O pastor Ricardo Gondim disse certa vez que a volta de Jesus é uma utopia (como você pode ver aqui). Ele está num extremo, como alguns descrentes com os rumos da Humanidade, que perdem a esperança na redenção – não só a redenção da alma humana como na redenção da própria criação, conf. Romanos 8:19-22.
Na outra ponta estão os que se aventuram a calcular a data do retorno de Jesus, do arrebatamento e de outros acontecimentos previstos na Bíblia, e é desses que passamos a falar. Aliás, me arrisco a dizer que é por causa desses últimos que muitos dos primeiros se tornaram céticos.
Por exemplo: entre 1831 e 1844, William Miller, um pregador batista e ex-capitão do exército americano, lançou “o grande despertar do segundo advento”, baseado em seus estudos sobre Daniel 8:14 (“Ele me respondeu: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; então o santuário será purificado”), e calculou que Jesus retornaria em 22 de outubro de 1844. Pelo que percebo, ele fez a seguinte conta: deve ter tomado como base o ano em que Neemias recebeu permissão para reconstruir Jerusalém, presumindo que teria sido em 455 a.C. (na verdade, foi 445 a.C.), daí somou 2300 anos (assumindo que se trata de anos proféticos, como Daniel 9:25-27), e o resultado foi 1843 ou 1844, dependendo se incluiu o ano zero (entre 1 a.C. e 1 d.C.). Mas, quando Jesus não apareceu na data esperada, os seguidores de Miller experimentaram o que veio a se chamar “O Grande Desapontamento”.
Muitos caíram em profunda desilusão. Mas uns poucos se voltaram para suas Bíblias e concluíram que a data de 22 de outubro era correta, mas que Miller tinha predito o evento errado. A profecia previa não o retorno de Jesus, mas sim “um ministério especial no céu para Seus seguidores”. Desse pequeno grupo que se recusou a desistir depois do grande desapontamento, surgiram vários líderes como Ellen White, apenas uma adolescente na época, mas que se tornou uma dotada escritora, oradora e administradora, e veio a ser a conselheira espiritual do que viria a ser a Igreja Adventista por mais de 70 anos até sua morte em 1915.Enquanto isso, Miller ia tentando estabelecer outras datas: 1847, 1850, 1852, 1854, 1855, 1863, 1877… Como se sabe, nenhuma previsão se confirmou.
Muitos caíram em profunda desilusão. Mas uns poucos se voltaram para suas Bíblias e concluíram que a data de 22 de outubro era correta, mas que Miller tinha predito o evento errado. A profecia previa não o retorno de Jesus, mas sim “um ministério especial no céu para Seus seguidores”. Desse pequeno grupo que se recusou a desistir depois do grande desapontamento, surgiram vários líderes como Ellen White, apenas uma adolescente na época, mas que se tornou uma dotada escritora, oradora e administradora, e veio a ser a conselheira espiritual do que viria a ser a Igreja Adventista por mais de 70 anos até sua morte em 1915.Enquanto isso, Miller ia tentando estabelecer outras datas: 1847, 1850, 1852, 1854, 1855, 1863, 1877… Como se sabe, nenhuma previsão se confirmou.
Já Charles Russell afirmou que a volta de Jesus se daria em 1914. Mais tarde, adiou-a para 1918. Depois da sua morte, em 1916, seu sucessor, Joseph Rutherford, começou a proclamar que, segundo novos cálculos, a vinda de Cristo havia sido transferida para 1925… Nenhuma das predições se cumpriu, mas seus seguidores, intitulados “as testemunhas de Jeová”, temendo passar por mentirosas, resolveram voltar à primeira predição: Cristo teria voltado “em espírito”, em 1914, como Russell havia predito a princípio. Divulgaram que a I Guerra Mundial era o Apocalipse, mas como teve depois a Segunda, muito pior, disseram então que a Primeira tinha sido só "o princípio das dores"... e seguem remendando profecias até hoje.
Willian Branham, líder do Tabernáculo da Fé — o “Mensageiro do Apocalipse” —, garantiu que a volta do Senhor se daria em 1977. Pregava que seu ministério perduraria até este ano. Mas, para a frustração de seus fiéis seguidores, ele morreu em 1965, doze anos antes da data anunciada. Pelo menos escapou da vergonha de ter que dar explicações!
E. Edgar Whisenant previu que o arrebatamento da Igreja aconteceria em 12 de setembro de 1988. Seu livreto “Tempo Emprestado: 88 Razões Por Que o Arrebatamento se Dará em 1988” era baseado em cálculos matemáticos “precisos” e vendeu mais de 4 milhões de cópias. Seu sistema de cálculo era o seguinte: como Jesus iniciou Seu ministério terreno, segundo Whisenant, em 28 d.C., e o número 7 é o número da perfeição, e 280 é o número de dias de uma gestação, multiplicamos 280 x 7 e obtemos 1988, o dia em que se completará a gestação da Igreja de Cristo (não sei como ele conseguiu essa data, pois 280 x 7 = 1960; será que depois ele somou os primeiros 28 anos de Jesus antes de iniciar o ministério? Vai saber...). Em todo caso, esse era perfeito para uma instituição psiquiátrica, e como o arrebatamento não aconteceu, Whisenant sequer pediu desculpas, mas afirmou que se esquecera de um detalhe: fizera seus cálculos até o ano de 1988, enquanto Roma deixara de lado o ano zero. Houve, portanto, no primeiro século, apenas noventa e nove anos. E Jesus voltaria, então, em 30 de setembro de 1989! Não estou entendendo mais nada.
Bang-Ik Ha, um jovem profeta da Missão Mundial Taberah, tinha razões “mais convincentes” para afirmar que Jesus viria em outubro de 1992. Não chegara a essa conclusão apenas por meio de cálculos matemáticos. Ele mesmo fora ao céu várias vezes e recebera “diretamente de Deus” mensagens específicas sobre o futuro do planeta Terra. Vários panfletos alusivos ao acontecimento foram distribuídos pela missão, e a notícia espalhou-se pelo mundo. Até um livro, intitulado “O Último Plano de Deus”, foi publicado, com o intuito de provar “biblicamente” que a vinda de Jesus se daria na data mencionada. Esse é tão tosco que nem achei fotos pra mostrar.
Valnice Milhomens, auto-proclamada “apóstola”, profetizou que Jesus voltaria em um sábado de 2007, possivelmente 07/07/2007. Até onde se sabe, nada aconteceu nesse dia. Embora os argumentos sejam interessantes, nada aconteceu e a "apóstola" retirou o vídeo do Youtube.
Neuza Itioka também entrou na onda profética e arriscou seu palpite: após assistir a um filme na internet, ficou preocupada com o que seria a “Nova Ordem Mundial”, supostamente criada pelas 13 famílias mais ricas do mundo, a ordem dos Illuminatis, que estaria trabalhando junto à ONU para acelerar a vinda do Anticristo. Segundo ela, haveria tempos difíceis para os cristãos, até a volta de Jesus em 2017 ou 2018, quando Cristo inauguraria “seu reinado do milênio”. Ela também previu a eliminação de 90% da população mundial. Essa teoria se baseia numa “profecia” de um certo Rabino Ben Samuel, morto em 1217, que teria dito que 2017 seria um ano especial para Israel. Duvida? Veja aqui.
Harold Camp, depois de quebrar a cara em 1994, quando anunciou o arrebatamento para 6 de setembro, disse que Jesus voltaria em 21 de maio de 2011. Como a data passou e não houve nada, ele disse que o juízo teria acontecido no mundo espiritual, e que o pau ia quebrar mesmo em 21 de outubro. Mas, como vimos, ou melhor, não vimos, zero acontecimentos.
Na verdade, o próprio Senhor Jesus asseverou que “daquele dia e hora ninguém sabe” (Mateus 24:36). “Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (Atos 1:7), afirmou ainda. É evidente que Ele, que é o Todo-Poderoso (Mateus 28:18; Apocalipse 1:8), sabe o dia e a hora de sua volta! Quem não o sabe somos nós. Paulo afirmou: “acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva” (1 Tessalonicenses 5:1).
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