domingo, 28 de outubro de 2012

A invasão de Israel - parte 4: a Libia

Continuando nosso estudo da profecia de Ezequiel, vimos que essa guerra será liderada pela Rússia (Gog, Magog, Meseque e Tubal), e que participarão da açãoa Pérsia, Cuxe, Pute, Gomer e Togarma. Também vimos que a Pérsia é o Irã, Cuxe é a Etiópia, Pute é a Líbia, Gomer pode ser identificado com a Alemanha ou a Europa Oriental, e Togarma seria a Turquia. Depois de estudar a Síria e a Rússia, ficamos de tentar responder se seria possível tal coligação de países numa invasão armada a Israel, pois a Etiópia, por exemplo, não parece ser capaz de participar de uma guerra externa. Mas e a Líbia?
Depois de passar boa parte dos anos 1980 na lista negra das nações que apoiavam organizações terroristas, a Líbia mudou de estratégia e tentou vender ao mundo a imagem de nação civilizada. Liderado há décadas pelo ditador Muammar Khadafi, famoso em outros tempos por financiar, treinar e abrigar movimentos terroristas dos mais diversos matizes, o país procurou se reaproximar das nações chamadas desenvolvidas e democráticas, e Khadafi foi visto ao lado de luminares como o Nicolas Sarkozy e Lula. Os líderes ocidentais, sempre de olho no petróleo, esqueceram-se momentânea e convenientemente de que Khadafi estava por trás do atentado que destruiu no ar um Boeing 747 (Jumbo) da PanAm próximo à cidade de Lockerbie, na Escócia, matando centenas de pessoas, e também foi figurinha carimbada durante a Guerra do Líbano na década de 1980, quando Israel se viu forçado a invadir o país vizinho a fim de tentar acabar com os terroristas do Hezbollah – situação bem similar à atual, onde a ação agora é ao sul e o inimigo é o Hamas.
Khadafi, num esforço para se tornar simpático ao Ocidente, reconheceu e assumiu a ação terrorista, e ainda pagou somas milionárias às famílias das vítimas de Lockerbie, como forma de indenização. Mas também buscava reatar laços diplomáticos rompidos desde quando fazia parte, junto com o Irã do aiatolá Khomeini e a União Soviética de Brejhnev, do então “eixo do mal”, como disse Ronald Reagan. Nada disto funcionou e Khadafi foi pego no meio da onda de revoltas que varreu o Oriente Médio: acabou como um cão danado, espancado e morto com um tiro na cabeça, deixando aos “rebeldes”, como Saddam Hussein, seus charutos, seus carros de luxo, suas esposas e seus castelos.
As mesmas perguntas que se fazem em relação ao Egito se aplicam à Líbia. Não se sabe ao certo qual será a direção que o novo governo tomará, se transformarão o país numa democracia à européia, de moldes neoliberais, ou se entrarão no caminho do radicalismo islâmico à moda do Hamas. Ninguém sabe até onde vai o desejo dos líbios por democracia e pela autodeterminação dos povos, conceitos que se aplicam a todas as nações, menos quando o assunto é Israel. Todos os árabes e muçulmanos querem Jerusalém, ignoram a história judaica, e pregam a completa extinção do Estado Judeu – se houver alguma exceção, por favor me avisem. Basta dizer que Trípoli, assim como Beirute e o Cairo, sempre foram em anos passados o que é hoje o Afeganistão e a Faixa de Gaza, esconderijo de terroristas, arsenal de onde saem bombas e mísseis para atentados e refúgio dos inimigos de Israel. Estou mentindo?
Poucos anos atrás, a Líbia negociou a compra de armas russas, de acordo com a agência de notícias russa Interfax. “Um acordo prevendo a conclusão da compra de um enorme carregamento de armas, valendo mais de 2 bilhões de dólares, pode ter sido feito durante a visita de Khadafi a Moscou”, disse uma fonte não-identificada da indústria armamentista à Interfax. Tanto a embaixada da Líbia em Moscou quanto a exportadora russa de armas se recusaram a comentar. Navios de guerra russos visitaram a Líbia indicando o estreitamento dos laços entre Trípoli e Moscou, que apoiou Khadafi durante a era soviética.
A Líbia possui sistemas de mísseis terrestres, como o S-300, o TOR-M1 e Buk, assim como vários aviões de guerra, dezenas de helicópteros e cerca de 50 tanques, disse a fonte consultada pela Interfax. Sabe-se de contratos para modernizar as armas líbias da época soviética, segundo a agência. A Líbia negociou outros 4,5 bilhões de dólares em dívidas com a Rússia pela compra de armamentos, segundo a Interfax. Muitas dívidas da época soviética são difíceis de mensurar, por terem sido feitas em rublos (fonte). E agora até o Brasil está vendendo aviões militares para a Líbia (leia aqui e aqui).
Que finalidade será dada aos armamentos do exército líbio? Agora de mãozinhas dadas com a OTAN, não restam ameaças externas à Líbia. Ao contrário do que se pensa, a União Européia, e não as nações árabes ricas, é a principal financiadora dos palestinos. A OTAN não se permitiria perder novamente o acesso aos poços de petróleo, e com certeza os defenderá com unhas e dentes. Então, o único inimigo externo da Líbia seria... Israel.
Motivos não faltam. Socorro a seus “irmãos palestinos”, por exemplo, é razão mais do que suficiente para formar uma coalização anti-Israel junto com os outros árabes e muçulmanos. E a isso, muito provavelmente, a ONU não se oporia, com a maioria dos países membros a favor da criação do Estado Palestino. De modo que a “solução final” de Hitler – o extermínio dos judeus – ainda é, hoje em dia, um sonho para muitos árabes/muçulmanos (e para alguns que comentam de vez em quando neste blog). Uma guerra total de coalizão contra Israel pode ser o caminho, assim como somente uma “coalizão” conseguiu destronar Khadafi e, antes dele, Saddam Hussein.
Resta saber até que ponto os Estados Unidos, enfraquecidos política, econômica e diplomaticamente, conseguirão segurar a maré anti-Israel. Nota: não somos contra a criação do Estado Palestino, pois a autodeterminação dos povos é um conceito sagrado da democracia e da diplomacia internacional, embora as potências ocidentais se achem no direito de meter o pé na porta de qualquer um em nome de seus “valores” e interesses. Agora, um Estado palestino com capital em Jerusalém, historicamente capital de Israel há 3000 anos, retorno às fronteiras de antes da Guerra dos 6 dias (1967), retirada dos colonos judeus... aí já é assunto para se discutir longamente em outro artigo.
Basta dizer que árabes e/ou muçulmanos controlam 24 nações na região... 99,5% por cento do total das terras do Oriente Médio, enquanto cabem a Israel só 0,5% deste mesmo mapa. Porque nenhum desses países cogita ceder parte de seu vasto território aos “irmãos palestinos”? O Egito, por exemplo, poderia ceder o Sinai, que é ali pertinho de Gaza, e ainda poderia usar o território do Estado Palestino assim constituído como “tampão” entre si e Israel. Ou a Síria, que poderia ceder a Transjordânia aos seus queridos irmãos “sem terra”. Até onde a questão da eterna procura da paz no Oriente Médio está entrelaçada com os acontecimentos proféticos narrados na Bíblia? Quando, afinal acontecerá o tão sonhado acordo de paz entre Israel e seus vizinhos? O que podemos esperar? Na próxima semana, quando fecharmos essa série, talvez possamos vislumbrar um pouco do roteiro desse drama.
Até lá.

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