sábado, 17 de dezembro de 2011

O predador:

Ele é uma criatura misteriosa. Não se sabe muita coisa sobre ele. Não sabemos ao certo, por exemplo, de onde ele veio e como chegou aqui. Deduz-se que chegou sorrateiramente a este planeta, e se infiltrou entre os seres humanos sem ser visto, e como tem a capacidade de se tornar invisível, fica observando as pessoas, de cima de árvores, do alto de prédios, atrás de qualquer coisa que dissimule a sua presença.
Possui um arsenal de armas inimagináveis para o homem. Armas terrivelmente destrutivas, que reduzem uma pessoa a nada em poucos segundos. É inútil combatê-lo cara a cara. É extremamente forte, rápido e astuto. E mesmo que alguém consiga vê-lo de frente, “olho no olho”, ficaria aterrorizado com a sua aparência: embora no geral tenha um aspecto humanóide – cabeça com boca e olhos, pescoço, tronco de onde saem braços e mãos, pernas e pés – no detalhe lembra mais um crocodilo, um tiranossauro, um monstro repugnante de olhos frios, expressão de maldade, talvez por causa dos dentes grotescos, pontiagudos, que saltam de sua boca reptiliana. Aliás, os sons que ele emite são pouco mais que grunhidos animalescos. Quando sai de sua garganta algo que de longe se pareceria com a fala humana, é apenas uma imitação, um arremedo do que ele capta quando escondido observa os humanos inconscientes da sua presença.
E o pior só foi descoberto mais tarde: ele não está só. Existem vários outros que aparecem em caso de alguma dificuldade na sua missão hedionda de perseguir e matar os homens.
Esse personagem terrível foi criado pelo roteirista Shane Black , que também escreveu a série “Máquina Mortífera”. Trata-se do filme “O Predador”, de 1987, considerado pelos críticos como um dos melhores filmes de suspense de todos os tempos, pela sua variação psicológica única, dificilmente encontrada em outras produções do gênero.
O vilão é a criatura que descrevi acima. No início do filme, enquanto ainda estão passando os nomes dos atores principais, há uma cena rápida que mostra a Terra vista do espaço e um pequeno objeto descendo em direção a ela, como uma pequena nave. Esta cena é logo esquecida no decorrer da aventura, e poucos se lembram dela, mas é a explicação para a origem da criatura.
Não há como não fazer a analogia do dito cujo com Satanás.
Não se trata, também, de “falar mais do diabo do que de Deus”, como acusam levianamente alguns idiotas, mas sim de mostrar que, contra inimigo tão terrível, temos apenas uma, mas suficiente, salvação.
O rei dos demônios, como o fictício predador do filme, também caiu ou se precipitou “dos céus”, segundo se deduz das passagens bíblicas de Isaías cap. 14 (“Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! como foste lançado por terra tu que prostravas as nações!”, v.12), Ezequiel cap. 28 (“pelo que te lancei, profanado, fora do monte de Deus, e o querubim da guarda te expulsou do meio das pedras afogueadas... por terra te lancei...”, v. 16, 17), Lucas 10:18 (“Eu via Satanás, como raio, cair do céu”) e Apocalipse 12:9 (“E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; foi precipitado na terra, e os seus anjos foram precipitados com ele”).
Satanás vive rodeando, circulando, “ao derredor”, “a cirandar” os seres humanos, como o caçador extra-terrestre do filme: Jó 1:7 (“O Senhor perguntou a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao Senhor, dizendo: De rodear a terra, e de passear por ela”); Lucas 22:31 (“Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo”); I Pedro 5:8 (“Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar”).
Também como a malvada criatura do filme, Satã possui a capacidade de se disfarçar de maneira que não possamos distingui-lo com facilidade, e a Bíblia nos alerta para termos cuidado: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” ; “...falsos profetas, e enganarão a muitos” (Mateus 7:15 e 24:11); “...falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçando-se em apóstolos de Cristo” (I Coríntios 11:13); “... o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz” (II Coríntios 11:14).
A certa altura do filme, o monstro retira uma espécie de capacete e deixa à mostra a cara feia. Não sabemos exatamente como é cara de Satanás, mas ao longo dos séculos artistas de todas as escolas o têm representado bem feioso – não se pode ter certeza. Nem mesmo como seria a sua voz, embora os grunhidos de pessoas possuídas por espíritos malignos sirvam para nos dar uma idéia tenebrosa do quanto deve ser horrível.
As informações que a Bíblia nos dá sobre o Diabo são relativamente poucas, mas são suficientes para sabermos que com esse adversário não se deve brincar.
Suas armas são devastadoras, como bem descreveu o reformador, autor do hino “Castelo Forte”, em sua letra original, antes da “atualização” dos modernistas: “A nossa força nada faz: Estamos, sim, perdidos”. É impossível enfrentá-lo com a nossa força somente!
Felizmente, não precisamos ser como o personagem interpretado por Arnold Schwarzenegger, fortão, esperto e cheio de armadilhas e improvisações. Graças a Deus, que inspirou Lutero a escrever na seqüência do hino:
“... Defende-nos Jesus,
O que venceu na cruz,
Senhor dos altos céus;
E, sendo o próprio Deus,
Triunfa na batalha.
Se nos quisessem devorar
Demônios não contados,
Não nos podiam assustar,
Nem somos derrotados.
O grande acusador
Dos servos do Senhor
Já condenado está;
Vencido cairá
Por uma só palavra...
... E nada nos assustará
Com Cristo por defesa”.
Inspirados por esse belíssimo hino e pela Bíblia, podemos ter certeza de que esse - que se pretende ser o nosso predador - será derrotado inapelavelmente, no fim de tudo. Não por armadilhas, por golpes de artes marciais ou por bombas letais:
“E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos... e o Diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 20:1, 2, 10). Para ele não haverá apelação nem salvação, como defendem alguns intelectualóides acéfalos. Ficaremos para sempre livres de sua opressão!
 Então não teremos mais que nos preocupar com as “astutas ciladas do Diabo” (Efésios 6:11)!

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