra universo significava tudo o que existe. Contudo, descobrimos nas
últimas décadas que o que pensávamos que era esse todo, na verdade, pode ser
uma pequena parte de uma realidade maior, um cosmo maior. O reino que
pensávamos ser ‘tudo’ seria apenas um de ‘vários reinos’, cada um deles podendo
ser considerado um universo em si mesmo... Isso significa que o big bang pode
não ter sido um evento único. É possível que muitos big bangs já tenham
ocorrido, cada um gerando um ‘reino em expansão’, [como se] cada um [fosse] uma ‘bolha de sabão’.”
Ora, tudo isto poderia nos fazer pensar: e se um
desses “universos paralelos” fosse um lugar onde o pecado não existisse? Como teria
sido a historia do mundo se Adão e Eva não tivessem caído na conversa da
serpente? O mundo sem pecado seria perfeito! Não teriam sido necessários todos
os sofrimentos de Jesus nas mãos dos verdugos, nem a sua morte terrível na
cruz. Em que estágio estaria a humanidade, sem doenças, epidemias, guerras,
exploração do homem pelo homem, escravidão, assassinatos, estupros; como
viveríamos hoje sem a ameaça de balas perdidas, seqüestros, mensalões?
Parafraseando e extrapolando o nerd Sheldon Cooper: será que existe algum lugar assim, semelhante a este, mas onde tudo seja perfeito? A Bíblia diz que toda a criação geme por causa do pecado. E aqui cabe
um parêntesis.
Doa a quem doer: os próprios cientistas, por mais
ateus e agnósticos que sejam ou pareçam, sabem que o universo, tal qual o
conhecemos, tem que ter tido uma origem, um “momento zero”, uma fagulha que o
desencadeou. Veja bem que nós podemos transferir a eles a pergunta que sempre
fazem com cara de espertos: “Quem criou Deus? O que Deus fazia antes de criar o
mundo? O que havia antes da criação?”... Devolvemos a pergunta e eles ficam
mudos: “Quem apertou o gatilho do big
bang? O que havia antes do big bang?”
Eles sabem disto: a origem de todas as coisas é
Deus, somente Deus. Eles apenas substituem a palavra “criação” do universo por
“origem” do universo; e o que mais seria o “big bang” senão o “fiat lux”
divino (Gênesis 1:3)? E por que dariam ao bóson de Higgs o apelido de “Partícula
de Deus”? Fim do parêntesis.
Por tudo isso, concluímos que o mundo em que
vivemos é mesmo criação de Deus – mas está debaixo do jugo do pecado.
C. S. Lewis imaginou um mundo “paralelo” – se
bem que fosse apenas outro planeta, não outro universo. Em seu livro
“Perelandra”, ele descreve um planeta paradisíaco, belíssimo, como um outro
Jardim do Éden, aonde chegam dois “terráqueos”, o dr. Ramson e o malvado
Weston. O conflito entre eles determinará o destino desse mundo de pureza e
inocência.
Não sabemos se existe tal universo, intocado
pelo mal. A frase de Jesus “tenho outros
rebanhos” permanece indecifrável e misteriosa. Ainda não sabemos
o que Ele quis dizer com isso. Mas sabemos que Ele é Senhor também desses
“outros rebanhos”, porque Ele “sujeitou todas
as coisas” (Efésios 1:22), e “porque
nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as
invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades;
tudo foi criado por ele e para ele” (Colossenses 1:16).
Isso nos leva a descartar as interpretações espíritas e orientais: as passagens
bíblicas nos asseguram que, onde quer que estejam ou quem quer que sejam, esses
“rebanhos” estão sujeitos ao Senhorio de Cristo e não a leis espirituais
distintas. Não são “espíritos desencarnados” nem “mais evoluídos”, pois tais
invenções são mais mirabolantes do que a teoria de que vivemos numa realidade
holográfica, uma projeção de outra realidade paralela.
A Bíblia nos explica que “a própria criação há de ser liberta do cativeiro da
corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que
toda a criação, conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora; e não
só ela, mas até nós, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós
mesmos, aguardando a nossa adoração, a saber, a redenção do nosso corpo” (Romanos
8:21-23). Isto é, todas as coisas criadas – nós, a natureza, o mundo, o
universo, ou se preferirem, os universos – foram afetadas pela queda e aguardam
o momento da Redenção.
O que sabemos é que, mais do que imaginar, podemos
vislumbrar pelos olhos do profeta Isaías como será o nosso mundo depois de restaurado,
isto é, depois de lhe ser devolvida a condição original. Assim como especialistas
restauram obras de arte e edifícios históricos, dando-lhes novamente a cor, a
vivacidade e outras características originais que se possam ter perdido por
causas diversas, Deus irá restaurar este mundo ao Seu projeto original. A presente
era é apenas um breve intervalo, findo o qual, ao soar da trombeta (I Tessalonicenses 4:16), se iniciará a etapa da
restauração. Deus mostrou ao profeta como será esse tempo:
“Não se
ouvirá mais de violência na tua terra, de desolação ou destruição nos teus
termos” (Isaías
60:18);
“Os meus
escolhidos herdarão a terra e os meus servos nela habitarão... Pois eis que eu
crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem
mais se recordarão... Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho
que não tenha cumprido os seus dias; porque o menino morrerá de cem anos... E
acontecerá que, antes de clamarem eles, eu responderei; e estando eles ainda
falando, eu os ouvirei. O lobo e o cordeiro juntos se apascentarão, o leão
comerá palha como o boi; e pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano
algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor” (65:9, 17, 20, 24, 25).
“E
mostrou-me o rio da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de
Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, e de ambos os lados do rio, estava a
árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as
folhas da árvore são para a cura das nações. Ali não haverá jamais maldição.
Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão, e verão
a sua face; e nas suas frontes estará o seu nome. E ali não haverá mais noite,
e não necessitarão de luz de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os
alumiará; e reinarão pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 22:1-5).
Isto é ou
não é um mundo de completa felicidade, sonho de consumo de todo ser humano?
Universos paralelos? Bolhas de sabão? Não sei. Mas este universo aqui
ainda haverá de ser perfeito, como Deus planejou. Brian Greene, o físico,
disse que “nossa experiência é baseada
naquilo que conseguimos ver, tocar e sentir”; “mas,
como está escrito: as coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem
penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam”
(I Coríntios 2:9).
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