A grosseira superstição que acompanha o uso de relíquias revela a inconsistência do sistema religioso de base romana. Entre as mais veneradas estão os pedaços da “verdadeira cruz”. Calvino já mencionava a inconsistência de várias relíquias em seus dias. Várias igrejas diziam possuir a coroa de espinhos; outras, as talhas usadas por Jesus no milagre de Caná. Um pouco desse vinho podia ser achado em Orleans. Outra igreja alegava ter um pedaço de peixe que Pedro ofereceu a Jesus. Calvino disse: “Deve ter sido maravilhosamente bem salgado, para ser conservado por tão longa série de eras”.
O “berço de Jesus” era exibido cada Natal na igreja de Santa Maria Maior em Roma. A de São Tiago, em Roma, apresentava o altar no qual Jesus foi colocado quando foi apresentado no templo. Até mesmo a pele do prepúcio (de sua circuncisão) era mostrada pelos monges de Charroux, que, como prova de sua autenticidade, derramava sangue. Mas outras igrejas afirmavam que possuíam o “santo prepúcio”, incluindo uma em Coulombs, França, São João em Roma, e a Igreja de Puy em Velay. Outras afirmavam que tinham fraldas de Jesus.
Outras relíquias incluem as ferramentas do carpinteiro José, ossos do jumentinho no qual Jesus entrou em Jerusalém, o cálice da Última Ceia, a bolsa de Judas (e também algumas das moedas da traição), a bacia de Pilatos, o manto lançado sobre Jesus pelos soldados, a esponja levantada a Ele na cruz, cravos da cruz, cabelos da virgem Maria (uns castanhos, outros louros, alguns ruivos, e outros pretos), suas saias, seu anel de casamento, sandálias, véu, e até mesmo a mamadeira de Jesus. Várias igrejas diferentes reclamam ter o corpo da mãe de Maria, embora nada saibamos a respeito dela, só que recebeu o nome de “SantAna” poucos séculos atrás! Ainda mais difícil é uma história a respeito da casa de Maria. Crê-se, com aval papal, que a casa de Maria em Nazaré está agora na Itália, transportada pelos anjos.
Outras relíquias incluem as ferramentas do carpinteiro José, ossos do jumentinho no qual Jesus entrou em Jerusalém, o cálice da Última Ceia, a bolsa de Judas (e também algumas das moedas da traição), a bacia de Pilatos, o manto lançado sobre Jesus pelos soldados, a esponja levantada a Ele na cruz, cravos da cruz, cabelos da virgem Maria (uns castanhos, outros louros, alguns ruivos, e outros pretos), suas saias, seu anel de casamento, sandálias, véu, e até mesmo a mamadeira de Jesus. Várias igrejas diferentes reclamam ter o corpo da mãe de Maria, embora nada saibamos a respeito dela, só que recebeu o nome de “SantAna” poucos séculos atrás! Ainda mais difícil é uma história a respeito da casa de Maria. Crê-se, com aval papal, que a casa de Maria em Nazaré está agora na Itália, transportada pelos anjos.
The Catholic Encyclopedia diz: “Desde o século XV, e possivelmente até antes disto, a “Santa Casa” de Loreto tem sido enumerada entre os mais famosos santuários da Itália... Um altar fica numa extremidade abaixo de uma estátua enegrecida pelo tempo, da Virgem Mãe e seu Divino Infante... digna de veneração em todo o mundo, por causa dos divinos mistérios realizados nela... Foi aqui que a santíssima Maria, Mãe de Deus, nasceu; foi aqui que ela foi saudada pelo Anjo; foi aqui que o Verbo eterno foi feito Carne. Os anjos transportaram esta Casa da Palestina no ano da salvação de 1291... Três anos depois, no princípio do pontificado de Bonifácio VIII, ela foi levada novamente pelo ministério dos anjos e foi colocada em um bosque... onde tendo mudado sua estação três vezes no decorrer de um ano, completamente, pela vontade de Deus ela tomou sua posição permanente neste local... Que as tradições proclamadas assim, de maneira rude, para o mundo tem sido plenamente sancionadas pela Santa Sé, nem por um momento pode permanecer em dúvida. Mais de 47 papas têm prestado homenagem ao santuário, e um imenso número de Bulas proclama a identidade da Santa Casa de Loreto com a da Santa Casa de Nazaré”.
A veneração de corpos mortos de mártires foi ordenada pelo Concílio de Trento, o mesmo que também condenou quem não acreditava nas relíquias: “Os santos corpos dos santos mártires... devem ser venerados pelos fiéis, pois através desses corpos muitos benefícios são derramados por Deus sobre os homens, de modo que, aqueles que afirmam que veneração e honra não são devidas às relíquias dos santos... devem ser completamente condenados, como a Igreja há muito os tem condenado e ainda os condena”. Daí, já que “muitos benefícios” advinham dos ossos, a venda de cadáveres tornou-se um grande negócio.Em torno do ano 750 longas filas de carroções constantemente vinham para Roma, trazendo imensas quantidades de crânios e esqueletos que eram vendidos pelos papas.
Sepulturas eram violadas durante a noite e túmulos nas igrejas eram vigiados por homens armados. “Roma”, diz Gregorovius, “era como um cemitério mal-cheiroso, no qual hienas uivavam e brigavam, enquanto cavavam avidamente à procura de cadáveres”. Existe na Igreja de São Praxedes uma placa de mármore a qual afirma que em 817, o “papa” Pascoal transferiu para lá os corpos de 2.300 mártires. Quando o Bonifácilo IV converteu o Panteão romano em igreja cristã (cerca do ano 609), 28 carretas carregadas de ossos foram descarregadas em uma bacia de pórfiro abaixo do altar-mor.Para se consagrar o terreno e o prédio de uma igreja, tinha que ter debaixo dela ossos ou outras relíquias. A Catedral de Wittenberg, onde Lutero afixou as “95 Teses”, tinha 19.000 relíquias. Os bispos foram proibidos pelo segundo Concílio de Nicéia (787) de dedicar um edifício se não houvesse qualquer relíquia, sob penalidade de excomunhão. Não vemos relíquias como algo que tem parte na verdadeira adoração, pois “Deus é Espírito, e importa que aqueles que O adoram o adorem em espírito e em verdade” (João 4:24). Alguns ossos que já foram aclamados como ossos de santos foram revelados como ossos de animais. Uma catedral certa vez foi apresentada com o que se dizia ser parte de uma asa do anjo Gabriel. Sob investigação, contudo, descobriu-se que era uma magnífica pena de avestruz.
A Enciclopédia Católica Popular afirma que, “originalmente eram os restos mortais dos mártires da fé que, no lugar da sepultura, passaram a ter veneração a eles referida. Depois também se veneraram as relíquias dos confessores da fé e de outros fiéis com fama de santidade. Perante o perigo de profanação dos túmulos pelos povos bárbaros, muitas relíquias foram levadas para lugares seguros; e começaram a trocar-se entre Igrejas relíquias dos seus santos. Tal costume acentuou-se com as Cruzadas, que trouxeram para o Ocidente muitas relíquias de santos orientais. O desejo muito generalizado de possuir relíquias levou ao comércio de falsas relíquias, o que deu argumentos às críticas dos reformadores protestantes, levando o Concílio de Trento a defender o culto das relíquias. As formas tradicionais do culto das relíquias são a exposição, as procissões e, a bênção com elas (à semelhança da ‘bênção do santíssimo sacramento’. O Concílio Vaticano II aboliu a obrigatoriedade de relíquias nos altares, embora recomende a colocação de relíquias autênticas na sua base (CDC 1237,2). Não é permitido vender relíquias, nem transferir ou alienar relíquias insignes ou de grande devoção do povo, sem autorização da ‘Santa Sé’. São particularmente insignes os instrumentos da Paixão de Cristo, partes do santo lenho, da coroa de espinhos, os cravos e, se for autêntico, o sudário de Turim” (http://www.ecclesia.pt/catolicopedia).
A Enciclopédia Católica Popular afirma que, “originalmente eram os restos mortais dos mártires da fé que, no lugar da sepultura, passaram a ter veneração a eles referida. Depois também se veneraram as relíquias dos confessores da fé e de outros fiéis com fama de santidade. Perante o perigo de profanação dos túmulos pelos povos bárbaros, muitas relíquias foram levadas para lugares seguros; e começaram a trocar-se entre Igrejas relíquias dos seus santos. Tal costume acentuou-se com as Cruzadas, que trouxeram para o Ocidente muitas relíquias de santos orientais. O desejo muito generalizado de possuir relíquias levou ao comércio de falsas relíquias, o que deu argumentos às críticas dos reformadores protestantes, levando o Concílio de Trento a defender o culto das relíquias. As formas tradicionais do culto das relíquias são a exposição, as procissões e, a bênção com elas (à semelhança da ‘bênção do santíssimo sacramento’. O Concílio Vaticano II aboliu a obrigatoriedade de relíquias nos altares, embora recomende a colocação de relíquias autênticas na sua base (CDC 1237,2). Não é permitido vender relíquias, nem transferir ou alienar relíquias insignes ou de grande devoção do povo, sem autorização da ‘Santa Sé’. São particularmente insignes os instrumentos da Paixão de Cristo, partes do santo lenho, da coroa de espinhos, os cravos e, se for autêntico, o sudário de Turim” (http://www.ecclesia.pt/catolicopedia).
Mas, como se sabe, a distância entre o catolicismo “oficial” e o “popular” é imensa. Na prática, reina o culto a quinquilharias, sem nenhum exame crítico das peças.
Mas, mesmo que tivéssemos um dos cabelos de Maria, ou um osso do apóstolo Paulo, ou as vestes de Jesus, Deus se agradaria com estas coisas sendo colocadas como objeto de culto? De acordo com o exemplo da serpente de bronze de Moisés, Deus não se agradaria. Podemos somente perguntar: se não haveria virtude real no verdadeiro cabelo, osso, ou vestido, quando menos poderá existir mérito em relíquias que se sabe que são falsificações?
“Deus é Espírito, e importa que aqueles que O adoram o adorem em espírito e em verdade" (João 4:24).
"Babilônia: A Religião dos Mistérios", de Ralph Woodrow
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