O catolicismo romano deseja que aceitemos, além do primado do “papa” sobre todos os cristãos, a infalibilidade papal. Na verdade, a Igreja Católica Romana só adotou essa doutrina a partir de 1870. Até então, nem ela própria cria na infalibilidade do “papa”. Como sustentar tal doutrina, se é sabido que os “papas” sempre divergiram muito entre si?
A História registra vários exemplos de contradições e disse-me-disse entre os “papas”:
A História registra vários exemplos de contradições e disse-me-disse entre os “papas”:
- O arianismo foi condenado como heresia no ano 325, por ensinar que Jesus teve um início, não sendo portanto co-eterno com o Pai. Mas pouco depois o “papa” Libério (358) fez a profissão de fé ariana.
- O “papa” Inocêncio I, instigado por Agostinho de Hipona, condenou Pelágio como herege, mas seu sucessor Zózimo o absolveu; depois, pressionado politicamente, novamente o condenou (431).
- Leão I (440-461) declarou Maria pecadora: “...O Senhor, tomou da mãe a natureza, não a culpa”; no entanto, Pio IX declara em 1854 o dogma da Imaculada Concepção de Maria.
- Gregório I (578-590) chama de Anticristo a qualquer que tomar o nome de Bispo Universal.
- Adriano II (867-872) declarou válido o casamento civil, mas Pio VII (1800-1823) disse que só vale se for religioso.
- Estevão VI (896-897) trouxe seu antecessor, Formoso (891-896), a julgamento; como Formoso havia morrido 8 meses antes, o cadáver putrefato foi colocado na cadeira dos réus, vestido com uma luxuosa capa, coroado com uma tiara no crânio pelado, ganhou ricos anéis nos dedos descarnados, e então foi condenado. Arrastado pelas ruas de Roma, o descarnado pontífice foi por fim atirado ao rio Tibre.
- Pouco depois, João IX (898-900) recuperou o esqueleto do rio, fez com que recebesse de novo as honras eclesiásticas e anulou todas as acusações.
- Sérgio III (904-911) confirmou as acusações de Estevão VI a Formoso, e as estendeu aos bispos consagrados pelo condenado, excomungando um monte de gente e antecipando a Gestapo em dez séculos.
- João XXII tachou Francisco de Assis de falso em 1323. Isso mesmo, aquele que depois virou protetor dos passarinhos. Irmão Sol, Irmã Lua... etc.
- Em 1378, os bispos italianos elegeram Urbano VI “papa”, mas os franceses escolheram Clemente VII. Ambos passaram então a se amaldiçoar mutuamente, até que um novo concílio passou o rodo e demitiu os dois, escolhendo um terceiro para o posto então vago.
- Por volta de 1420, os franciscanos foram queimados na fogueira pela Inquisição com consentimento do “papa”.
- Joana D’Arc era, formalmente, uma bruxa, prisioneira da Inquisição. Em 1431 foi queimada por heresia e feitiçaria sob Eugênio IV (1431-1447). Em 1920, Bento XV a canonizou.
- Os duelos foram autorizados por Eugênio III (1145-1153), mas Júlio II (1503-1513) e Pio IV (1559-1565) os proibiram.
- Sisto V (1585-1590) tinha uma versão da Bíblia que ele declarava ser autêntica; mas em 1592 Clemente VIII mandou fazer outra porque alegava que a de Sisto estava cheia de erros.
- Sob Urbano VIII (1623-1644) a Inquisição condenou Galileu, mas em 1992 João Paulo II (1978-2005) pediu desculpas pelo erro.
Conclusão – a afirmação do ex-padre Genésio “Leonardo” Boff de que “o papa é um desastrado” não constitui, para os verdadeiros cristãos, nenhuma novidade. Por se afastar cada vez mais da Bíblia é que os homens cometem erros cada vez mais grotescos. Cabe a cada um decidir que caminho seguir: se o da Palavra de Deus – perfeita e infalível – ou o da tradição dos homens, tosca, mutável, distorcida. No dia em que os “papas”, teólogos, cardeais e outros dignitários eclesiásticos se preocuparem mais com a Verdade da Palavra de Deus e menos com as questões de política e de poder, aí sim lhes daremos ouvidos.
DOA A QUEM DOER.
DOA A QUEM DOER.