2010 vai chegando ao fim e para comemorar a centésima postagem, resolvi dar uma olhada nas últimas “palavras proféticas liberadas” pelos pseudo-apóstolos e semi-profetas que pululam na igreja brasileira, e veja o que encontrei.
A Renascer, na pessoa do “papai” Estevam, havia determinado o ano de 2006 como sendo “o ano de Isaque”, o ano da colheita. Em setembro daquele ano a Justiça bloqueou os (muitos) bens do “apóstolo”, que ficou foragido até 19 de dezembro. Só colheu problemas na Justiça. 2007 foi declarado “o ano de Elias”, mas o casal apostólico foi detido em Miami por portar U$56 mil e só ter declarado U$10 mil à alfândega. Ainda bem que Elias foi arrebatado antes para não presenciar esse mico profético. Melhor fez a Comunidade Igreja Apostólica de Jesus Cristo, que declarou 2007 como o ano de Neemias. Ninguém lê Neemias mesmo, então ficou de bom tamanho.

A mesma igreja - Apostólica de Jesus Cristo - espalhou que 2008 era o “ano de Gideão – o ano da revolução”. Eu não vi nenhuma revolução em 2008, talvez porque 2008 foi também “ano de Ester” para a Renascer: foi o ano de reinar sobre todas as coisas. Mas também não tive notícias de nenhuma reinação desse pessoal, a não ser nas páginas dos jornais, onde de fato reinaram absolutos. Sem mais delongas, o Tabernáculo das Nações disse que era o “ano apostólico de Moisés”. Engraçado, o que Gideão, Ester e Moisés têm a ver com apóstolo?




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Enquanto isso, no mundo real o casal Hernandes entra na Justiça para processar o promotor do caso de 2007, alegando perseguição e apontando irregularidades nos processos que carregam nas costas. Não me lembro de ler na Bíblia que Pedro teria alguma vez processado o Sinédrio que o mandou prender, mas “papai” Hernandes já já arranja uma justificativa profética.
O engraçado disso tudo é que ninguém escolhe, por exemplo, Estêvão para “padroeiro do ano”: afinal, Estêvão era um discípulo destacado, um dos primeiros diáconos, escolhido para servir, mas acabou sendo perseguido e morto pelas autoridades... não, esse não, ia queimar o filme.
Então podiam escolher Jeremias, profeta, corajoso... mas foi ridicularizado pelo seu próprio povo e depois jogado num poço... não, esse também não dá.
Quem sabe Sansão? Foi um juiz de Israel – tinha autoridade! Separado desde o ventre da mãe – expressão das mais preferidas dos profetas apostólicos! Derrotou os filisteus várias vezes... mas aí acabou atrapalhado na carreira por um “rabo de saia”... é, esse também ia gerar uma imagem ruim. Marketing, sabe como é...
Uma coisa eu preciso confessar: até agora não entendi a razão, motivo, força ou circunstância da criação desses “anos apostólicos”, que nada acrescentam ao Reino de Deus. A não ser uma motivação ocasional, uma promoção de Marketing semelhante a um “dia das mães” ou “dia dos namorados”, cujo único efeito é uma agitação sazonal que logo depois é esquecida, até aparecer outra “liquidação”. Mas corra que é só até sábado, em todas as lojas da rede!
Por tudo isso, diante de todas essas coisas, como não tive inteligência para entender como a Cabeça pode ordenar a uma parte do Corpo que caminhe num sentido e outra parte em outra direção, formei uma opinião: só me resta crer que estamos vivendo, de fato, o ano profético de Balaão.DOA A QUEM DOER!
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