domingo, 3 de maio de 2009

Maria

Maria, mãe de Jesus, nunca deve ter imaginado que causaria tantas discussões ou que iriam lhe atribuir uma posição que não lhe pertence; uma posição de veneração. Certamente não era sua intenção. E quando as pessoas se apegam às tradições, deturpando a história da mãe de Jesus, espalham-se lendas sobre sua infância, sua concepção miraculosa, seus pais Joaquim e Ana, sua eterna virgindade, milagres depois da morte de Jesus, e até mesmo sua ascenção ao céu, e sua casa que foi transportada por anjos da Galiléia para a França. Mas afinal, qual é a verdadeira história?
A Palavra de Deus não mente e não deixa dúvidas: "Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão" (Mateus 24:35). A Bíblia esclarece que toda a adoração pertence a Deus. Lucas, capítulo 4, verso 8, diz: "Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto". Na Bíblia não há orientação para orar a Maria ou venerá-la. Ela não é co-redentora e não conduz ao caminho da salvação. A Palavra nos diz: "E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" (Atos 4:12). Não há salvação em outro nome; Jesus é o único que pode salvar. Ele é o caminho, a verdade e a vida (João 14:6).
A palavra idolatria quer dizer “adoração de ídolos”: figuras ou imagens, amor cego, paixão exagerada. Interessante como o próprio significado da palavra nos remete a uma conclusão: a idolatria cega as pessoas. No livro de Salmos, capítulo 115, do verso 4 ao 8, lemos que "os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem; têm ouvidos, mas não ouvem; têm nariz, mas não cheiram; têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e todos os que neles confiam". Isso é o que acontece com aqueles que praticam a idolatria. Tornam-se como seus ídolos. Não falam, não escutam, não ouvem e nem vêem. "Examinais as escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam" (João 5:39); é só examinar a Palavra, ela testifica de nosso Pai. Claro que amamos e respeitamos Maria, um instrumento usado por Deus para que Sua promessa de salvação se cumprisse. Jesus, sendo Deus, precisou tomar a forma humana e para isso precisou nascer de uma mulher.
Nas últimas semanas, estudamos os “pais da igreja”. Um dos mais conhecidos dentre eles, Gregório Nazianzeno (329-390 d.C) empregava o termo theótokos (gerado de Deus) em referência a Maria como mãe do Deus que é Jesus. Essa doutrina tornou-se muito importante na história, pois Deus, como Espírito Eterno, não tem pai e nem mãe; Jesus, a encarnação do Filho, teve mãe, Maria. Mas ela só pode ser considerada “mãe de Deus” no sentido secundário de que ela foi mãe do homem Jesus Cristo. E isso está longe de fazer dela parte da deidade, conforme ensina, erradamente, a Igreja Católica Romana.
Maria se dispôs ao propósito de Deus. E se não fosse ela, uma outra virgem seria mãe do Senhor Jesus, outra se disporia para que Jesus fosse gerado nela. Mas Maria achou graça diante do Pai. "Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus" (Lucas 1:30). E quando o Senhor se manifestou a Maria através de um anjo, dizendo - lhe que seria mãe do Messias, ela declarou com humildade: "Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a sua palavra" (Lucas 1:38). Ela se dispôs a obedecer à ordem do Senhor Deus; mas não podemos, por causa disso, colocá-la acima do Senhor Jesus.
O Senhor Jesus possui duas naturezas: é totalmente Deus e totalmente homem. A explicação está na palavra que diz : "Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" (I Timóteo 2:5). Isso mostra que Maria não é mediadora entre Deus e os homens, e sim Jesus.
Não existe na Bíblia o mandamento “peça à Mãe que o Filho atende”. A própria Maria, obediente a Deus como poucos, recomenda que obedeçamos somente a Jesus: “Disse então sua mãe aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser” (João 2:5). E Jesus manda que oremos a Deus Pai, em Seu próprio Nome: "E tudo quanto pedires em meu nome, eu o farei... Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei" (João 14:13,14).
Nossa Senhora? Rainha do céu? Jesus não divide o Seu Senhorio com alguém, ainda que fosse a sua mãe querida. Em nenhuma parte da Bíblia se encontra menção a “Nossa Senhora”. Dizer que Maria se tornou “rainha do céu” é uma blasfêmia herdada da antiga Babilônia, uma abominação, pois se trata de uma divindade pagã que Deus condena, como disse a Jeremias: “Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha para fazerem bolos à rainha do céu, e oferecem libações a outros deuses, a fim de me provocarem à ira” (Jeremias 7:18).
Mas no capítulo 44 o povo disse ao profeta que continuaria na idolatria:
16 Quanto à palavra que nos anunciaste em nome do Senhor, não te obedeceremos a ti;
17 mas certamente cumpriremos toda a palavra que saiu da nossa boca, de queimarmos incenso à rainha do céu, e de lhe oferecermos libações, como nós e nossos pais, nossos reis e nossos príncipes, temos feito, nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém; ...
19 E nós, as mulheres, quando queimávamos incenso à rainha do céu, e lhe oferecíamos libações, acaso lhe fizemos bolos para a adorar e lhe oferecemos libações sem nossos maridos?
20 Então disse Jeremias a todo o povo, aos homens e às mulheres, e a todo o povo que lhe havia dado essa resposta, dizendo:
21 Porventura não se lembrou o Senhor, e não lhe veio à mente o incenso que queimastes nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém, vós e vossos pais, vossos reis e vossos príncipes, como também o povo da terra?
22 O Senhor não podia por mais tempo suportar a maldade das vossas ações, as abominações que cometestes; pelo que se tornou a vossa terra em desolação, e em espanto, e em maldição, sem habitantes, como hoje se vê.

O resultado foi a ira e o juízo de Deus sobre aquela geração.
Para finalizar:
1 - Maria só foi virgem até Jesus nascer ("Contudo, (José) não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho (ênfase acrescentada), a quem pôs o nome de Jesus" - Mateus 1:25). Marcos 6:3 diz: "Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs?"; a expressão “virgem Maria”, portanto, é incorreta, e dizer que “irmãos” aqui significa “primos” é uma interpretação mirabolante e despropositada. Paulo afirma que “não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor” (Gálatas 1:19). Por que ele não escreveu “Tiago, primo do Senhor”? Judas, irmão de Jesus e Tiago, escreveu uma carta à igreja e se apresenta no verso 1: "Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago". Ambos foram confirmados como os genuínos irmãos de carne do Senhor Jesus. Não se encontra nas Escrituras menção à “virgindade perpétua”.
2 - Quando Jesus nasceu, os magos "entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando- se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra" (Mateus 2:11). Os magos adoraram a Jesus e não prestaram “homenagem” ou “reverência” a Maria como alguns insistem. Não temos autorização de Deus para fazer da Maria uma semi-deusa, um ídolo, um objeto de veneração.
3 - Maria é bendita entre as mulheres e não acima das mulheres. Confira: "Bendita és tu entre as mulheres" (Lucas 1:42). “Entre” quer dizer: estar no meio, dentro de, estar junto. Entre as mulheres, Deus a colocou com uma missão específica.
4 - Maria é mãe de Jesus homem, e não de Deus. Porque Deus sempre existiu desde a Eternidade e não foi gerado nem criado. Em toda a Bíblia só encontramos "Maria, mãe de Jesus".
5 - Maria tinha Jesus como o seu Salvador. Ela mesma disse: "A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador" (Lucas 1:46,47). Maria se coloca na posição de pecadora, e declara que precisa de um Salvador, como qualquer outro ser humano.
"E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (João 8: 32).
JESUS é a verdade que liberta. Às vezes nos confundimos com tantas religiões e crenças que, na verdade, são “descaminhos”. Mas quando lemos a Palavra de Deus, abrindo nossos olhos espirituais e permitindo que o Pai fale conosco, tudo se torna mais compreensível.
A Bíblia não nos deixa sem respostas quanto à comunhão, salvação e adoração a Jesus. Jesus morreu para que tivéssemos acesso a Deus.
Maria foi agraciada por Deus, bendita entre as mulheres, foi salva e justificada por Jesus Cristo.
Não vamos retirar o lugar de adoração que só pertence a Deus.

DOA A QUEM DOER.

Fonte: Pr. Márcio Valadão: “Maria, mãe de Jesus”, Profetizando Vida, 1999