Estudos sobre a “Nova Era” diziam que seria plano
de Satanás, dentre outros, inundar esta terra com tanta demonologia quanto
fosse possível, incluindo não só adoração a Lúcifer, satanismo e culto a
demônios, como também atrair as gerações mais novas para essas coisas, usando formas
mais suaves de sedução. Muitos pensavam na época que isto era certo exagero, há
20 ou mais anos, mas quando começaram a se espalhar os videogames violentos e de cunho abertamente satânico, como esses
aqui, ficou claro que se tratava de uma infestação. Para piorar, agora até
no chamado “meio cristão” já existem similares. Veja
aqui. Acompanhando essa vertente, junto com a música pesada, os filmes de
terror e violência se multiplicaram. Será que basta proibir nossos filhos de
assistirem esses filmes na TV ou no cinema, e de comprarem ou baixarem esses
jogos? Ainda temos como combater esse tsunami?
Veja os vários títulos que surgiram nos últimos
10 ou 15 anos. “Blade, o Caçador de Vampiros” virou uma franquia com, se não me
engano, 4 filmes até agora. Wesley Snipes encarna um vampiro “do bem” (!), que
extermina os “do mal”. “Hellboy” já tem dois, com Ron Perlman vivendo um
demônio “do bem” (!!), capturado por cientistas e educado para ficar ao lado
dos humanos contra seres malignos que querem, como sempre, dominar o mundo.
“Caça Às Bruxas”, com o mesmo Ron Perlman (feio pra caramba, só se dá bem
nesses filmes mesmo) e Nicholas Cage, conta a história de dois ex-cruzados que
têm que levar uma jovem acusada de bruxaria para ser julgada pela Inquisição
medieval. No enredo, vários feitiços e mortes, incluindo vale-tudo contra o capeta
em pessoa, com direito a sopapos e cabeçadas no meio dos cornos do demo.
Por falar em Nicholas Cage, acaba de sair “Motoqueiro
Fantasma 2 – Espírito de Vingança”. Continuação do primeiro “Motoqueiro
Fantasma”, um cara amaldiçoado pelo diabo e destinado a vagar pela terra fazendo
não sei o que mais, não me lembro. Enfim, mais espíritos desencarnados (do mal,
obviamente) sendo combatidos por uma alma condenada ao inferno. Tudo muito
edificante, como se vê.
Há uns anos teve também “Van Helsing”, com o
papel-título cabendo a Hugh “Wolverine” Jackman, que caça não só vampiros, mas
também lobisomens, Jekyll/Hyde e até o Frankesntein, numa barafunda total. Esse
tem também Kate Beckinsale, também condenada a não-me-lembro-mais-o-que, que só
“se liberta” quando morre no fim (é, estraguei o final mesmo, ela morre).
Aliás, ela estrela o quarto “Underworld” por agora.
Uma passagem de “30 dias de Noite” é
especialmente demoníaca: a certa altura, uma vítima prestes a ser morta pelo
chefe dos vampiros clama “Meu Deus”. Ao que ele, olhar injetado e boca suja de
sangue coagulado, olha para o alto com desdém e diz com uma voz gutural e quase
incompreensível: “Deus? Não há Deus”. Exatamente a mesma frase que os ateus
adoram repetir ad nauseam.
Numa linha pretensamente mais “light”, não é preciso falar de Harry
Potter, a saga que literalmente enfeitiçou milhões de crianças e adolescentes
ao redor do planeta, proporcionado-lhes uma grande familiaridade com o mundo
das trevas, bruxedos e encantamentos. Dizem que a autora se converteu
recentemente ao Cristianismo e teria abandonado esses temas sombrios, e até
estaria escrevendo outros livros para tentar desfazer o mal que deixou como
legado a toda uma geração. Não sei se é verdade, mas se for, o que ela deveria
fazer era abrir mão de todo o dinheiro que ganhou – e deve continuar ganhando –
com os lucros dos abracadabras e hocus-pocus
dos bruxinhos que criou. Vejamos.
Já vimos vampiros sedutores em “A Hora do
Espanto” (refilmado recentemente), rebeldes em “Garotos Perdidos”, gays em “Fome de Viver” e “Entrevista
com o Vampiro”, e bruxinhas bonitinhas em “Jovens Bruxas - The Craft” (em que quatro
amigas de colégio que “se descobrem bruxas” e passam a se dedicar à magia negra
que foge ao controle, gerando conseqüências trágicas). Lá nos anos 1980, “As
Bruxas de Eastwick” mostrava três solteironas seduzidas pelo diabo Jack
Nicholson, que lá pelas tantas consegue destruir uma mulher, crente, que havia
descoberto quem era quem nessa trama. Mais explícito que isto, vai ser difícil.
Outra produção que dispensa comentários, por já
ter sido extensamente debatida em milhares de sites e blogs evangélicos,
é a série “Crepúsculo”, que mostra vampiros branquelos e lobisomens sarados apaixonados
por uma adolescente assanhada. Apesar de um dos protagonistas ser um ator
assumidamente homossexual, milhões de moçoilas suspiram só de ver o seu olhar
mortiço, e babam para suas fotos em wallpapers
e capas de cadernos.
Qualquer criatura com mais de dois
neurônios é capaz de detectar que esses filmes criam uma espécie de “boa
vontade” com os vampiros. Afinal, eles também são gente, não querem apenas nos
matar e beber nosso sangue, não são aqueles demônios que nossos pais e a Igreja
nos ensinaram, e eles também têm direito ao amor e à felicidade.
“O Senhor
dos Anéis” também abunda em feitiçaria e interação com monstros infernais,
bichos dos subterrâneos e fadas “do bem”. Vejam só, uma raça estranha na saga é
chamada de os “orc”, claramente uma
referência ao “Orco”, nome antigo e em desuso que designa, pura e simplesmente,
o inferno. Como “o tártaro”, que andou em moda uns tempos atrás por conta de determinada
novela global. A trilogia dos hobbits deixou
outra geração enfeitiçada, inclusive com mais marmanjos e nerds do que crianças e adolescentes, embora todos admirem tais
universos fantasiosos e, por isso mesmo, aceitáveis. Com todas as suas
mensagens subjacentes.
Ah, mas você dirá, “Guerra Nas Estrelas” também
tinha um quê de misticismo, com a tal da Força e seu lado negro, Darth Vader
enforcando inimigos só com um gesto e aquela mistura de filosofia oriental dos
Jedis. Sim, eu direi, e aquilo tudo podia muito bem ser apenas o inicio de
tudo, quem sabe. Assim como os filmes de vampiros dos anos 1950, que deram fama
a astros como Christopher Lee, o eterno Drácula, e Peter Cushing, o Dr. Van
Helsing (curiosamente, os dois atuaram também na série “Guerra Nas Estrelas”).
Veja que há um filme antigo com esses dois que se chama, apropriadamente, “Drácula,
o Príncipe das Trevas”. Melhor, ou pior, impossível. E um outro sobre o conde
romeno, que chocou meio mundo com cenas de sexo e violência, foi o “Drácula” de
Bram Stoker, filmado por Coppola, cujo protagonista era Gary Oldman. Winona
Rider era sua mulher reencarnada, Anthony “Hannibal” Hopkins o caçador de
vampiros Van Helsing; Keanu Reeves era o marido traído e Monica Bellucci uma
escrava do chupa-sangue. Curiosamente, Reeves e Bellucci atuaram de novo juntos
em “Matrix”.
A onda
vampiresca/diabólica, diriam alguns, começou lá no século XIX com o Frankenstein de Mary
Shelley, (que também já ganhou inúmeras versões), o citado “Drácula” de Bram
Stoker e seu clone “Nosferatu”. Da mesma época vêm “Jekyll & Hide” (“O
Médico e o Monstro”) e “O Retrato de Dorian Gray” – mas esses dois são mais de
suspense psicológico do que terror propriamente.
O que não se pode
questionar é
que a moda se intensificou na segunda metade do século XX, aportou na TV e ali já
fez morada, com “Vampire Diaries”, “True Blood”, “Supernatural” e outras,
precedidas pelas bruxinhas bonitinhas de “Charmed” e a matadora “Buffy”; até
novela de vampiro já teve, com música de Rita Lee e tudo. Vou pular as comédias
como “A Dança dos Vampiros” e “Um Drink No Inferno”. E também os incontáveis
filmes de zumbi, que podem ser metralhados, decapitados e desmembrados sem dó,
pois afinal, já estão mortos mesmo. Aliás, ainda não entendi porque os zumbis
querem comer os vivos. Eles estão mortos, então não era pra sentirem fome, e
mesmo se não comerem, o que pode acontecer com eles? Morrer de fome? Como, se
já estão mortos? Quanta idiotice... Pura desculpa para violência gratuita,
assim como as sub-produções do tipo “Jogos Mortais”. Aí já é o lixo do lixo.
A conclusão disso
tudo pode até
parecer uma teoria da conspiração – e talvez seja... Sou obrigado a tirar o chapéu
para aqueles que, anos atrás, pregavam sobre a chegada iminente da “Nova Era”,
e nos alertaram para a intensificação da batalha pela posse da mente – e da
alma – de nossos jovens e adolescentes. Muitos deles já são adultos hoje, e
talvez nunca se saiba quantos terão sido seduzidos por esses temas de
ocultismo. Quantos freqüentavam templos cristãos, e foram engabelados pelo
“doce veneno”? Quantos terão sucumbido a vampiros sensuais e belas bruxinhas (“góticas”)
usando corpete preto, maquiagem pesada e um monte de piercings? Quantos envolvidos em crimes bizarros, cometidos em
cemitérios e outros locais ermos, terão se iniciado nessa senda tenebrosa por
meio de filmes violentos e videogames satânicos?
Quantos hoje já afirmam descaradamente, como o vampiro-chefe de “30 Dias de
Noite”: “não há Deus”?
Rebecca Brown, em um de seus livros (não me
lembro agora qual), dizia que existem mesmo, andando por aí, vampiros e
lobisomens. Seriam pessoas num estado de possessão demoníaca tão profunda que
se comportariam como animais, até mesmo matando pessoas e bebendo seu sangue.
Eu não desacredito totalmente dessa hipótese, embora pareça improvável. Mas não
impossível. E você, o que acha?
Eu gosto de terminar sempre que possível
apontando uma saída ou uma possível solução. Mas dessa vez está complicado,
porque o mundo realmente jaz no maligno. E não apenas jaz, como afunda cada vez
mais rápido; é uma imersão total. Pode-se ver claramente que o maligno domina a
mídia e a indústria cultural, desde a moda e o cinema, passando pela música e
teatro, até a TV e os joguinhos. Duvida? Leia
mais aqui.
Acho que o que nos resta, como discípulos,
é anunciar cada vez mais ousadamente o Evangelho da Graça, para tentar “arrebatar alguns do fogo” (Judas 23). Ou
então podemos considerar uma geração dada como perdida – nossos “garotos
perdidos”? – e nós daremos conta disso no Tribunal.