Como dissemos antes, o Dispensacionalismo, por meio da interpretação consistente das Escrituras, em particular da profecia bíblica, revela o panorama bíblico, o plano eterno de Deus para o homem através das eras e a distinção entre Israel e a Igreja no programa divino.
Assim, de cara já notamos que há dois povos distintos em essência, mas ambos são alvos do amor de Deus: Israel e a Igreja. Ao contrário do que muitos desavisados podem pensar, em ambos a salvação é pela graça, pois sempre dependeu da fé – em Deus, no Velho Testamento; e especificamente no Filho, no Novo Testamento. Percebe-se assim que a Igreja não substituiu Israel no programa de Deus e que as promessas do Velho Testamento a Israel não foram transferidas para a Igreja. As promessas que Deus fez a Israel naquele tempo, e que ainda não foram realizadas (especialmente o final de Isaías e de Ezequiel, o livro de Zacarias, partes de Daniel, dentre outras), serão cumpridas no futuro de que nos fala Apocalipse 20. Da mesma forma que Deus tratou com Israel no passado, Ele concentra sua atenção na Igreja nesta era e novamente, no futuro, concentrará Sua atenção em Israel (Romanos 9-11). Usando como base este sistema, entendemos que a Bíblia seja organizada em sete dispensações:


Consciência (de Gênesis 3:8 até 8:22)
Governo Humano (a partir de Gênesis 9:1 para os gentios)
Promessa (para os patriarcas, de Gênesis 12:1 até Êxodo 19:25)
Lei (para os judeus, de Êxodo 20:1 até Atos 2:4)
Igreja (para todo o que crer, cf. Marcos 16:15 - de Atos 2:4 até Apocalipse 20:3)
Reino Milenar (de Apocalipse 20:4 a 20:6).


As dispensações não são caminhos para a salvação, mas maneiras pelas quais Deus interage com o homem. O Dispensacionalismo resulta em uma interpretação que aguarda o Arrebatamento da Igreja e a Segunda Vinda de Cristo para julgar as nações.
Assim, cremos que a Segunda Vinda será um acontecimento no mundo físico, envolvendo, a partir do Arrebatamento, o período da tribulação, culminando com a batalha do Armagedom e o estabelecimento do reino de Deus na Terra. Então serão cumpridas todas as profecias concernentes a Israel ainda pendentes, conforme anunciadas pelos profetas do Antigo Testamento. Lembremos que naquela época o mistério da Igreja ainda não havia sido revelado, cf. Efésios 3:9 e 5:2 e Colossenses 1:26,27.
Portanto, entendemos que:
1 - O nome “dispensação da Graça” não é muito apropriado, porque a Graça de Deus sempre se manifestou, desde Adão, passando pela época da Lei até os dias atuais e por toda a Eternidade. A Graça é eterna. Mesmo sob a Lei a Graça operava. “Porque não foi pela lei que veio a Abraão, ou à sua descendência, a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo, mas pela justiça da fé” (Romanos 4:13).

3 - Algumas dispensações se sobrepõem. Por exemplo, dentro do “Governo Humano” veio a Promessa, somente aos descendentes de Abraão. As nações permanecem sob seu próprio governo desde então e até hoje, e por isso são rebeldes ao Governo de Deus. Depois vieram a Lei e “a Graça”, mas as nações continuam avessas à lei divina (cf. Salmo 2), pois ainda estão sob o “Governo Humano”. O desfecho dessa rebelião será na Tribulação – o julgamento das nações.
Implicações do Entendimento das Dispensações
1 – Poder identificar quais são as promessas de Deus para Israel, para a Igreja e para as nações.


3 – Entendimento da profecia, discernindo os tempos e as estações, cf. Mateus 24:3, 4, 32, 33.
4 – Entendimento do funcionamento da Igreja (bispos, diáconos, presbíteros, o culto, a ceia e o batismo, ofertas voluntárias e sua destinação, missões, evangelização etc.).
Por exemplo: na atual dispensação a missão de evangelização deve ser dirigida às pessoas, individualmente, e não às nações. Presentemente, Deus está tratando com pessoas (cf João 3:16). A “grande comissão” diz para fazermos discípulos “de todas as nações” (isto é, de todas as nacionalidades, de todas as origens, de todas as etnias, de todos os povos) e não “fazer das nações, discípulas”, pela simples razão de que as nações não se convertem. As nações são entidades políticas/jurídicas (cf. “estados”, “países”) cujo desejo é de não se submeter a Deus e confrontar Israel (cf. Salmo 2; Salmo 33:10; Salmo 59:8; Isaías 17:13; Isaías 34:2; Isaías 40:15 e 17; Números 24:8, 20; Jeremias 46:28; 51:20; Ezequiel 30:3), e por isso serão objeto de pesado juízo. Não se converterão, mas pelo contrário, apoiarão o Anticristo (a besta que emerge do mar; os mares tipificam as nações). Mesmo no caso de Jonas as conversões foram individuais (Jonas 4:5-10). O peso sobre a nação/estado de Nínive continuou existindo e foi cumprido, com a destruição total. Hoje não existem mais ninivitas! Somente no Milênio as nações serão restauradas: Zacarias 8:22, 23; cap. 14:16, 18, 19; Malaquias 3:12; Apocalipse 21:24 e 22:2. Por isso é um erro tentar evangelizar “as nações”. Temos que “fazer discípulos de todas as nações” e não “fazer das nações, discípulas”. Esse é um erro dos dominionistas.

Com informações de (http://www.estudosobre.com/Dispensacionalismo)
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