sábado, 18 de maio de 2013

Israel, 65 anos

As cadeiras vieram emprestadas de cafés vizinhos. Os microfones, de um empório musical. Dois carpinteiros chamados às pressas ergueram o palco de madeira em tempo recorde. Um retrato de Theodor Herzl foi colocado em posição de destaque no salão principal, ladeado por duas bandeiras com a estrela de Davi, lavadas e passadas especialmente para a ocasião. No Museu Nacional de Tel-Aviv, ocorreu uma cerimônia aguardada por 1.878 anos – desde que a
destruição do Segundo Templo pelos romanos, em 70 d.C., deu início à segunda diáspora dos filhos de Abraão. No compromisso daquele 14 de maio de 1948, porém, a história seria finalmente reescrita: a terra prometida estava voltando às mãos dos judeus. Poucas horas depois de se encerrar o mandato britânico, em uma cerimônia rápida, demarcada pelas firmes batidas do martelo de David Ben-Gurion, presidente do Conselho Provisório de Estado, a criação da nação judaica – o Estado de Israel – foi solenemente anunciada. (http://veja.abril.com.br/historia/israel/especial-capa-independencia-israel.shtml)
No dia 14 de maio, Israel comemora o dia de sua fundação, na era moderna. Isto é importante porque Israel é o relógio histórico e profético de Deus para a Humanidade. O programa universal de Deus, seja para Israel, seja para a Igreja, seja para as nações gentias, se desenvolve direta ou indiretamente por meio do povo judeu. Desde aquele famoso 14 de maio de 1948, Israel tem estado no centro da história ocidental. Várias guerras foram travadas ao redor de Jerusalém:
Guerra da Independência – maio de 1948 – No dia seguinte à proclamação de independência de Israel, os exércitos de Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram o país para expulsar os judeus das terras que lhes foram destinadas pela ONU seis meses antes. Para “afogá-los no Mar Mediterrâneo”, diziam. Mas foram derrotados vergonhosamente. Em pouco tempo a planície costeira, a Galiléia e todo o Neguev ficaram sob soberania israelense; Judéia e Samaria (a “Margem Ocidental”) ficaram com a Jordânia e a Faixa de Gaza, sob administração egípcia. Jerusalém foi dividida, cabendo à Jordânia a parte oriental, inclusive a Cidade Velha, e a Israel o setor ocidental da cidade. No conflito morreram 6.000 judeus, cerca de 1% da população judaica local. Clique aqui para ver como era a vida em Israel naqueles dias!
A Campanha do Sinai – outubro de 1956 – O Egito bloqueou unilateralmente o Canal de Suez, em conluio com a Síria e a Jordânia. Mas em oito dias as Forças de Defesa de Israel (IDF) capturaram Gaza e toda a península do Sinai, detendo-se 16 km do Canal. As potências mundiais se manifestaram, e houve mesmo a ameaça de um confronto nuclear entre os Estados Unidos (que apoiavam Israel) e a União Soviética (que apoiava o Egito). Com a intermediação da ONU, foi permitido o comércio de Israel com países da Ásia e da África, bem como a importação de petróleo do Golfo Pérsico, e Israel retirou suas tropas do Sinai.
A Guerra dos Seis Dias – junho de 1967 – Começou com ataques terroristas através das fronteiras com o Egito e a Jordânia e com o bombardeio da Galiléia pela artilharia síria. O Egito solicitou à ONU que retirasse as tropas internacionais que guarneciam o Sinai, foi atendido e imediatamente deslocou todo o seu exército para as fronteiras com Israel. Nova aliança com a Síria e a Jordânia foi estabelecida (formando a RAU, República Árabe Unida); as emissoras de rádio árabe transmitiam em hebraico anunciando à população israelense que seu fim estava próximo. Israel invocou o direito de autodefesa e desencadeou um ataque preventivo contra o Egito e a Síria, conclamando a Jordânia a não intervir. As forças israelenses avançaram, desbaratando o exército egípcio no Sinai e os sírios em Golan. Com a entrada da Jordânia na luta, abriu-se uma terceira frente. Mas em apenas seis dias, a Judéia, Samaria, Gaza, o Sinai e o planalto de Golan estavam sob o controle de Israel. Jerusalém, que estivera dividida entre Israel e a Jordânia desde 1949, foi reunificada sob a autoridade de Israel.
A Guerra do Yom Kippur – outubro de 1973 - No dia mais sagrado do calendário judaico – Yom Kippur (Dia da Expiação) – o Egito e a Síria lançaram um ataque-surpresa: o exército egípcio atravessou o Canal de Suez e as tropas sírias invadiram Golan. Mas em três semanas, a IDF mudou o rumo da batalha e repeliu os atacantes, atravessou o Canal de Suez e penetrou no Egito; chegou a 32 km de Damasco, capital da Síria. Dois anos de negociações resultaram em acordos pelos quais Israel se retirou de parte dos territórios que ocupara.
O que tudo isto quer dizer e por que é importante? O estudo da profecia bíblica divide-se em três áreas principais: as nações (os gentios), Israel e a Igreja. As Escrituras apresentam mais detalhes proféticos a respeito dos planos de Deus para Seu povo – Israel. Deus já preparou um maravilhoso e abençoado futuro para os judeus , tanto como indivíduos como para o Israel nacional. Por isso cremos que Israel é o sinal de Deus no fim dos tempos.
Muito freqüentemente, os cristãos tentam ver onde se acham no programa profético, pensando em como os eventos mundiais afetam seu país. No entanto, a verdadeira determinação de nossa posição na história se baseia em como os eventos mundiais afetam a história judaica e o povo judeu. Assim, quando ocorrem eventos de repercussão mundial, os critérios para relacioná-los à profecia bíblica não são o modo como afetam a Igreja, nem qualquer outra nação gentílica, não importa quão grande e poderosa - mas o modo pelo qual afetam o povo de Israel.
Atualmente a principal questão política é: quem é, de fato, o dono de Jerusalém – os judeus, os árabes, ou ambos? Até 1967 a parte oriental de Jerusalém estava sob o domínio jordaniano. A Jordânia tinha anexado essa parte da cidade ao seu território. Depois Jerusalém Oriental foi conquistada pelos israelitas durante a Guerra dos Seis Dias, e finalmente, em 1982, o Knesset, o Parlamento israelense, declarou toda a cidade de Jerusalém como capital indivisível do Estado de Israel. Mas pouquíssimos países transferiram suas embaixadas de Tel Aviv para Jerusalém.
As discussões políticas dos governantes deste mundo e a luta dos palestinos têm o claro objetivo de novamente dividir a cidade e transformá-la em duas capitais. Mesmo as Nações Unidas são a favor de uma divisão e os dirigentes islâmicos chegam a reivindicar a cidade de Jerusalém inteira para o mundo árabe. De quem é a última palavra acerca de Jerusalém? Zacarias 2:12-13 nos dá a resposta: “Então, o Senhor herdará a Judá como sua porção na terra santa e, de novo, escolherá a Jerusalém. Cale-se toda carne diante do Senhor, porque ele se levantou da sua santa morada”. 
Essas palavras divinas têm um significado decisivo na resolução do conflito no Oriente Médio! Não existe forma mais clara de dizer que Deus é quem tem a última palavra e que as nações devem calar-se. Por mais que gritem e esperneiem, uma coisa é bem certa: Jerusalém é de Deus! O que o Senhor diz neste capítulo acaba com todos os pensamentos, opiniões e discussões sobre Israel e Jerusalém.
Em Apocalipse vemos como o templo e o altar são medidos para proteger aqueles que estão em seu interior: “Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara, e também me foi dito: Dispõe-te e mede o santuário de Deus, o seu altar e os que naquele adoram; mas deixa de parte o átrio exterior do santuário e não o meças, porque foi ele dado aos gentios; estes, por quarenta e dois meses, calcarão aos pés a cidade santa” (Apocalipse 11:1-2). Os versículos 1 a 5 de Zacarias 2 deixam claro que se trata da proteção e do direito de posse de Deus sobre a cidade de Jerusalém: “Tornei a levantar os meus olhos, e olhei, e eis um homem que tinha na mão um cordel de medir. Então perguntei: Para onde vais tu? Respondeu-me ele: Para medir Jerusalém, a fim de ver qual é a sua largura e qual o seu comprimento. E eis que saiu o anjo que falava comigo, e outro anjo lhe saiu ao encontro, e lhe disse: Corre, fala a este mancebo, dizendo: Jerusalém será habitada como as aldeias sem muros, por causa da multidão, nela, dos homens e dos animais. Pois eu, diz o Senhor, lhe serei um muro de fogo em redor, e eu, no meio dela, lhe serei a glória”. Jerusalém será protegida por dentro e por fora pelo próprio Senhor. Jesus retornará em glória e edificará o Seu reino tendo Jerusalém como centro.
Hoje vemos a luta por Jerusalém: querem dividir a cidade, tirá-la dos judeus e submetê-la ao Islã. Mas a resposta de Deus prova exatamente o contrário: a cidade é medida para ser edificada. Para Deus, Jerusalém é indivisível. Em nossa época o povo judeu foi reunido de sua segunda diáspora (dispersão) com a mesma finalidade. Ele deve ser preparado para receber o Messias que voltará. É isto que diz Zacarias 2:6 - “Porque vos espalhei como os quatro ventos do céu”. É interessante que os primeiros a voltarem para casa dessa segunda diáspora chegaram por volta de 1870, vindos do norte. Depois vieram dos quatro cantos do mundo (Salmo 120:5). As nações reagem a este segundo retorno dos judeus saqueando Israel. Brigam pela terra e querem dividir Jerusalém. Mas isto terá como conseqüência o juízo, que é indicado em Zacarias 2:9 (veja também Joel 3:14-17).
As nações trataram Israel como escravo. Desde o tempo dos romanos, sem contar os babilônios, egípcios, gregos, persas etc., os judeus têm sido escorraçados da face da Terra. Tiveram paz por curtos períodos, mas basta citar o que os “reis católicos” da Espanha fizeram, os “papas” medievais, os nazistas e os comunistas, e modernamente os mísseis quase diários que caem sobre os judeus. Mas de acordo com a Bíblia, as nações que perseguiram Israel serão o despojo! Virá um tempo em que as relações de poder deste mundo serão invertidas: “Os povos os tomarão e os levarão aos lugares deles, e a casa de Israel possuirá esses povos por servos e servas, na terra do Senhor; cativarão aqueles que os cativaram e dominarão os seus opressores” (Isaías 14:2). Israel, que durante milhares de anos foi servo dos povos, no reino milenar de Jesus será elevado à posição de cabeça sobre as nações.
No futuro, no reino milenar de Cristo -  e não agora, como querem os dominionistas – os papéis serão trocados: Israel, o povo de Deus, atualmente odiado por todos os outros, e a Igreja de Jesus, hoje ainda perseguida e desprezada – o pequeno rebanho – reinarão como reis e sacerdotes junto com Jesus. 

O Senhor fará morada em todos os povos (Zacarias 2:11) a partir de Israel, e do seu ponto central, Jerusalém. Muitas nações se juntarão a Ele e passarão a fazer parte de Seu povo. Então se dirá: “Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles” (Apocalipse 21:3). Ninguém mais poderá dizer nada negativo a respeito de Israel ou de Jerusalém, pois o seu maior Defensor terá tomado o Seu lugar e terá a última palavra (Zacarias 2:12-13). Aliás, este é o único texto da Bíblia em que a terra de Israel é descrita como “terra santa”!
Somente precisamos atentar para dois fatos:
1 – Israel ainda precisará passar pela tribulação, para assim reconhecer “aquele a quem traspassaram” (Zacarias 12:10), pois os judeus, hoje, ainda são rebeldes. Ainda acreditam que Jesus era um impostor!
2 – O que se vê hoje não foi previsto pelos profetas do Antigo Testamento porque a atual dispensação da graça de Deus era um mistério que só seria revelado a Paulo séculos mais tarde. O relógio profético só voltará a bater quando a Igreja for arrebatada. Por isso os sinais que vemos hoje são como a “montagem do palco”!