sábado, 25 de agosto de 2012

Você sabe está sendo manipulado quando vê...

Há muito tempo venho fazendo correlações entre religião e dominação política. Veja aqui, aqui, e aqui. Que me desculpem os que não gostam de política, mas existe um dito que afirma que os que não gostam de política geralmente são governados pelos que gostam. E como acontece em todo ano eleitoral, a maioria das igrejas/templos se transforma, quase sem exceção, em verdadeiros currais eleitorais, onde o líder determina em quem o rebanho (ou seria a boiada?) deve votar (daí a expressão bem brasileira “vender a fazenda com a porteira fechada”, isto é, com tudo o que tiver lá dentro). E como eu não consigo entender como dois pastores  - que dizem servir ao mesmo Deus - podem apoiar candidatos diametralmente opostos, é lógico que alguém está mentindo: ou um, ou os dois pastores, ou então Deus. Isto é, como pode a Cabeça ordenar que uma parte do Corpo caminhe para a direita e outra parte para a esquerda? E como também recebi de um amigo um e-mail bem interessante sobre o tema “manipulação”, reproduzo abaixo o texto (veio em PowerPoint). O título original é “Manipulação Midiática”, e tem a ver com o controle da mídia por certos grupos de interesse. Leia pensando no que você vê, lê e ouve na TV, no rádio, no cinema, nos jornais, na imprensa de modo geral, e no final a gente conversa.
1 - A estratégia da distração
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da 
neurobiologia e da cibernética.
Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais.

2 - A criação de problemas, para depois oferecer soluções
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo
da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais, privatizações de empresas estatais ou o desmantelamento dos serviços públicos.

3 - Estratégia da gradação
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo (leia sobre Estado aqui), privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4 - A estratégia do deferido
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5 - Dirigirem-se ao público como crianças de baixa idade
A maioria da publicidade (e da comunicação em geral) dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse uma criança de baixa idade ou deficiente mental. 
Quanto mais se queira enganar o espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, por força da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico, como a de uma criança de pouca idade.

6 - Utilizarem o aspecto emocional muito mais do que a reflexão
Fazem uso do aspecto emocional como para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional é uma técnica clássica de controle, que permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos...

7 - Manterem o público na ignorância e na mediocridade
Fazem com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça intransponível para as classes inferiores.

8 - Estimularem o público a ser complacente na mediocridade
Forçam o público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.
  
9 - Reforçarem a revolta pela autoculpabilidade
Fazem o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvaloriza e se culpa, o que gera um estado depressivo cujo efeito é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há mudança!

10 - Os poderosos conhecerem os indivíduos melhor do que esses mesmos indivíduos se conhecem
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e possui um grande poder sobre os indivíduos. (N. do E.: com isto fica fácil moldar comportamentos, criar tendências, fabricar ideologias).

Agora leia tudo de novo pensando em alguma igreja. Ou em várias, pode também. Experimente, por exemplo, substituir “sistema” por “igreja”.
Depois a gente se fala.
E doa a quem doer.






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(atualizado em 05 de abril de 2014)