quarta-feira, 13 de maio de 2015

E quando a ciência erra?

parte 1
Depois das “contradições bíblicas”, e dos “Mitos SOBRE aBíblia”, agora as “contradições científicas”, ou “quando a ciência se engana”. E porque a ciência se enganaria? Nem sempre ela se enganou, dirão alguns. De fato, ela tem acertado inúmeras vezes. Não é possível viver “sem a ciência”, evidentemente, senão estaríamos ainda numa idade de barbárie. A ciência possibilitou inúmeras descobertas, e as tecnologias decorrentes proporcionaram avanços consideráveis em todas as áreas - menos uma. Quando as ciências - ou melhor, alguns cientistas - acham que já sabem o suficiente para tentar explicar Deus (ou na maioria dos casos, a inexistência de Deus), é que a coisa desanda. Alguns cientistas, de ramos tão diversos como as ciências biológicas, as exatas e as sociais, fazem de suas vidas uma cruzada para desmentir o que a Bíblia nos ensina: que no princípio, Deus criou a Terra e todas as coisas, o universo e tudo que nele há.
Este post vai nesse sentido: se a ciência errou, como pode se arvorar em verdade mais absoluta do que a Palavra do Deus Vivo? Todos são unânimes em concordar num ponto: na ciência, o que é verdade hoje, amanhã pode não ser. A Bíblia não. Vários de seus escritores, separados por mais de 1600 anos, milhares de quilômetros e por culturas das mais diversas, homens e mulheres das mais diversas categorias sociais, repetem à uma, de Gênesis a Apocalipse: a Palavra de Deus é imutável. Ela é a mesma, ontem, hoje, e eternamente. Escribas ao longo dos séculos a têm preservado com exatidão digna de um avançado computador: não se muda uma vírgula, “um jota ou um til”. Já a ciência, não. Mais uma vez, apesar de muitos avanços, ela vai de marcha e contra-marcha. Até uma hipótese ser comprovada, experimentada e se transformar em uma lei, vai um tempão.
Primeiramente, acho que é preciso delimitar ou definir o que é “ciência”. Lakatos & Marconi definem como “um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos de mesma natureza” (Metodologia Científica, p. 19). Há outras definições, todas muito próximas desta. Portanto, há coisas que podem ser verificadas, medidas e provadas por meio da ciência; outras, não. Mas mesmo no âmbito dessas coisas “prováveis”, “verificáveis”, a ciência tem tropeçado. Não entro aqui no mérito de bobagens como dizer que a Bíblia possui discordâncias, erros de tradução, propaga certas idéias homofóbicas e/ou misóginas, etc; isso tudo já discuti antes. Vamos ficar, por ora, no âmbito das “contradições científicas”, que poderíamos intitular como “quando a ciência se enganou”, apesar de todo o caráter investigativo de que a pesquisa científica se reveste. Então, veja aqui alguns exemplos hilários de como “a ciência errou”.
Uma das maiores, senão a maior, seguramente uma das top-five, é a dos canais marcianos. Durante décadas a comunidade científica acreditou piamente na existência de civilizações avançadas em Marte, por conta de um erro relativamente simples, de tradução.
Durante séculos, gerações de astrônomos tentaram desvendar os do planeta vermelho, mas no final do século XIX uma falsa descoberta excitou a imaginação do mundo científico, contaminando de forma irreversível a cultura popular. Em 1877, houve excelentes condições para a observação, e então se descobriram dois pequenos satélites, Deimos e Fobos. Nesse mesmo ano, um eminente astrônomo do Observatório de Milão, Giovanni Schiaparelli (ao lado), descreveu o que lhe pareciam ser “canais” na superfície marciana. Ele fez uns desenhos - pouco detalhados - onde havia zonas escuras, a que chamou mares, e zonas claras, que denominou continentes. E, entre os dois, aquilo a que chamou “canali”, linhas finas que pareciam ligar as diferentes zonas.
Esta observação tornou-se célebre e a palavra italiana canali foi traduzida para o inglês canals que, ao contrário do vocábulo italiano, sugeria artificialidade. Isto bastou para criar grande frenesi, pois parecia indicar a existência de vida no planeta vizinho. Bastava olhar por um telescópio e lá estavam as áreas escuras e claras. Ninguém desconfiou da circunstância de não haver dois mapas idênticos ou de ser difícil obter fotografias suficientemente nítidas.
A observação de Schiaparelli foi popularizada por um matemático e astrônomo americano, o milionário Percival Lowell. Onde Schiaparelli vira depressões que podiam ser vales alongados, Lowell encontrou um sistema de irrigação, produzido por uma civilização cuja míngua de água a tinha levado a extremos de engenho.
Lowell era influente e escrevia com estilo. Ele descreveu com detalhe aspectos “não-naturais” na superfície de Marte, como canais artificiais levando água dos pólos para o equador (pois o fluxo não podia ser explicado pela gravidade), linhas de vegetação, algumas duplas, e oásis (as zonas escuras entre os canais), tudo sugerindo inteligência superior. Essas teses foram discutidas pela imprensa e entraram rapidamente no imaginário popular. Entre 1895 e 1908, Lowell escreveu três livros sobre as características artificiais dos canais marcianos e construiu um telescópio que era então o mais sofisticado do mundo (na realidade, foi o primeiro edificado a grande altitude), no Arizona. Foram feitos mapas detalhados da civilização marciana e especulou-se furiosamente sobre a engenharia alienígena. Concluiu-se que era uma forma de vidapacífica, pois os povos setentrionais e equatoriais estavam a cooperar para o mesmo fim, para evitar o declínio do planeta.
Schiaparelli faleceu em 1910 e Lowell em 1916, antes de surgir a explicação da ilusão de ótica. Na realidade, os astrônomos eram enganados pela sua própria visão, pois os seres humanos têm tendência para formar padrões onde estes não existem. Não havia canais, mas uma superfície irregular que a imprecisão dos telescópios, as deformações atmosféricas e a má visão humana transformavam num imaginário sistema de irrigação. Também havia entusiasmo em excesso e alguns autores estavam apenas a encontrar os seus desejos. A ideia de Lowell sobre os canais em Marte só foi totalmente rejeitada na década de 1960, quando sondas americanos e russas mostraram a verdadeira face do planeta. Vejam como uma “verdade” científica se revelou um erro grotesco, perdurou por muitos anos e então tudo mudou. Agora a verdade é outra.
Mas se não havia homenzinhos verdes no planeta vermelho, os marcianos reapareceram em 1996, quando foram observadas pequenas estruturas no interior de um meteorito encontrado na Antártida, supostamente catapultado de... Marte!  Alguns cientistas viram nessas estruturas micróbios fossilizados, mas a ideia tem sido contestada. Apesar de improvável e tão fantasiosa como os canais de irrigação, há muitos que crêem com todas as suas forças nessa hipótese. “Se for de origem biológica, extraterrestre, que não se formou nos últimos 13 mil anos, pode implicar profundamente na nossa compreensão de como a vida evoluiu no Sistema Solar”, disse Emily Baldwin, editora da revista astronômica UK's Astronomy Now (Fonte) (Fonte). E aí a gente pergunta: “e se não for extraterrestre”? Com que cara ficarão esses “crentes?
Outra crença que conquistou inúmeros cientistas foi inegavelmente uma fraude deliberada, conhecida como “a farsa do tiranossauro”. De maior predador da face da Terra, o tiranossauro foi rebaixado recentemente à categoria de carniceiro pelos estudos de diversos paleontólogos. Para piorar sua reputação, pesquisas nos arquivos do Museu de História Natural americano mostram que o anúncio de sua descoberta, em 1905, foi um grande golpe de marketing. Henry 
Osborn e Barnum Brown, que apresentaram o monstro ao mundo, se basearam em ossos de duas patas traseiras, uma dianteira e um quadril, sem saber se eram do mesmo animal (não eram). Naquele tempo, os museus competiam por fósseis, e a dupla decidiu se antecipar para não perder a descoberta. Após o anúncio, o esqueleto levou dez anos para ser montado, não sem algumas falhas. A primeira versão foi feita com ossadas diversas, resultando num bicho de pernas desproporcionalmente maiores. Seus bracinhos apareceram com três dedos (eram dois). Os cientistas hoje consideram que os maiores carnívoros foram o espinossauro, de até 18 metros, seguido do giganotossauro, com 16 metros. O tiranossauro atingia “apenas” 13 metros.  Nota de Michelson Borges: vale lembrar que em 2007 uma descoberta agitou o mundo científico: pesquisadores encontraram o tecido macio de um T-rex, numa região de dunas do Estado de Montana, nos Estados Unidos. Acreditava-se que esse tipo de tecido suave podia ser preservado por poucos milhões de anos, o que nos leva a pensar que talvez os dinossauros não sejam tão antigos como sustentam os evolucionistas. Falaremos disso mais tarde, tecido mole e tecido “duro”, e fossilização. 
Mais uma fraude, o Homem de Piltdown: A busca incessante para encontrar o famoso “elo perdido”, que supostamente provaria a ligação entre o Homem “moderno” e antigos primatas pré-históricos, parecia haver terminado em 1912. Alguns fragmentos de um crânio e um osso da mandíbula foram descobertos em um poço de cascalho perto de Piltdown, Inglaterra, e logo foram aclamados pelos cientistas da época como o elo perdido. Mas em 1953 foi descoberto que era apenas um crânio humano artificialmente envelhecido, ligado à mandíbula de um orangotango e completado com os dentes de um chimpanzé. Quem produziu a falsificação ainda permanece um mistério até hoje, mas o fato é que conseguiu manter os cientistas enganados por mais de 40 anos.
O monstro do Lago Ness: Não é difícil aceitar que a famosa foto do monstro se provou ser uma farsa. O que é difícil de entender é como isso demorou 60 anos. Feita por um cirurgião de Londres chamado Robert Wilson, a foto foi idéia de seu amigo Marmaduke Wetherell, como vingança pela humilhação sofrida durante anos, quando as pegadas de um suposto monstro que ele havia encontrado foram identificadas como sendo de um hipopótamo. Em conluio com Wilson e um jovem chamado Christian Spurling, ele montou uma estrutura em forma de cabeça e pescoço em um submarino de brinquedo e o soltou na água, o que resultou no famoso “borrado” da foto. Em 1994 Marmaduke confessou ter manipulado a fotografia quando era repórter free lancer do jornal Daily Mail em busca de um furo jornalístico. Ele afirmou também que decidiu usar o nome do Dr. Wilson como autor para conferir mais credibilidade ao embuste. Outra descoberta recente é a de que a foto que ficou famosa é um recorte da original, na qual o campo é bem mais amplo e fica claro que o “monstro” é ridiculamente pequeno! Mas a admissão da farsa não feriu a reputação do monstro, e ele (ou ela?) permanece popular e ilusória, tendo não poucos que ainda acreditam em tudo.
Há ainda outras fraudes e enganos, em que muita gente - inclusive da “comunidade científica” - caiu como um patinho. Apesar disso, se acham bastante espertos para achar erros e contradições na Bíblia.
Continua.

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