Se lermos toda a passagem cuidadosamente, veremos que Jesus havia perguntado aos discípulos quem o povo dizia que Ele era (verso 13). À vista das variadas respostas, perguntou Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (verso 15, fazendo novamente a afirmação de que Ele é Deus, usando a mesma expressão com que o Pai se manifestara a Moisés, conf. Êxodo 3:14 e seguintes). O impetuoso Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”. Foi a essa declaração de fé, o primeiro credo da História, que Jesus se referiu no verso 18: “...sobre esta pedra edificarei a minha igreja”. Ou seja, a igreja seria edificada sobre a declaração de que “Jesus é o Cristo, Filho de Deus vivo”. E não existe aqui problema de tradução, desculpa muito usada para justificar outras doutrinas como a virgindade perpétua de Maria (ao afirmar que os irmãos de Jesus citados em Marcos 6:3 seriam “primos”). Pois o vocábulo “pedra”, “rocha”, tem o mesmo significado tanto na língua falada por Jesus - aramaico - Kepha (“Cefas”), como no grego em que foram escritas as primeiras versões do Novo Testamento - petros.
Em sua primeira carta, é Pedro mesmo quem reconhece e afirma que Jesus é a pedra angular, a pedra que vive: “e quem nela crer não será confundido” (I Pedro 2:5-7). Paulo diz aos Efésios: “Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas,de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor” (Efésios 2:19-21). Todos os livros da Bíblia apontam claramente para Jesus, o Messias prometido. Ele é o Salvador, o cabeça da Igreja. Ele disse: “edificarei a minha igreja” (Mateus 16:18). Não há dúvida: a pedra angular é Jesus, e não Pedro! A pedra a que Jesus se referiu como sendo a pedra angular da Igreja não era o apóstolo, mas a firmação que este acabara de fazer: “Tu é o Cristo, o Filho do Deus Vivo”! Esta é a base da Igreja! Sobre esta afirmação se constitui o Corpo de Cristo! A igreja de Cristo nunca poderia ser edificada sobre um fundamento que não fosse o próprio Jesus Cristo, e muito menos sobre um homem, por mais santo que fosse, e por mais abençoado, ungido e cheio do Espírito Santo que fosse, como o próprio Pedro veio a ser posteriormente, e digno de nosso respeito e admiração.
A igreja católica romana afirma: “Que os papas sejam os legítimos sucessores de Pedro como bispos de Roma, é reconhecido tanto pelos ortodoxos cristãos do Oriente separados de Roma, quanto pelos Evangélicos conhecedores da história. Quanto aos ortodoxos cristãos do Oriente separados de Roma, é possível que aceitem”. Porém, quando se examina a Bíblia com isenção, não se pode reconhecer o papa como sucessor de Pedro. No entanto, é fácil reconhecer a idolatria, a qual o Senhor abomina (Êxodo 20:4-5), e com os acréscimos à Palavra de Deus, condenados seriamente (Apocalipse 22:18), como, por exemplo, a teoria do purgatório, que não existe na Bíblia, e veio a ser decretada em 1439.
É uma teologia equivocada na raiz, a repetição, ad infinitum, da passagem bíblica de Mateus 16:18. Talvez nenhum outro texto das Escrituras tenha sido usado tantas vezes para justificar interpretações tão simplórias. Dizer que Jesus se referia Pedro como sendo a pedra sobre a qual a igreja seria edificada só pode produzir tristeza, em face da tosca exegese. A bem da verdade, é um clássico exemplo de que “texto fora do contexto é um pretexto”.
A correta exegese da afirmação de Pedro nos ensina duas lições:
1 – a afirmação petrina, é o credo, a base da fé cristã através dos séculos: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”.
2 – a igreja seria edificada tendo como pedra principal, a rocha de esquina, o fundamento sintetizado nessa afirmação, ou seja, o próprio Cristo. DOA A QUEM DOER.
Há ainda diversas outras considerações a fazer em relação ao apóstolo Pedro, que mostram claramente que o mesmo nunca foi papa, e que toda e qualquer afirmação nesse sentido é posterior, feita apenas com a finalidade de fortalecer o poder temporal, e nenhuma base escriturística possui; muito pelo contrário. Podemos ler nas Escrituras que Pedro era casado, como os papas proíbem; que os bispos igualmente devem ser casados; que Jesus disse que a ninguém chamássemos “pai” (Mateus 23:9); que Pedro não permitia que ninguém se ajoelhasse diante dele; e muitas outras passagens esclarecedoras, cujo significado foi obscurecido pela “tradição”, a qual veio confundir o entendimento de inúmeras gerações. Por exemplo, a própria presença de Pedro em Roma pode ser questionada, e com certeza ele não era o líder supremo da igreja naquela cidade. Mas isso já assunto para outro artigo.
Há ainda diversas outras considerações a fazer em relação ao apóstolo Pedro, que mostram claramente que o mesmo nunca foi papa, e que toda e qualquer afirmação nesse sentido é posterior, feita apenas com a finalidade de fortalecer o poder temporal, e nenhuma base escriturística possui; muito pelo contrário. Podemos ler nas Escrituras que Pedro era casado, como os papas proíbem; que os bispos igualmente devem ser casados; que Jesus disse que a ninguém chamássemos “pai” (Mateus 23:9); que Pedro não permitia que ninguém se ajoelhasse diante dele; e muitas outras passagens esclarecedoras, cujo significado foi obscurecido pela “tradição”, a qual veio confundir o entendimento de inúmeras gerações. Por exemplo, a própria presença de Pedro em Roma pode ser questionada, e com certeza ele não era o líder supremo da igreja naquela cidade. Mas isso já assunto para outro artigo.